O búlgaro que fez 70 golos pelo Sporting e pôs um cachecol no leão do Marquês de Pombal. Quem se lembra de Iordanov?
Iordanov venceu uma fratura na coluna e a doença esclerose múltipla
O segundo capitão de equipa
estrangeiro da história do Sporting,
depois de Vágner, que se deixou levar pela euforia e, em plenos festejos da
conquista de um título que escapava há 18 anos ao emblema
leonino, subiu à estátua do Marquês de Pombal para colocar um cachecol ao
pescoço do leão daquele monumento.
Ivaylo Iordanov foi um avançado que
deixou a sua marca em Alvalade
durante uma década, entre 1991 e 2001, mas que raramente apresentou números de
goleador, tendo marcado 70 golos em 222 jogos, uma média inferior a um remate
certeiro a cada três jogos. Mas era, acima de tudo, um lutador incansável,
tendo superado um grave acidente de viação sofrido na Bulgária em 1995 que lhe
valeu a fratura na coluna, e o diagnóstico de esclerose múltipla em 1997, tendo
continuado a jogar futebol ao ponto de depois disso. Contratado por Sousa
Cintra no verão de 1991 depois de se sagrar melhor marcador do campeonato
da Bulgária ao serviço do modesto Lokomotiv Gorna e muito depois de ter
começado a jogar pela equipa principal do Rilski Sportlist Samokov aos 14 anos,
foi apresentado durante o meeting internacional de atletismo de Santo António,
no qual Sergey Bubka bateu o recorde mundial de salto com vara. Iordanov viveu o seu dia mais
glorioso em Portugal cerca de quatro anos depois, a 10 de junho de 1995, quando
marcou os dois golos com que o Sporting
bateu o Marítimo
na final da Taça
de Portugal, naquela que foi a primeira vez em 13 anos que os leões
ergueram o troféu.
Essa temporada de 1994-95 foi
mesmo a mais produtiva que viveu de leão
ao peito, com 13 golos em 20 jogos – em 1998-99 apontou o mesmo número de
tentos, mas em 31 jogos. Em termos coletivos, além da Taça
de Portugal 1994-95 e da Supertaça
Cândido de Oliveira correspondente ao ano de 1995, mas conquistada em 1996,
fez parte da equipa de venceu o título nacional em 1999-00. Nessa época Iordanov
já não tinha o estatuto de titular, mas nem assim deixou de ser protagonista
durante as celebrações.
Pelo meio fez parte da seleção
da Bulgária que concluiu o Mundial 1994 em quarto lugar, tendo atuado em
alguns encontros como defesa central, e marcou igualmente presença no Euro 1996
e no Mundial de 1998, tendo somado 50 internacionalizações (e três golos). Haveria de se retirar em 2001,
passando a braçadeira de capitão a Pedro Barbosa, tendo depois exercido a
função de treinador adjunto na equipa B.
Venceu o Prémio Stromp na
categoria Futebolista em 1998 e teve direito a um jogo de despedida em maio de
2010, depois de alguns desentendimentos com o Sporting
que obrigaram inclusivamente ao recurso aos tribunais.
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