Benfica e Vitória de Guimarães defrontaram-se mais de 180 vezes |
Há muito que os jogos entre Benfica
e Vitória
de Guimarães ganharam o estatuto de clássico de futebol português. Afinal,
ambos já se defrontaram em quase 180 ocasiões, incluindo duas finais da Taça
de Portugal e uma decisão da Supertaça Cândido de Oliveira.
6 de maio de 1993 – Taça
de Portugal (meias-finais)
A jogar em casa, os vimaranenses estiveram em vantagem até à reta final do encontro, mas o treinador benfiquista Toni recorreu ao banco para conseguir a reviravolta. Aos 78 minutos, o suplente utilizado Isaías restabeleceu a igualdade ao desviar ao primeiro poste um livre lateral apontado pelo sueco Stefan Schwarz no lado esquerdo. E ao cair do pano, outro recém-entrado, Rui Águas, concluiu a reviravolta ao aproveitar um erro de Basílio que o deixou isolado (89’).
26 de março de 1995 – I
Divisão (26.ª jornada)
A primeira vitória de sempre do Vitória
de Guimarães em casa do Benfica
– depois voltou a vencer no reduto dos encarnados
em 1996-97 e 2008-09 no campeonato
e em 2005-06 e 2009-10 na Taça
de Portugal.Campeão em título, mas já pontualmente do líder FC Porto e do vice-líder Sporting, as águias então orientadas por Artur Jorge deixaram definitivamente de ter esperança no bicampeonato após a receção aos vimaranenses dirigidos por Quinito.
Numa tarde de sol no antigo Estádio da Luz, Quim Berto abriu o ativo para os minhotos aos cinco minutos. O Benfica empatou aos 23’, através de um cabeceamento do brasileiro Edílson na sequência de um livre lateral, e enviou três bolas ao poste da baliza defendida por Nuno Espírito Santo nos minutos que se seguiram: Dimas (25’), Edílson (30’) e Paulo Bento (38’).
Quem não marca arrisca-se a sofrer e foi isso que aconteceu aos encarnados, que viram Gilmar devolver a vantagem aos vimaranenses ao cair do pano da primeira parte na resposta a um canto a partir do lado direito. No segundo tempo, o ex-lateral benfiquista José Carlos fez o 1-3 final para o Vitória (64’), que esteve perto da goleada quando Emerson acertou no poste já nos derradeiros minutos do encontro.
“Esse golo ficou sempre na minha memória, pois o guarda-redes do Benfica era o Preud’homme. Fizemos um grande jogo. Depois disso o Vitória deixou de ter medo de jogar na Luz e seguiram-se outros triunfos”, recordou Quim Berto ao Record em janeiro de 2015.
30 de maio de 1997 – I
Liga (33.ª jornada)
Devido à interdição do Estádio da
Luz, o Benfica
de Manuel José jogou na condição de visitado a mais de 200 quilómetros de casa,
em Campo Maior.Numa altura em que as águias já sabiam que iam terminar o campeonato em terceiro lugar, foram surpreendidas por um Vitória de Jaime Pacheco com aspirações europeias. O antigo extremo benfiquista Vítor Paneira inaugurou o marcador pouco depois da hora de jogo (63’), tendo Quim Berto sentenciado o resultado à beira do apito final (89’).
25 de janeiro de 2004 – I
Liga (19.ª jornada)
O
jogo em que aquilo que menos interessou foi o resultado.Numa noite chuvosa em Guimarães, em que o empate a zero resistiu até ao minuto 90, quando Fernando Aguiar introduziu a bola na baliza vimaranense na sequência de uma série de ressaltos, com Miki Fehér a ser um dos que tocou na bola antes de esta chegar ao luso-canadiano.
Logo a seguir, o avançado húngaro do Benfica foi advertido com o cartão amarelo por impedir um lançamento lateral dos minhotos e, após abaixar-se ligeiramente, caiu inanimado no relvado. Enquanto médicos e bombeiros tentavam reanimar o atacante dos encarnados, vários jogadores não controlaram as emoções, levaram as mãos à cabeça e desataram a chorar compulsivamente. Absolutamente arrepiante.
Entretanto, Fehér foi levado para o hospital e sai do estádio debaixo de cânticos de incentivo e de uma ovação dos adeptos afetos às duas equipas. O jogo recomeçou simbolicamente com o lançamento lateral que tinha ficado por fazer, mas Olegário Benquerença apitou imediatamente para o fim do jogo. Ninguém tinha cabeça para mais futebol, o que interessava era a vida do jogador, um jovem de 24 anos que estava em Portugal desde os 19, quando foi contratado pelo FC Porto, e que acabou por morrer nessa noite.
18 de fevereiro de 2006 – I
Liga (23.ª jornada)
Apesar de ter um plantel recheado
de bons jogadores, como Geromel, Paíto,
Neca, Wesley, Benachour ou Saganowski, o Vitória
então orientado por Vítor Pontes teimava em não sair da zona de despromoção e o
fantasma da descida de divisão já pairava em Guimarães.Para apoiar a equipa, uma multidão de vitorianos invadiu as ruas da cidade e formou um cordão humano que acompanhou o autocarro do Vitória desde o hotel até ao estádio, numa iniciativa promovida pela Associação Vitória Sempre.
A onda branca criada nas ruas, janelas e montras de lojas de Guimarães motivou a equipa, que venceu por 2-0, com os golos a serem apontados pelo dinamarquês Svärd (21 minutos) e pelo médio internacional português Neca (71’).
