Peixe e Ico lutam pela bola no Bonfim, em março de 2002 |
Dois clubes que já andaram entre
a elite do futebol português, embora com dimensões históricas bem
distintas, Vitória
de Setúbal e Alverca coincidiram
em três temporadas na I
Liga entre a segunda metade da década de 1990 e o início do século
XXI.
No saldo desses seis encontros,
há supremacia sadina:
quatro vitórias, um empate e uma derrota. Curiosamente, os ribatejanos
bateram os setubalenses
numa época em que a equipa do Bonfim
terminou o campeonato em 5.º lugar, e os vitorianos
alcançaram um duplo triunfo sobre o emblema
do concelho de Vila Franca de Xira numa temporada em que acabaram por
descer de divisão.
25 de outubro de 1998 – I
Liga (8.ª jornada)
Alverca
1-0 Vitória
FC
Na época de estreia na I
Liga, o Alverca
entrou na 8.ª jornada perto da zona de despromoção, tendo até então somado
cinco pontos fruto de cinco empates, entre os quais um em pleno Estádio da Luz
(2-2), enquanto os sadinos
tinham amealhado nove pontos.
À procura do primeiro triunfo de
sempre no primeiro
escalão, o conjunto orientado por Mário Wilson bateu os setubalenses
comandados por Carlos Cardoso por 1-0, através de um golo solitário de Filipe
Azevedo aos 52 minutos.
Pouco depois, aos 62’, as
expulsões de Hugo Costa e Amaral
deixaram ambas as equipas reduzidas a apenas dez elementos.
“Os sadinos
atacaram muito, mas criaram poucas oportunidades para marcar; filosofia
contrária apresentou o conjunto da casa: foi mais perigoso e eficaz no ataque”,
escreveu o Diário de Notícias.
14 de março de 1999 – I
Liga (25.ª jornada)
Vitória
FC 4-0 Alverca
Uma volta depois, o Vitória
de Carlos Cardoso ocupava o 7.º lugar, a seis pontos na zona europeia, enquanto
o Alverca
então já comandado por José Romão estava mergulhado na zona de despromoção
ainda que a apenas um ponto da primeira equipa acima da chamada linha de água.
No Bonfim,
os sadinos
golearam por expressivos 4-0, mas foi preciso esperar mais de uma hora de jogo
e por uma expulsão de Hugo Costa (50 minutos) para que o marcador fosse
inaugurado pelo azeri Velli Kasumov (64’). Toñito (73’), Maki (84’) e Chiquinho
Conde (89’) ampliaram a vantagem setubalense.
“Após o reatamento, o Alverca
voltou a acreditar que seria possível sair do Bonfim
com um resultado positivo e, aos 50 minutos, Nandinho ainda importunou Marco
Tábuas, mas, no contra-ataque organizado pelos sadinos,
Hugo Costa derrubou Kasumov, viu o segundo amarelo e, daí para a frente, tudo
se tornou mais complicado para o Alverca”,
escreveu o Diário de Notícias, que salientou o “alto nível” que o Vitória
exibiu na segunda parte.
28 de novembro de 1999 – I
Liga (12.ª jornada)
Vitória
FC 1-0 Alverca
Talvez a digerir mal o sucesso da
época anterior e o duplo confronto com AS
Roma para a Taça
UEFA, o Vitória
de Carlos Cardoso ocupava o último lugar da I
Liga à entrada para 12.ª jornada, enquanto o Alverca
de José Romão dava sinais de começar a consolidar o seu estatuto de
primodivisionário, pois era 8.º classificado, somava 17 pontos em onze jogos e
tinha vencido Sporting
e Benfica
e empatado nas Antas.
No entanto, os sadinos
deram uma prova de vida na receção aos ribatejanos
ao vencer por 1-0, fruto de um golo de Carlos Manuel aos 34 minutos, numa
altura em que atravessavam uma crise de salários em atraso, situação resolvida
através de um empréstimo de 50 mil contos sem juros por parte do ex-presidente
Justo Tomaz.
“Com os salários em dia a equipa
ficou menos pobre, pois amealhou mais três pontos e daí se poder dizer que este
ato poderá ter tido influência no resultado alcançado frente ao Alverca,
que saiu do Bonfim
com a sensação de que o empate teria sido o desfecho mais justo”, escreveu o Diário
de Notícias.
9 de abril de 2000 – I
Liga (29.ª jornada)
Alverca
0-1 Vitória
FC
Uma volta depois, o Alverca
continuava tranquilo – no 9.º lugar e com sete pontos de vantagem sobre a
primeira equipa em zona de despromoção –, ao passo que o Vitória,
agora já comandado por Rui Águas, permanecia abaixo da chamada linha de água,
ainda que a um ponto da zona de salvação.
Tal como na primeira volta, os setubalenses
venceram pela margem mínima. Desta feita, o herói de serviço foi Maki, ao
marcar o único golo da partida aos 36 minutos. E, tal como nos dois jogos da
época anterior, Hugo Costa foi expulso.
“Os sadinos
conseguiram, em 90 minutos, transferir para os seus adversários ribatejanos,
toda a pressão de quem, na corda bamba, se equilibra entre a despromoção e a
manutenção na I
Liga. A serenidade dos setubalenses
contrastou com o nervosismo e atrapalhação dos adversários e isso foi
determinante”, podia ler-se no Diário de Notícias.
14 de outubro de 2001 – I
Liga (8.ª jornada)
Alverca
1-1 Vitória
FC
Depois de passar a época 2000-01
na II
Liga, o Vitória
regressou ao primeiro
escalão, onde o Alverca
competia pela quarta temporada consecutiva. Quando se defrontaram, à 8.ª
jornada do campeonato de 2001-02, estavam igualadas na tabela classificativa e
assim continuaram.
Depois do avançado brasileiro
Hugo Henrique ter colocado os sadinos
de Jorge
Jesus em vantagem aos 19 minutos, Cajú empatou para os ribatejanos
de Carlos Pereira no início da segunda parte (52’). Já Hugo Costa, esse, foi
titular no eixo defensivo… dos vitorianos.
3 de março de 2002 – I
Liga (25.ª jornada)
Vitória
FC 2-1 Alverca
Uma volta depois, as duas equipas
apresentaram-se no Bonfim
com novos treinadores – Luís Campos no banco do Vitória
e Vítor Manuel no do Alverca
– e em dificuldades em fugir da zona de despromoção. Os sadinos
estavam na posição imediatamente acima da chamada linha de água, com 22 pontos,
mais dois do que o trio de lanternas-vermelhas: Farense,
Alverca
e Varzim.
Neste autêntico confronto direto,
Cajú silenciou os adeptos vitorianos
aos 73 minutos, quando abriu o ativo na conversão de uma grande penalidade, mas
o recém-entrado Hugo Henrique deu a volta ao jogo com dois golos de rajada, aos
88 e 89 minutos – o segundo golo foi obtido na transformação de um penálti.
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