quinta-feira, 4 de abril de 2024

Para muitos o melhor lateral esquerdo de sempre do FC Porto. Quem se lembra Branco?

Branco representou o FC Porto entre 1988 e 1990
O FC Porto foi campeão europeu com Augusto Inácio, venceu a Taça UEFA e a Liga dos Campeões com Nuno Valente e conquistou a Liga Europa com Álvaro Pereira. Depois deles, ainda houve Alex Telles. Mas é Branco que é consensualmente considerado pelos adeptos portistas, incluindo Pinto da Costa, o melhor lateral de esquerdo de sempre dos azuis e brancos.
 
O brasileiro, dotado de um pontapé-canhão especialista em livres diretos, até esteve apenas pouco mais de dois anos nas Antas, entre o verão de 1988 e outubro de 1990, mas deixou uma marca eterna.
 
Depois de se ter afirmado no Fluminense, clube pelo qual se sagrou campeão do Brasil em 1984, de ter marcado presença no Mundial 1986 e na Copa América 1987 e de ter passado dois anos nos italianos do Brescia, viu no FC Porto, que um ano antes se tinha sagrado campeão europeu, o passo certo para prosseguir a carreira. “Saí do Brescia, de Itália. Eles foram-me buscar ao Fluminense e prometeram que iam construir uma equipa para lutar pelo título. Tudo mentira. Encontrei um clube pequeno, com um uma equipa ruim. Eu tinha estado no Mundial de 1986 e senti que a minha carreira estava a estagnar. Felizmente, em 1988 apareceu-me o convite do FC Porto, feito pessoalmente pelo presidente Pinto da Costa e o empresário Luciano D’Onofrio. Aceitei, claro, e recuperei o meu lugar na seleção do Brasil”, contou ao Maisfutebol em fevereiro de 2019.
 
 
A sua estreia de azul e branco aconteceu a 11 de setembro de 1988, numa visita ao Vitória de Guimarães, tendo jogado no lugar de Inácio – “que responsabilidade danada!” – numa partida marcada pela estreia de Vítor Baía, o que de certa forma lhe retirou pressão: “Todos os olhos estavam em cima dele. Eu acho que poucos se lembram que eu também fiz aí o meu primeiro jogo. (…) O jogo correu-me bem, sem muitos problemas. Mas só conseguimos empatar.”
 
Nesses dois anos de dragão ao peito, Branco conquistou o campeonato português em 1989-90 e a Supertaça Cândido de Oliveira em 1990, tendo ainda contabilizado 80 jogos e 12 golos. Os melhores, esses, ainda lhe estão na memória: “Um ao Farense, em que saí a driblar e acertei um remate ao ângulo; e outro ao Sporting, ao Ivkovic. Nem eu acreditei que esse remate, a quase 50 metros, podia entrar. Foram momentos assim que me permitiram ter hoje uma estátua no museu do FC Porto.”
 
 
Durante esse período venceu a Copa América 1989, esteve no Mundial 1990 e foi orientado por Quinito, “um homem inteligente, olhava o futebol de uma forma leve, bem-humorada”, e Artur Jorge, treinador “organizado e duro” que adorava Branco, mas que odiou a transferência do lateral esquerdo brasileiro para o Génova: “Ele queria bloquear a transferência, ficou chateado. Mas na altura achámos que era o melhor. A oferta financeira era irrecusável para o FC Porto e para mim. O presidente Pinto da Costa ainda contratou à pressa o Baltazar, um atacante do Atlético Madrid, para tentar acalmar o Artur.”
 
Entretanto voltou ao Brasil e ajudou o escrete a vencer o Campeonato do Mundo de 1994, tendo marcado o golo aos Países Baixos que valeu o apuramento para as meias-finais. De livre direto, claro.
 
 
 
 
 
      





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