Indicado pela Federação
Portuguesa de Futebol como um dos dois clubes para ascender à II Liga, o Futebol
Clube de Vizela vai regressar a um patamar competitivo em que competiu por
cinco vezes na sua história. Por ser um dos dois líderes das quatros séries do Campeonato
de Portugal com mais pontos, o emblema minhoto
vê premiado o desempenho não só desta temporada como das duas anteriores, em
que concluiu a Série A no primeiro lugar.
Já após ter estado ao patamar
maior do futebol português em 1984-85, tendo descido imediatamente à II
Divisão, os vizelenses subiram pela primeira vez à II Liga em 2005, tendo
permanecido no segundo escalão por quatro temporadas. Em 2007-08 esteve mesmo
perto de ascender à I Liga, mas ficou a um ponto do Rio Ave, que terminou o
campeonato em zona de promoção.
Em 2008-09 o Vizela concluiu a
temporada em 10.º lugar, a meio da tabela, mas a Liga Portuguesa de Futebol
Profissional decretou a descida à II Divisão B, devido a um processo de
corrupção num jogo realizado em 2002-03.
Em 2016 a formação da AF
Braga voltou a subir à II Liga, mas desceu logo no ano seguinte.
Agora que está garantida a sexta
participação do Vizela na II Liga, vale a pena recordar os dez futebolistas com
mais jogos pelo clube no segundo escalão.
10. Williams (53 jogos)
Williams |
Lateral/Extremo esquerdo
brasileiro, chegou ao Vizela no verão de 2007, já depois de ter alcançado
alguma experiência na I Liga ao serviço de Gil
Vicente e Paços
de Ferreira.
Logo na época de estreia assumiu
o estatuto de titular, tendo disputado 26 jogos (24 a titular) e apontado três
golos, a Estoril
e Varzim (dois), ajudando os minhotos
a obter o 3.º lugar no campeonato, a poucos pontos de Trofense e Rio Ave, que
conseguiram subir de divisão.
A temporada seguinte foi menos
conseguida para a equipa e para Williams, que disputou 28 encontros (20 a
titular) e faturou por uma vez, diante do Varzim. Porém, apesar do 10.º lugar
obtido em campo, a justiça desportiva despromoveu o Vizela à II Divisão B no
âmbito do caso Apito Dourado.
Depois Williams prosseguiu a
carreira em Portugal, com exceção da temporada 2010-11, passada nos romenos do
Brasov. Atualmente joga no Ponte da Barca, nos distritais da AF Viana do
Castelo.
9. Pedro Caravana (53 jogos)
Pedro Caravana |
Disputou 53 jogos tal como
Williams, mas esteve em campo mais 230 minutos – 3873 contra 3643. Extremo
formado no Gil
Vicente, chegou a jogar pelos gilistas
na I Liga, mas depois passou por Bragança, Penafiel
e Lousada até chegar a Vizela no verão de 2004.
Na época de estreia foi muito
importante para a promoção à II Liga, sob a orientação de Carlos Garcia, e
manteve a influência na equipa durante mais dois anos no segundo escalão,
ajudando a assegurar a permanência. Em 2005-06 disputou em 26 jogos (21 a
titular) e marcou três golos, a Moreirense, Gondomar e Maia. Na temporada
seguinte participou em 27 encontros (23 a titular) e faturou por duas vezes, a Portimonense
e Estoril.
8. Riça (54 jogos)
Riça |
Quando chegou a Vizela no verão
de 2007, este guarda-redes tinha acabado de deixar o clube de toda uma vida, o
Desp. Chaves – a exceção foi na primeira metade da época 1998-99, quando
representou os espanhóis do Ourense durante alguns meses.
Logo na primeira temporada
destronou Baptista, o dono da baliza em 2006-07, tendo sido ao longo das 30
jornadas e sofrido 21 golos, o que ajudou a fazer da defesa vizelense a menos
batida do campeonato, a par do Trofense.
