quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

A minha primeira memória de… um jogo entre Sp. Braga e Estrela Vermelha

Jorge Luiz tenta desarmar um atacante sérvio
Pela segunda vez nas competições europeias em anos consecutivos – a primeira desde a extinção da Taça das Taças –, o Sp. Braga procurava dar seguimento internacional à ascensão que estava a ter a nível doméstico, numa altura em que começava a afirmar-se como quarta força do futebol português, até pelo declínio do Boavista.
 
Depois de na época anterior terem caído na primeira eliminatória da Taça UEFA aos pés dos escoceses do Hearts, com derrota em Edimburgo (1-3) e empate na Pedreira (2-2), os bracarenses tinham pela frente na primeira ronda de 2005-06 um clube bem reputado a nível continental, o Estrela Vermelha de Belgrado, campeão europeu e vencedor da Taça Intercontinental em 1991.
 
Na altura, o plantel do vice-campeão da Sérvia e Montenegro era composto sobretudo por jogadores desconhecidos. No entanto, passados todos estes anos, é visível que vários futebolistas sérvios conseguiram mostrar a sua qualidade a nível internacional, como o guarda-redes Vladimir Stojkovic (Sporting), o defesa central Milan Bisevac (Paris Saint-Germain, Lyon e Lazio), o lateral direito Dusan Basta (Udinese e Lazio), o lateral esquerdo Aleksandar Lukovic (Udinese e Zenit), o extremo Bosko Jankovic (Maiorca, Palermo, Génova e Hellas Verona) e o gigante ponta de lança Nikola Zigic (Racing Santander, Valência e Birmingham). Já o ponta de lança montenegrino Milan Purovic veio a passar pelo Sporting, ainda que sem grande sucesso. O treinador era o antigo internacional italiano Walter Zenga.

Na primeira-mão, em Belgrado, o Sp. Braga conseguiu arrancar um empate a zero, perante 35 mil espetadores. “O empate sem golos arrancado pelo Sp. Braga no terreno do Estrela Vermelha, em Belgrado, é um resultado que permite aos arsenalistas sonhar com a passagem à segunda eliminatória da Taça UEFA. Confirmando o bom início de campeonato – a equipa treinada por Jesualdo Ferreira é uma das líderes da I Liga portuguesa –, os minhotos deram grande réplica ao adversário. Depois de nos primeiros minutos o Estrela Vermelha ter revelado maior pendor atacante, o conjunto português equilibrou as operações. E Vandinho chegou mesmo a enviar a bola ao poste, aos sete minutos. Mais tarde, Purovic também rematou ao poste, num dos lances mais perigosos dos anfitriões. Apesar das oportunidades, o nulo persistiu”, resumiu o Diário de Notícias.
 
 
Para o jogo na Pedreira a expetativa era grande, mas o Sp. Braga não foi além de uma igualdade a um golo que deu ao Estrela Vermelha o apuramento para a fase de grupos da Taça UEFA.
 
Os sérvios colocaram-se em vantagem logo aos dez minutos, por Purovic, após assistência do gigante Zigic (2,02 m). Por seu turno, os bracarenses só chegaram ao empate aos 85’, por Jaime, a cabecear certeiro na resposta a um livre apontado por Rossato sobre a direita. Ainda deu para sonhar com o apuramento durante alguns instantes…
 
“O Sp. Braga voltou a falhar. Ponto final. Tal como há sensivelmente um ano, a equipa reunia todas as condições para com um bocadinho de engenho garantir o apuramento que seria histórico para a fase de grupos da Taça UEFA, mas deixou-se cair no último degrau de uma subida que seria natural na direta proporção do crescimento do clube. O que mudou então no espaço de um ano? No essencial nada, a cidade continua fora da rota europeia e esse é um registo que nenhuma conquista moral consegue consolar. No acessório mudou alguma coisa. Desta vez pelo menos a equipa não caiu tão redonda como há um ano, incapaz de ultrapassar as próprias fraquezas de espírito. Frente ao Hearts, na época passada, uma equipa francamente inferior, os bracarenses foram derrubados pela própria incapacidade, frente ao Estrela Vermelha, esta época, uma equipa bem mais tarimbada, os bracarenses foram derrubados por uma matreirice enorme de um adversário habituado a estas andanças e por uma infelicidade cruel. A formação de Jesualdo Ferreira assumiu-se desde o início como candidata natural a seguir em frente, puxou dos galões que se lhe exigiam e tratou de mandar no jogo do início ao fim. Com um coração enorme, capaz de aguentar o cinismo de um adversário que defendia com onze e terminou o jogo a atacar apenas com dois, os bracarenses atiraram-se com todas as forças à procura do golo e criaram situações suficientes para sair do jogo com uma goleada sobre o Estrela Vermelha. Um guarda-redes enorme, que impediu cinco ou seis golos certos, e um infortúnio ainda maior ditaram a eliminação da equipa”, escreveu o Maisfutebol.
 
 
 
Dois anos depois, em dezembro de 2007, um Sp. Braga mais consolidado a nível europeu recebeu e bateu o Estrela Vermelha por 2-0, com golos de Roland Linz (11’) e Wender (66’), numa partida a contar para a fase de grupos da Taça UEFA.
 









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