Fundado a 12 de abril de 1957, o União
Desportiva Vilafranquense resultou da fusão de quatro coletividades existentes
em Vila Franca de Xira: Operário, Águia, Hóquei e Ginásio. O intuito passava
por criar um clube maior e mais representativo, que conheceu o ponto mais alto
da sua história precisamente no ano passado, com a subida à II Liga.
Em termos futebolísticos, o União
Desportiva Vilafranquense acabou por suceder ao Grupo Futebol Operário
Vilafranquense, nascido a 6 de março de 1913 e que no final da década de 1930 e
nos anos 1940 participou na II Divisão Nacional; e ao Águia Sport Clube
Vilafranquense, clube satélite do Belenenses,
fundado a 3 de maio de 1924 e que também competiu na II Divisão durante a
década de 1940.
Até à ascensão às ligas
profissionais o mais significativo que as Piranhas do Tejo tinham alcançado foi
duas presenças nos oitavos de final da Taça
de Portugal, em 2003-04 e 2016-17, quando foram eliminadas por FC Porto e Vitória
de Guimarães, respetivamente.
Em três presenças (consecutivas) no
Campeonato de Portugal, a primeira em 2016-17, o Vilafranquense obteve um sexto
lugar na fase regular na época de estreia e dois segundos lugares que valeram o
acesso ao playoff de promoção, entre
os quais um em 2018-19, temporada que culminou com a subida à II Liga. Vale por
isso a pena recordar os dez futebolistas com mais jogos pelos ribatejanos desde
a reformulação do terceiro escalão.
10. Wilson (35 jogos)
Wilson Santos |
Extremo possante, chegou ao
Cevadeiro no verão de 2018 depois de uma experiência má sucedida no Cova da Piedade, clube pelo qual não foi além de sete jogos na II Liga.
Em Vila Franca de Xira, Wilson
Santos alternou bastante entre a titularidade e o banco de suplentes, mas foi
utilizado em 35 dos 38 jogos do Campeonato de Portugal, incluindo os cinco do playoff. Porém, apenas foi titular em 16
encontros, todos na fase regular, tendo saltado do banco por 19 vezes. Em 1867
minutos apontou sete golos, registo que fez dele o segundo melhor marcador dos
ribatejanos em 2018-19.
Apesar de não ser titular
indiscutível, continuou na equipa na temporada de estreia na II Liga, levando
oito golos em 22 jogos (11 como titular) até à interrupção do campeonato devido
à pandemia de covid-19.
9. Dénis Martins (35 jogos)
Dénis Martins |
Defesa central com selo das
seleções jovens nacionais (nove internacionalizações desde os sub-17 aos
sub-19) e da formação do Benfica, chegou pela primeira vez ao Vilafranquense em
dezembro de 2016, depois de um trajeto de três anos e meio no Vitória
de Guimarães.
Rapidamente se impôs no eixo
defensivo e, com quatro golos em 14 jogos (todos a titular), ajudou os
ribatejanos a assegurarem a permanência. Na temporada seguinte foi um dos esteios
da equipa que alcançou o 2.º lugar na Série D e às meias-finais do playoff de promoção, tendo participado
em 21 partidas, todas na condição de titular. No total, disputou 35 encontros e
3027 minutos distribuídos por época e meia.
Em 2018-19 voltou ao Vitória
de Guimarães e por isso não fez parte do trajeto que culminou na subida à
II Liga, mas voltou no arranque desta época a Vila Franca de Xira e tem sido
quase sempre titular: 18 jogos (17 a titular) e três golos até à paragem do
campeonato.
8. Fábio Freire (50 jogos)
Fábio Freire |
Extremo de baixa estatura (1,68
m), representou o Vilafranquense em três patamares competitivos. Na primeira
época no Cevadeiro, que foi também a primeira de Fábio Freire no futebol
sénior, em 2013-14, contribuiu com dois golos em 26 jogos (nove a titular) para
a conquista do título da Divisão de Honra e consequente subida ao Pro-Nacional
da AF Lisboa.
No Pro-Nacional participou em 42
encontros (23 a titular) e apontou cinco golos, contribuindo para a conquista
do título e consequente promoção ao Campeonato de Portugal em 2015-16.
Pela primeira vez num patamar
nacional, disputou em 27 jogos (20 a titular) e faturou por duas vezes em
2016-17, ajudando a equipa a assegurar a permanência. Na época seguinte a
exigência subiu e o extremo perdeu espaço, participando em 22 jogos, mas apenas
em cinco na condição de titular, não tendo apontado qualquer golo.
Depois continuou a carreira no Campeonato
de Portugal, tendo conhecido quatro clubes em menos de dois anos: Real
e Alverca
em 2018-19 e Torreense e Olímpico
Montijo nesta temporada.
7. David (56 jogos)
David Moura |
Médio brasileiro esquerdino e com
veia goleadora, chegou ao Cevadeiro no verão de 2014, ainda júnior e
proveniente do modesto Ceilandense, mas rapidamente deixou boa impressão, apontando
três golos em 12 jogos (nove a titular). Em janeiro, o Benfica levou-o para a
equipa de juniores, onde atuou ao lado de Rúben Dias, Pêpê e Alfa
Semedo, entre outros.