Na época seguinte não foi sempre
titular, porque Murta atirou-o para o banco nos seis últimos jogos após um
lance em que foi mal batido num encontro frente ao Santa
Clara, tendo assim participado em 24 encontros e sofrido 28 golos. Porém,
viveu um momento inesperado na visita ao Sp. Covilhã, ao ver um pontapé livre
indireto da sua autoria resultar em golo, embora com a contribuição do guardião
adversário, Igor Araújo, que ainda tocou na bola antes desta entrar – sem esse
toque, o golo seria ilegal.
Após essa temporada, que culminou
na despromoção do Vizela por via administrativa, prosseguiu a carreira na II
Liga com as camisolas de Trofense, Belenenses
e Penafiel.
7. Serjão (57 jogos)
Serjão |
Possante ponta de lança
brasileiro, chegou a Vizela por empréstimo da Académica no verão de 2006 depois
de ter acumulado experiência na I e na II Liga portuguesa com as camisolas de Portimonense
e da briosa.
Na primeira época foi quase titular,
tendo participado nas 30 jornadas (24 a titular) e apontado seis golos,
ajudando os minhotos
a assegurar a permanência a várias jornadas do fim.
Na segunda época perdeu espaço
para Nuno Sousa e Rincón, não indo além de 10 jogos a titular (num total de 27)
e de um solitário golo, na vitória sobre o Freamunde na antepenúltima ronda.
Após dois anos de azul e branco despediu-se
de Portugal e rumou ao futebol cipriota.
6. Guerra (70 jogos)
Guerra |
Médio de características
defensivas, trocou o Leixões pelo Vizela no verão de 2006 e ficou no emblema minhoto
até 2011.
Maioritariamente nas cinco épocas
no clube, foi importante para assegurar a permanência em 2006-07, ao disputar 25
jogos (23 a titular). Na temporada seguinte foi uma pedra basilar para a
obtenção do 3.º lugar, ao participar em 28 encontros (27 a titular). Em 2008-09
foi menos utilizado, tendo competido em 17 partidas (14 a titular).
Após a despromoção administrativa
continuou ao serviço dos vizelenses na II Divisão B por mais dois anos,
transferindo-se depois para o Boavista.
5. Quim Berto (74 jogos)
Quim Berto |
Quando chegou a Vizela no verão
de 2006, Quim Berto era já um jogador veterano, à beira de completar 35 anos, e
com carreira feita em clubes como Vitória
de Guimarães, Sporting
e Varzim. Em 2001 chegou a assinar pelo Benfica,
mas foi imediatamente cedido aos varzinistas.
No emblema minhoto
rapidamente assumiu a titularidade. Na primeira época ainda sentiu
dificuldades, tendo disputado apenas 19 jogos (17 a titular) no campeonato, mas
nas três que se seguiram no clube foi titular indiscutível no lado direito da
defesa. Em 2007-08, temporada em que os vizelenses estiveram à porta de subir à
I Liga, foi totalista, cumprindo os 2700 minutos da II Liga e marcado três
golos, frente a Trofense, Feirense e Olhanense.
Na temporada seguinte cumpriu 25
encontros e apontou três golos na II Liga, a Gil
Vicente, Estoril
e Desp. Aves, e após a descida de divisão por via administrativa continuou no
clube por mais uma temporada, na II Divisão B, pendurando as botas em 2010, aos
38 anos.
Em 2011-12 iniciou a carreira de
treinador precisamente no Vizela.
4. Rodrigo (75 jogos)
Rodrigo |
Central de elevada estatura (1,88
m), entrou em Portugal em 2000 pela porta do Sp. Pombal, tendo representado
ainda Barreirense
e Portimonense
antes de chegar a Vizela na época de estreia do clube na II Liga, em 2005-06.
Na primeira época de azul e
branco sentiu algumas dificuldades em impor-se como titular, tendo disputado
apenas 18 jogos (16 a titular), mas nas duas temporadas seguintes afirmou-se
definitivamente. Em 2006-07 participou em 26 encontros e marcou dois golos, a Penafiel
e Santa
Clara. E em 2007-08 foi um dos esteios da equipa que esteve à beira de
subir à I Liga, tendo jogado nas 30 jornadas do campeonato e marcado um golo,
numa goleada ao Beira-Mar logo na ronda inaugural.
Após essa época, tal como Serjão,
rumou aos cipriotas do DOXA.
