terça-feira, 23 de abril de 2024

O trinco que começou nos distritais da AF Porto mas jogou no Euro 96. Quem se lembra de Tavares?

Tavares representou Benfica, Boavista a seleção nacional
Um daqueles casos improváveis de subida a pulso na carreira. Tavares foi internacional português por oito vezes, disputou três jogos no Euro 1996, jogou na Liga dos Campeões, representou FC Porto e Benfica, somou 200 jogos pelo Boavista e venceu três Taças de Portugal e duas Supertaças. Mas começou a carreira a jogar no modesto clube que o formou, o Oliveira do Douro, primeiro nos distritais da AF Porto (entre 1983 e 1985) e depois na III Divisão Nacional (1985 a 1988).
 
Haveria ainda de passar pelo Infesta (III Divisão em 1988-89, II Divisão em 89-90) antes de dar o salto para o FC Porto, clube ao qual havia marcado um golo nas Antas numa partida da Taça de Portugal em dezembro de 1989.
 
 
Depois de pouco ter jogado ao serviço do FC Porto em 1990-91 (12 partidas, um golo), iniciou uma história de sucesso no clube em que mais se notabilizou, o Boavista. Na primeira passagem pelo Bessa, entre 1991 e 1994, amealhou 111 encontros e 13 golos, tendo conquistado a Taça de Portugal e a Supertaça Cândido de Oliveira em 1992, atingido a final do Jamor novamente em 1992-93 – marcou na derrota diante do Benfica (2-5) – e eliminado o Inter de Milão na Taça UEFA em 1991-92 e a Lazio na mesma competição em 1993-94. Os bons desempenhos catapultaram-no também para a seleção nacional, tendo feito a estreia num empate frente à Noruega em abril de 1994.
 
 
No verão de 1994 deu o salto para o Benfica na companhia de Nelo e até foi bastante utilizado durante a única temporada que passou na Luz (34 jogos/seis golos), mas apanhou uma desilusão, apesar de ter reencontrado Artur Jorge, que o havia orientado no FC Porto. “Lembro-me perfeitamente de que estava em casa, deitado, à uma da manhã, quando o major [Valentim Loureiro] me liga a perguntar: ‘Então pá, como é, onde estás? Anda cá a minha casa.’ Quando lá cheguei perguntou-me: ‘Como é, queres ir para o Benfica?’, assim do nada. E pôs-me ao telefone com o Manuel Damásio”, recordou ao Diário de Notícias em março de 2016.
 
 
“Fomos para o Benfica com a ilusão de ser campeões. No mínimo, esperava lá ficar os três anos de contrato”, acrescentou, que foi surpreendido por uma afirmação de Artur Jorge logo à chegada a Lisboa: “A primeira observação que me fez no início da pré-época foi: ‘Então, não querias vir para o Benfica por minha causa?’ Não entendi porquê.”
 
 
Na única época que passou de águia ao peito, o Benfica não foi além do terceiro lugar no campeonato e iniciou um caminho tumultuoso que haveria de perdurar até depois da viragem do milénio.  “Vieram montes de jogadores, não jogavam nas posições corretas - eu joguei em todas menos na minha... -, o treinador também foi operado à cabeça e esteve uns tempos fora. O Benfica fez uma época anormal. Aliás, só não fez pior devido ao Preud’homme”, lembrou Tavares, que voltou ao Bessa no verão de 1995 após rejeitar um empréstimo ao Belenenses: “Disse-lhes que se era para sair voltava a casa e ao clube do coração.”
 
 
Na segunda passagem pelos axadrezados, entre 1995 e 1998, amealhou 89 encontros e seis golos, tendo conquistado a Taça de Portugal e a Supertaça Cândido de Oliveira em 1997. Pelo meio esteve no Euro 1996.
 
 
Já no ocaso da carreira passou sem grande sucesso por União de Leiria e Paços de Ferreira antes de regressar ao Infesta para terminar a carreira.







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