Figo voltou à Catalunha em fevereiro de 2002 |
13 de fevereiro de 2002. Portugal
e Espanha mediam forças num jogo particular no Estádio Olímpico Montjuïc, em
Barcelona, tendo em vista a preparação para o Campeonato
do Mundo desse ano. Nessa altura, os compromissos das seleções nacionais
não estavam tão organizados no calendário anual como estão hoje, pelo que quase
todos os meses se realizavam jogos, muitas das vezes a meio de uma semana que começava
e acabava com campeonatos nacionais.
Para se ter a noção, FC
Porto, Benfica
e Sporting
jogaram a 10 de fevereiro, a seleção nacional jogou a dia 13 e nos dias 16 e 17
os jogadores desses clubes voltaram a competir no campeonato. E tudo isto com
uma viagem até à Catalunha
pelo meio.
Nesse jogo, a seleção nacional
não contou com Rui Costa, mas apresentou um onze bem próximo tanto do que
concluiu a qualificação para o Mundial
2002 como do que viria a jogar na fase final: Ricardo na baliza, Jorge
Costa e Fernando Couto no centro da defesa, Frechaut e Rui Jorge nas laterais,
Vidigal a segurar o meio-campo, Hugo Viana como elemento de ligação no miolo,
Figo e Sérgio
Conceição nas alas e João Vieira Pinto no apoio a Pauleta. Curiosamente,
apenas dois clubes portugueses estiveram representados no onze de António
Oliveira: Boavista
(Ricardo e Frechaut) e Sporting
(Rui Jorge, Hugo Viana e JVP). Jorge Costa, nessa altura, estava emprestado
pelo FC
Porto aos ingleses do Charlton.
Já a seleção espanhola apresentou-se
desfalcada, sem duas das suas principais figuras, Fernando Hierro e Raúl, ambos
do Real Madrid. Com o Barcelona
a atravessar uma fase de menor fulgor – ao contrário de Valência e Deportivo da
Corunha –, o onze de José António Camacho apresentava jogadores de vários
clubes: Casillas
e Morientes do Real Madrid, Curro Torres, Baraja e Vicente do Valência, Nadal
do Maiorca, Puyol, Sergi e Xavi do Barcelona,
o estreante Joaquín do Betis e Tamudo do Espanyol.
Em Barcelona, o jogo começou
depois de um minuto de silêncio em memória de Travassos, um dos cinco violinos
do Sporting,
falecido na véspera. E se esse momento foi de silêncio, sempre que Luís Figo
tocava na bola ouviam-se assobios. Ainda estava fresca na memória dos adeptos
catalães a transferência do n.º 7 da seleção nacional do Barça
para o Real Madrid um ano e meio antes.
Curiosamente, foi do pé direito
de Figo que nasceu o golo inaugural, aos 29 minutos. O craque merengue executou um livre lateral para
o interior da área espanhola e Jorge Costa antecipou-se a Casillas
para cabecear para o 0-1.
“Tinha que vir dos pés de Figo.
Estava escrito. Um livre do extremo e o movimento de Jorge Costa na área a
antecipar-se aos defesas adversários. O mesmo Figo e Pauleta já tinham tentado
antes, mas o cabeceamento passara por cima da trave. Gritou-se golo em surdina
nas bancadas. Desta vez, o abnegado Puyol, que, em aflição, cortara jogadas
perigosas minutos antes, não estava lá. E a Espanha sofria primeiro golpe na Catalunha,
a terra inimiga do melhor do mundo desde há dois anos”, escreveu o Maisfutebol.
Espanha respondeu aos 41 minutos,
praticamente na mesma moeda: livre lateral de Vicente, alguma atrapalhação na
área portuguesa e a bola a sobrar para Morientes, que a introduziu no fundo das
redes. Ainda antes do intervalo, ficou sentenciado o resultado.
“Portugal entrara para a partida
com personalidade. E tivera as suas oportunidades. E a Espanha empataria. Num
livre da esquerda, com o inevitável Morientes a finalizar. Agora, seria a vez
da Seleção Nacional passar por momentos aflitivos. Com Ricardo a passar por um
mau bocado. E Fernando Couto e Jorge Costa a cortarem, em esforço, a maior
parte das bolas. Figo voltaria a testar Casillas
ao cair da primeira parte, mas o remate saiu à figura. «Viva la España», gritava-se nas bancadas. O árbitro apitava para o
intervalo. Oliveira pôs a sua equipa a jogar de igual para igual desde o apito
inicial. Na segunda parte, apesar da tentativa da Espanha em empurrar a Seleção
portuguesa para a sua grande área, o perigo não deixou de existir perto da
baliza de Casillas
e, depois, de Cañizares. As substituições pouco foram sentidas pelas equipas,
que procuravam isso sim levar a melhor sobre a contrária. E a bola foi estando
aqui, foi estando ali. No final, voltaria o sufoco. Tristán deu maior
mobilidade e perigo ao ataque, tal como Valerón, Munitis e Mendieta maior
consistência ao meio-campo do conjunto de Camacho. Simão tornara-se mais
expressivo no lado esquerdo português, mas não conseguia dar continuidade às
jogadas que criava. Quem marcasse venceria o particular. Ninguém marcou e
Oliveira teve um bom teste para tirar ilações. Nota suficiente!”, prosseguiu o
portal desportivo.
Um ano e meio depois, as duas seleções defrontaram-se em Guimarães, num dos infinitos encontros de preparação de Portugal para o Euro 2004. Espanha venceu por 3-0, com golos de Etxeberria (11'), Joaquín (64') e Diego Tristán (77').
E para o caro leitor, qual é o primeiro jogo entre Portugal e Espanha de que tem memória? E quais foram as melhores e mais marcantes jogos de sempre entre as duas seleções?
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