3. Machado (85 jogos)
Machado |
Ao contrário dos nomes
anteriores, Machado fez parte da equipa que em 2005 ascendeu à II Liga, tendo
permanecido no emblema minhoto
até 2009, quando os vizelenses foram despromovidos à II Divisão por causa de um
processo de corrupção.
Proveniente do Lousada em 2003,
foi maioritariamente titular no lado esquerdo da defesa do Vizela, quase sempre
às ordens de Carlos Garcia. Só Nuno Amaro o destronou em 2008-09.
Em 85 jogos no segundo escalão,
foi titular em 84, tendo ajudado os azuis e brancos a conseguirem a permanência
em 2005-06 e 2006-07 e a obterem um honroso 3.º lugar em 2007-08.
Após a descida de divisão por via
administrativa, continuou na II Liga com a camisola do Sp. Covilhã.
2. Hélder Sousa (113 jogos)
Hélder Sousa |
Médio de características
ofensivas, representou 13 clubes na carreira e um deles foi o Vizela, onde
viveu uma das melhores fases do seu trajeto profissional. Após uma escalada
desde as divisões mais baixas da AF Porto, onde representou Imperial
Sobreirense e Padroense, até à I Liga, patamar em que vestiu a camisola do Sp.
Braga, chegou ao emblema minhoto
em 2005-06, época que marcou a estreia do clube na II Liga.
Em quatro temporadas nos
vizelenses, disputou 113 partidas (104 a titular) e marcou nove golos. Nos dois
primeiros anos foi importante para assegurar a permanência no segundo escalão e
em 2007-08 foi um dos esteios da equipa que alcançou o 3.º lugar no campeonato,
tendo faturado por seis vezes. Despediu-se do clube em 2009, após a descida de
divisão por via administrativa.
Depois prosseguiu a carreira no
Trofense, clube pelo qual teve cinco passagens durante a carreira, e no
campeonato do Chipre. Ao serviço do APOEL, foi campeão e disputou a Liga dos
Campeões, tendo inclusivamente defrontado o Real Madrid.
Hoje, aos 42 anos, ainda joga no Campeonato
de Portugal ao serviço do Trofense.
1. Cláudio (117 jogos)
Cláudio |
Antes de se notabilizar na I Liga
com a camisola do Gil
Vicente, Cláudio destacou-se primeiro ao serviço do Vizela, clube que representou
entre 2003 e 2010, já depois de ter representado Ovarense, Canelas e Lousada.
Esteve na subida à II Liga em
2005 e permaneceu no clube durante as quatro temporadas que se seguiram no
segundo escalão, tendo disputado 113 jogos e marcado seis golos nesse período.
Sempre titular indiscutível, foi totalista do campeonato em 2005-06. Nas épocas
seguintes não conseguiu repetir a façanha, mas apenas por motivos de lesão ou
castigo, assumindo um papel preponderante na obtenção do 3.º lugar em 2007-08.
Após a despromoção por via
administrativa em 2009, continuou nos vizelenses por mais meia época, antes de
regressar à II Liga para representar o Trofense e depois o Gil
Vicente, clube que o levou ao patamar maior do futebol português aos 34
anos.
Em 2014-15 regressou ao Vizela
para competir no Campeonato
de Portugal, já depois de ter passado pelo Académico Viseu. A meio dessa
temporada voltou ao Trofense e na época seguinte ajudou o emblema minhoto
a subir à II Liga. “Sou o único jogador que subiu duas vezes, só por isso já
estou na história do clube. É uma subida especial porque, embora tenha passado
por boas equipas, quando se representa um emblema tanto tempo começa-se a viver
o clube”, disse ao Maisfutebol.
Em 2016-17 despediu-se dos
relvados ao serviço dos azuis e brancos no segundo escalão, tendo disputado
quatro jogos (três a titular) à beira de completar 40 anos. Feitas as contas,
foi o único jogador que esteve em todas as cinco participações anteriores dos
vizelenses na II Liga.
Após pendurar as botas continuou
no clube numa função ligada a marketing, publicidade e contacto com os adeptos,
mas abandonou o cargo em maio de 2018.
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