sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Recorde todos os jogos entre Vitória FC e Alverca na I Liga

Peixe e Ico lutam pela bola no Bonfim, em março de 2002
Dois clubes que já andaram entre a elite do futebol português, embora com dimensões históricas bem distintas, Vitória de Setúbal e Alverca coincidiram em três temporadas na I Liga  entre a segunda metade da década de 1990 e o início do século XXI.
 
No saldo desses seis encontros, há supremacia sadina: quatro vitórias, um empate e uma derrota. Curiosamente, os ribatejanos bateram os setubalenses numa época em que a equipa do Bonfim terminou o campeonato em 5.º lugar, e os vitorianos alcançaram um duplo triunfo sobre o emblema do concelho de Vila Franca de Xira numa temporada em que acabaram por descer de divisão.
 
Vale por isso a pena recordar todos os seis jogos entre Vitória de Setúbal e Alverca na I Liga.
 
25 de outubro de 1998 – I Liga (8.ª jornada)
Na época de estreia na I Liga, o Alverca entrou na 8.ª jornada perto da zona de despromoção, tendo até então somado cinco pontos fruto de cinco empates, entre os quais um em pleno Estádio da Luz (2-2), enquanto os sadinos tinham amealhado nove pontos.
À procura do primeiro triunfo de sempre no primeiro escalão, o conjunto orientado por Mário Wilson bateu os setubalenses comandados por Carlos Cardoso por 1-0, através de um golo solitário de Filipe Azevedo aos 52 minutos.
Pouco depois, aos 62’, as expulsões de Hugo Costa e Amaral deixaram ambas as equipas reduzidas a apenas dez elementos.
“Os sadinos atacaram muito, mas criaram poucas oportunidades para marcar; filosofia contrária apresentou o conjunto da casa: foi mais perigoso e eficaz no ataque”, escreveu o Diário de Notícias.


 
14 de março de 1999 – I Liga (25.ª jornada)
Uma volta depois, o Vitória de Carlos Cardoso ocupava o 7.º lugar, a seis pontos na zona europeia, enquanto o Alverca então já comandado por José Romão estava mergulhado na zona de despromoção ainda que a apenas um ponto da primeira equipa acima da chamada linha de água.
No Bonfim, os sadinos golearam por expressivos 4-0, mas foi preciso esperar mais de uma hora de jogo e por uma expulsão de Hugo Costa (50 minutos) para que o marcador fosse inaugurado pelo azeri Velli Kasumov (64’). Toñito (73’), Maki (84’) e Chiquinho Conde (89’) ampliaram a vantagem setubalense.
“Após o reatamento, o Alverca voltou a acreditar que seria possível sair do Bonfim com um resultado positivo e, aos 50 minutos, Nandinho ainda importunou Marco Tábuas, mas, no contra-ataque organizado pelos sadinos, Hugo Costa derrubou Kasumov, viu o segundo amarelo e, daí para a frente, tudo se tornou mais complicado para o Alverca”, escreveu o Diário de Notícias, que salientou o “alto nível” que o Vitória exibiu na segunda parte.


 
28 de novembro de 1999 – I Liga (12.ª jornada)
Talvez a digerir mal o sucesso da época anterior e o duplo confronto com AS Roma para a Taça UEFA, o Vitória de Carlos Cardoso ocupava o último lugar da I Liga à entrada para 12.ª jornada, enquanto o Alverca de José Romão dava sinais de começar a consolidar o seu estatuto de primodivisionário, pois era 8.º classificado, somava 17 pontos em onze jogos e tinha vencido Sporting e Benfica e empatado nas Antas.
No entanto, os sadinos deram uma prova de vida na receção aos ribatejanos ao vencer por 1-0, fruto de um golo de Carlos Manuel aos 34 minutos, numa altura em que atravessavam uma crise de salários em atraso, situação resolvida através de um empréstimo de 50 mil contos sem juros por parte do ex-presidente Justo Tomaz.
“Com os salários em dia a equipa ficou menos pobre, pois amealhou mais três pontos e daí se poder dizer que este ato poderá ter tido influência no resultado alcançado frente ao Alverca, que saiu do Bonfim com a sensação de que o empate teria sido o desfecho mais justo”, escreveu o Diário de Notícias.


 
9 de abril de 2000 – I Liga (29.ª jornada)
Uma volta depois, o Alverca continuava tranquilo – no 9.º lugar e com sete pontos de vantagem sobre a primeira equipa em zona de despromoção –, ao passo que o Vitória, agora já comandado por Rui Águas, permanecia abaixo da chamada linha de água, ainda que a um ponto da zona de salvação.
Tal como na primeira volta, os setubalenses venceram pela margem mínima. Desta feita, o herói de serviço foi Maki, ao marcar o único golo da partida aos 36 minutos. E, tal como nos dois jogos da época anterior, Hugo Costa foi expulso.
“Os sadinos conseguiram, em 90 minutos, transferir para os seus adversários ribatejanos, toda a pressão de quem, na corda bamba, se equilibra entre a despromoção e a manutenção na I Liga. A serenidade dos setubalenses contrastou com o nervosismo e atrapalhação dos adversários e isso foi determinante”, podia ler-se no Diário de Notícias.


 
14 de outubro de 2001 – I Liga (8.ª jornada)
Depois de passar a época 2000-01 na II Liga, o Vitória regressou ao primeiro escalão, onde o Alverca competia pela quarta temporada consecutiva. Quando se defrontaram, à 8.ª jornada do campeonato de 2001-02, estavam igualadas na tabela classificativa e assim continuaram.
Depois do avançado brasileiro Hugo Henrique ter colocado os sadinos de Jorge Jesus em vantagem aos 19 minutos, Cajú empatou para os ribatejanos de Carlos Pereira no início da segunda parte (52’). Já Hugo Costa, esse, foi titular no eixo defensivo… dos vitorianos.

 
 
3 de março de 2002 – I Liga (25.ª jornada)
Uma volta depois, as duas equipas apresentaram-se no Bonfim com novos treinadores – Luís Campos no banco do Vitória e Vítor Manuel no do Alverca – e em dificuldades em fugir da zona de despromoção. Os sadinos estavam na posição imediatamente acima da chamada linha de água, com 22 pontos, mais dois do que o trio de lanternas-vermelhas: Farense, Alverca e Varzim.
Neste autêntico confronto direto, Cajú silenciou os adeptos vitorianos aos 73 minutos, quando abriu o ativo na conversão de uma grande penalidade, mas o recém-entrado Hugo Henrique deu a volta ao jogo com dois golos de rajada, aos 88 e 89 minutos – o segundo golo foi obtido na transformação de um penálti.

















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