Liedson em dificuldades para se impor ante os defesas escoceses |
Tendo eu nascido em 1992 e só ter
pouco mais de um ano e meio quando o Sporting
defrontou o Celtic
numa eliminatória da Taça
UEFA no final de 1993, as minhas primeiras memórias de jogos entre leões
e equipas escocesas remontam a abril de 2008, quando os verde
e brancos mediram forças com o Glasgow
Rangers nos quartos de final da segunda prova europeia.
Na altura, ainda estava fresca a
campanha que tinha levado o Sporting
à final da Taça
UEFA em 2005. Por isso, a equipa portuguesa tinha razões para acreditar que
podia chegar longe na competição, até porque vinha da Liga
dos Campeões, onde só tinha sido superado pelo Manchester United e pela
Roma na fase de grupos, antes de ter afastado Basileia e Bolton da Taça
UEFA.
E, verdade seja dita, o Rangers
não era propriamente um bicho papão, embora também tivesse caído da Champions
(atrás de Barcelona
e Lyon) e dividisse a hegemonia do futebol escocês com o rival Celtic.
A formação do Ibrox tinha um núcleo duro composto por jogadores da seleção da
Escócia, aos quais se juntavam os defesas Sasa Papac e Carlos Cuéllar, o médio
Hemdani, o extremo Steven Davis e os avançados Darcheville e Nacho Novo.
A primeira mão foi no ambiente
sempre escaldante de Glasgow e o Sporting
saiu de lá com um empate a zero. Um empate satisfatório, mas simultaneamente
perigoso, pois uma igualdade com golos em Alvalade atiraria os leões
para fora da competição.
“A primeira mão dos
quartos-de-final da Taça
UEFA terminou com um empate a zero, num encontro que o Sporting
até podia ter aproveitado para selar o destino da eliminatória, uma vez que
demonstrou ser claramente superior a um Glasgow
Rangers que, mesmo a jogar em casa, fez da missão de não sofrer golos a
principal prioridade”, sintetizou jornal O
Jogo.
Em Lisboa, o Sporting
esteve por cima durante grande parte do tempo, mas o golo tardava em chegar. Porém,
o Rangers
aproveitou o facto de os leões
estarem a arriscar muito para explorarem o contra-ataque e inaugurarem o
marcador à passagem da hora de jogo, por Jean-Claude Darcheville, com o
ex-avançado do Bordéus a só ter de encostar após passe de Steven Davis. E já em
tempo de compensação Steven Whittaker arrancou pelo meio-campo leonino, deixou
meia equipa verde
e branca para trás e bateu Rui
Patrício.
“O Sporting
estava avisado para o estilo retranqueiro, cobarde, mas eficaz, do Rangers,
que se apoia numa organização defensiva sólida, sempre à espreita do erro
adversário, empreendendo loucas correrias no contra-ataque. Proibida de sofrer
golos, a equipa leonina tropeçou na sua própria ansiedade: aos 60’, quando carregava
e, com maior pressão ofensiva, tentava escancarar a baliza de McGregor para
abrir a porta das meias da UEFA,
uma falha à entrada do seu meio campo defensivo, num lance aparentemente
controlável – por Veloso e Gladstone –, concedeu a Davis a hipótese de arrancar
na direção da grande área para depois convidar Darcheville a depositar uma
imensa pedra de gelo nas redes. A maior valia atlética da formação
escocesa – a mesma que neutralizou pequenotes como Romagnoli, Moutinho,
Izmailov ou Liedson – sobrepunha-se à dimensão técnica dos lisboetas. O 0-2
final, obtido já nos descontos, embora tenha resultado de outro brinde – de
Abel, no caso –, não foi mais do que consequência da descompensação tática a
que os verdes e brancos se expuseram a partir dos 77’ – saída de Grimi e
entrada de Tiuí, ficando a linha de retaguarda reduzida a três elementos –, na
esperança (vã) de alcançar um golo redentor”, explicou o jornal O Jogo.
Três anos depois, os dois clubes
voltaram a defrontar-se. A primeira-mão foi novamente no Ibrox, onde o Sporting
até arrancou um empate positivo, a um golo, com Matías Fernández a estabelecer
a igualdade ao minuto 88 depois de o Rangers
se ter adiantado no marcador por intermédio de… Steven Whittaker (66’).
Em Alvalade, o Sporting
até começou a perder, quando o avançado senegalês El-Hadji Diouf inaugurou o
marcador para os escoceses
aos 20 minutos. No entanto, Pedro Mendes empatou ainda na primeira parte (42’)
e Yannick
Djaló marcou o golo da reviravolta já na reta final da segunda (83’).
Contudo, quando os leões
já tinham um pé e meio nos oitavos de final da Liga
Europa, Sasa Papac fez o 2-2 ao cair do pano (90+2’), apurou o Rangers
para a próxima ronda e fez o então treinador sportinguista
Paulo Sérgio deixar o cargo.
Sem comentários:
Enviar um comentário