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Xavi está no comando técnico do Barça desde novembro de 2021 |
Mesmo tendo contrato até junho de
2025, o treinador Xavi Hernández há muito que anunciou que vai sair no final
desta época, que ficará marcada pela ausência de troféus e por um futebol pouco
atrativo e de certa forma até antiquado para o ADN do clube, que é também o ADN
futebolístico de Xavi. Para aquilo que o
Barça
é, foi uma temporada para esquecer. Mas para o estado em que o
Barça
está, o antigo médio até está a fazer um trabalho muito interessante.
Ao contrário de outros grandes
clubes europeus, que tentam contratar os melhores jogadores possíveis dentro
dos perfis de que necessitam para cada posição, os
catalães
limitam-se a recrutar os melhores jogadores livres ou disponíveis para empréstimos,
como foram os casos de João Cancelo e
João
Félix. Depois logo se vê se encaixam ou não. E mesmo que se identifique um
perfil que faz falta, tem de se recorrer a uma opção sem tanta qualidade, como
foi o caso de Oriol Romeu.
Além de ter sentido dificuldades
em contratar, o
Barça
tem sentido dificuldades em inscrever jogadores, devido às regras financeiras
da
Liga
Espanhola. Marcos Alonso e Iñaki Peña chegaram a falhar o arranque do
campeonato nesta época por essa razão, Andreas Christensen e Franck Kessié
estiveram quase a viver o mesmo um ano antes, enquanto Ilkay Gündogan, Iñigo
Martínez, Robert Lewandowski e Raphinha vivenciaram um hiato de algumas semanas
entre as suas contratações e inscrições, ainda que durante a pré-temporada.
Perante este cenário, Xavi vai
recorrendo à criatividade para construir a sua equipa, suportada por um 4x3x3 híbrido,
que muitas vezes se desdobra em 3x4x3 ou 3x5x2 porque quem dá largura é o
lateral esquerdo João Cancelo e o extremo direito Lamine Yamal, enquanto o
lateral direito Jules Koundé se junta aos centrais atrás.
Perante a incapacidade de Oriol Romeu
em corresponder às exigências, o central dinamarquês Andreas Christensen tem
sido muitas vezes utilizado como médio defensivo. O próprio Koundé chegou à
Catalunha como central e não como lateral direito.
E depois há a muito corajosa e meritória
aposta nos jovens: Lamine Yamal e Pau Cubarsí são, aos 16 e 17 anos, uns justos
titulares; Fermín López (20 anos) está a ser cada vez mais utilizado; Gavi (19
anos) e Álex Baldé (20 anos) tinham sido lançados por Ronald Koeman, mas só foram
alvo de aposta mais vincada com Xavi e já foram a um Mundial; e Héctor Fort (17
anos), Marc Casadó (20 anos), Aleix Garrido (20 anos), Unai Hernández (19
anos), Marc Guiu (18 anos) e Ángel Alarcón (19 anos) também já receberam
minutos.
Estas apostas serão fundamentais
para o futuro do
Barça,
mas é Xavi que tem estado a fazê-las, espremendo toda a matéria-prima que tem
disponível. A confirmar-se a sua saída, serão outros a colher os frutos que o
antigo médio andou a semear.
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