Para muitos o melhor lateral esquerdo de sempre do FC Porto. Quem se lembra Branco?
Branco representou o FC Porto entre 1988 e 1990
O FC
Porto foi campeão europeu com Augusto Inácio, venceu a Taça
UEFA e a Liga
dos Campeões com Nuno Valente e conquistou a Liga
Europa com Álvaro Pereira. Depois deles, ainda houve Alex Telles. Mas é
Branco que é consensualmente considerado pelos adeptos portistas,
incluindo Pinto
da Costa, o melhor lateral de esquerdo de sempre dos azuis
e brancos.
O brasileiro, dotado de um pontapé-canhão
especialista em livres diretos, até esteve apenas pouco mais de dois anos nas
Antas, entre o verão de 1988 e outubro de 1990, mas deixou uma marca eterna. Depois de se ter afirmado no Fluminense,
clube pelo qual se sagrou campeão do Brasil em 1984, de ter marcado presença no
Mundial 1986 e na Copa América 1987 e de ter passado dois anos nos italianos do
Brescia, viu no FC
Porto, que um ano antes se tinha sagrado campeão europeu, o passo certo
para prosseguir a carreira. “Saí do Brescia, de Itália. Eles foram-me buscar ao
Fluminense
e prometeram que iam construir uma equipa para lutar pelo título. Tudo mentira.
Encontrei um clube pequeno, com um uma equipa ruim. Eu tinha estado no Mundial
de 1986 e senti que a minha carreira estava a estagnar. Felizmente, em 1988
apareceu-me o convite do FC
Porto, feito pessoalmente pelo presidente Pinto
da Costa e o empresário Luciano D’Onofrio. Aceitei, claro, e recuperei o
meu lugar na seleção do Brasil”, contou ao Maisfutebol
em fevereiro de 2019.
A sua estreia de azul e branco
aconteceu a 11 de setembro de 1988, numa visita ao Vitória
de Guimarães, tendo jogado no lugar de Inácio – “que responsabilidade danada!”
– numa partida marcada pela estreia de Vítor Baía, o que de certa forma lhe
retirou pressão: “Todos os olhos estavam em cima dele. Eu acho que poucos se
lembram que eu também fiz aí o meu primeiro jogo. (…) O jogo correu-me bem, sem
muitos problemas. Mas só conseguimos empatar.” Nesses dois anos de dragão ao
peito, Branco conquistou o campeonato português em 1989-90 e a Supertaça
Cândido de Oliveira em 1990, tendo ainda contabilizado 80 jogos e 12 golos.
Os melhores, esses, ainda lhe estão na memória: “Um ao Farense,
em que saí a driblar e acertei um remate ao ângulo; e outro ao Sporting,
ao Ivkovic. Nem eu acreditei que esse remate, a quase 50 metros, podia entrar.
Foram momentos assim que me permitiram ter hoje uma estátua no museu do FC
Porto.”
Durante esse período venceu a
Copa América 1989, esteve no Mundial 1990 e foi orientado por Quinito,
“um homem inteligente, olhava o futebol de uma forma leve, bem-humorada”, e Artur
Jorge, treinador “organizado e duro” que adorava Branco, mas que odiou a
transferência do lateral esquerdo brasileiro para o Génova:
“Ele queria bloquear a transferência, ficou chateado. Mas na altura achámos que
era o melhor. A oferta financeira era irrecusável para o FC
Porto e para mim. O presidente Pinto
da Costa ainda contratou à pressa o Baltazar, um atacante do Atlético
Madrid, para tentar acalmar o Artur.” Entretanto voltou ao Brasil e
ajudou o escrete a vencer o Campeonato do Mundo de 1994, tendo marcado o golo
aos Países Baixos que valeu o apuramento para as meias-finais. De livre direto,
claro.
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