O triunfo acabou por revelar-se insuficiente para os minhotos, que no final da temporada acabaram por ser despromovidos. Já o Benfica, na altura dirigido por Ronald Koeman, ficou mais longe de revalidar o título.
26 de maio de 2013 – Taça
de Portugal (final)
O Benfica
procurava no Jamor salvar uma época que parecia muito bem encaminhada, mas que
teve um final para esquecer, sobretudo pelas derrotas com golos aos 92 minutos
no Dragão
ante o FC
Porto e em
Amesterdão frente ao Chelsea, que fizeram a equipa de Jorge
Jesus perder o campeonato
e a Liga
Europa.Já o Vitória de Rui Vitória, a marcar presença pela sexta vez na final da Taça, queria conquistar o troféu pela primeira vez e engrossar o palmarés 25 anos depois de ter vencido a Supertaça.
O Benfica até entrou melhor, inaugurando o marcador à passagem da meia hora por Nico Gaitán, e segurou a vantagem até perto do final do encontro. No entanto, Crivellaro aproveitou um mau passe do guarda-redes encarnado Artur Moraes para isolar Soudani, que empatou o encontro aos 79 minutos; e pouco depois Ricardo Pereira, com um remate de pé esquerdo de fora da área que ainda desviou em Luisão, apontou o golo da reviravolta (81’).
Após o apito final, o avançado benfiquista Óscar Cardozo perdeu a cabeça e confrontou Jorge Jesus.
17 de maio de 2015 – I
Liga (33.ª jornada)
Com três pontos de avanço sobre o
FC
Porto e vantagem no confronto direto, bastava ao Benfica
fazer em Guimarães o mesmo resultado que os dragões
no Restelo, na penúltima jornada, para assegurar a conquista do bicampeonato.Fora do estádio, adeptos benfiquistas e vimaranenses envolveram-se em confrontos ainda antes do início de um jogo sem grandes oportunidades, em que nem o Vitória de Rui Vitória nem o Benfica de Jorge Jesus marcaram qualquer golo, arrastando o nulo até ao apito final.
No outro encontro com implicações para a atribuição do título, o FC Porto esteve em vantagem desde o final da primeira parte até bem perto do fim do encontro, quando o Belenenses chegou ao empate (1-1).
Assim sendo, o Benfica sagrou-se campeão nacional pela 34.ª vez.
13 de maio de 2017 – I
Liga (33.ª jornada)
Mais uma ocasião em que o Benfica
poderia garantir a conquista do título, e logo de um título histórico, o
inédito tetracampeonato. Com cinco pontos de vantagem sobre o FC
Porto, as águias
então orientadas por Rui Vitória seriam campeãs em caso de triunfo, mas não
acusaram qualquer tipo de ansiedade, apesar da valia do adversário, quarto
classificado da I
Liga.Com dois golos nos primeiros 16 minutos, da autoria de Cervi (11’) e Raúl Jiménez (16’), a missão dos encarnados ficou encaminhada. E mais ainda ficou com mais dois golos antes do intervalo, apontados por Pizzi (37’) e Jonas (44’), este último através de um magnífico chapéu ao guarda-redes vimaranense Douglas. No segundo tempo, o avançado brasileiro bisou, na conversão de uma grande penalidade (67’), e estabeleceu o resultado final, perante um clima de grande festa nas bancadas do Estádio da Luz.
28 de maio de 2017 – Taça
de Portugal (final)
Quatro anos depois, os dois
clubes voltaram a defrontar-se no Jamor e Rui Vitória conquistou novamente a Taça
de Portugal, mas desta feita como treinador do Benfica.Num jogo bem mais equilibrado do que aquele que se realizou na Luz duas semanas antes, as águias só chegaram ao golo no início da segunda parte, por intermédio de Raúl Jiménez, na recarga a um remate de fora da área de Jonas (48’). Nos festejos, o avançado mexicano colocou a máscara de Sin Cara, então um lutador da WWE.
Cinco minutos depois, um cabeceamento certeiro de Salvio na resposta a um cruzamento de Nélson Semedo colocou o resultado em 2-0 (53’) e deixou os encarnados com uma mão na 26.ª Taça de Portugal do seu palmarés.
O melhor que o Vitória de Pedro Martins conseguiu foi reduzir a desvantagem, através de um golpe de cabeça do sul-africano Zungu, na sequência de um canto batido por Raphinha a partir do lado esquerdo (78’).
5 de agosto de 2017 – Supertaça
Cândido de Oliveira
Por ter sido finalista da Taça
de Portugal, e uma vez que o Benfica
ganhou a dobradinha, o Vitória
de Guimarães teve direito a jogar a Supertaça e tentou repetir o feito de
1988, quando venceu a prova.Num jogo em Aveiro, as duas equipas apresentaram-se algo desfalcadas em relação à época anterior, mas as águias sentiram menos as ausências, conseguindo rapidamente construir uma vantagem de 2-0, com golos de Jonas aos seis minutos, na sequência de um mau alívio do guarda-redes Miguel Silva, e de Seferovic aos onze, a passe de Pizzi.
O Vitória de Pedro Martins reduziu a desvantagem ainda no final da primeira parte, por Raphinha (43’), após uma defesa incompleta de Bruno Varela. No entanto, o Benfica de Rui Vitória sentenciou o resultado e confirmou a conquista da sua sétima Supertaça já nos derradeiros minutos, por intermédio do recém-entrado Raúl Jiménez, assistido por Pizzi (83’).
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