Na temporada seguinte voltou a Vila
Franca de Xira para três anos bastante produtivos. Em 2015-16 contribuiu com 17
golos em 27 jogos para a subida ao Campeonato de Portugal e só não foi o melhor
marcador do Pro-Nacional porque Marco Neves, do vizinho Alverca,
marcou mais dois golos.
Nas duas épocas que se seguiram mostrou
o que valia no terceiro escalão. Em 2016-17 ajudou o Vilafranquense a assegurar
a permanência, com três golos em 22 jogos (17 a titular), e em 2017-18
explodiu: foi titular nos 34 encontros dos ribatejanos ao longo da temporada e
apontou 11 golos.
Atento, o Desportivo de Chaves
contratou-o no verão de 2018, mas tem sentido grandes dificuldades para se
afirmar em Trás-os-Montes.
6. Marocas (59 jogos)
Marocas |
Goleador com créditos firmados
nas divisões secundárias, chegou ao Cevadeiro no verão de 2016 depois de
experiências não muito bem-sucedidas na II Liga ao serviço de Santa
Clara e UD Oliveirense.
Em duas temporadas no
Vilafranquense efetuou 59 jogos (42 a titular) e marcou 17 golos, ajudando os
ribatejanos a assegurar a permanência na primeira época e a chegarem às
meias-finais do playoff de promoção
na segunda. Na Taça
de Portugal também brilhou, ao marcar o golo que tombou o primodivisionário
Paços
de Ferreira em 2016-17.
Entretanto voltou ao Algarve,
de onde é natural, primeiro para representar o Louletano e desde o arranque
desta temporada para vestir a camisola do Armacenenses, clube pelo qual vai
continuando a marcar golos, aos 32 anos.
5. Rúben Freitas (63 jogos)
Rúben Freitas |
Lateral direito com carimbo da formação
de Sporting e Sp.
Braga, chegou a Vila Franca de Xira no arranque da época de estreia do clube
no Campeonato de Portugal, em 2016-17, depois de passagens por Salgueiros e
pelo futebol de Chipre e Gibraltar.
Nessa temporada participou em 30
das 32 partidas do campeonato, todas na condição de titular, ajudando a assegurar
a permanência. Na segunda época voltou a evidenciar-se, disputando 33 dos 34 jogos
(29 a titular), contribuindo para o apuramento para o playoff.
Após dois anos no Cevadeiro
saltou para o Mafra, da II Liga, onde se tem imposto como presença habitual no
onze inicial.
4. Luís Pinto (66 jogos)
Luís Pinto |
O melhor marcador do Vilafranquense
no Campeonato de Portugal, com 21 golos. Chegou ao Cevadeiro já veterano, com 35
anos, depois de passagens na II Liga ao serviço de Moreirense, Arouca, Desp.
Chaves e Sp. Covilhã, tendo inclusivamente contribuído para as subidas dos três
primeiros clubes ao patamar maior do futebol português, onde nunca chegou a
jogar.
Apesar da idade, este veterano médio
ofensivo/extremo rapidamente se assumiu como um dos imprescindíveis para os três
treinadores com os quais se cruzou, Filipe Coelho, Vasco Matos e Filipe
Moreira. Na primeira temporada apontou sete golos em 32 jogos (31 a titular) no
campeonato e ainda brilhou na Taça
de Portugal ao marcar o golo que eliminou o Penafiel,
da II Liga.
Na segunda época, embora um ano
mais velho, ainda fez melhor, ao faturar por 15 vezes em 34 partidas (32 a
titular), contribuindo decisivamente para a promoção à II Liga. Logo no jogo de
estreia, na receção ao Oleiros, apontou um hat
trick.
Desde o início desta temporada
que joga pelo vizinho Alverca.
3. João Freitas (69 jogos)
João Freitas |
Central possante e com o selo da
formação do Sporting, chegou ao Cevadeiro já com muita experiência no
Campeonato de Portugal, depois de ter participado nas campanhas do Casa
Pia que quase culminaram na subida à II Liga em 2014-15 e 2015-16, tendo ainda
passado pelo segundo escalão com a camisola do Leixões.
Sem grande surpresa,
estabeleceu-se como titular indiscutível, tendo efetuado 31 jogos (todos a
titular) e marcado quatro golos em 2017-18, ajudando a equipa a assegurar uma
vaga no playoff de promoção. Na
temporada seguinte participou em 38 encontros (todos a titular) e apontou três
golos, dois dos quais numa vitória decisiva no terreno do Torreense, na
penúltima jornada da fase regular, e foi um dos esteios da equipa que viria a
garantir a subida à II Liga.
Depois de cumprida a missão,
mudou-se para o vizinho Alverca
tal como Luís Pinto e Jorge Bernardo.
2. Ragner (70 jogos)
Ragner Paula |
Médio ofensivo/extremo brasileiro
esquerdino há muito radicado em Portugal e com muita experiência no Campeonato
de Portugal, nomeadamente ao serviço de Benfica Castelo Branco e Alcanenense,
reforçou o Vilafranquense no verão de 2017 para acrescentar maturidade à equipa.
Quase sempre titular, participou
em 33 jogos (29 a titular) na época de estreia e apontou dois golos, contribuindo
para o apuramento para o playoff de
promoção. Na temporada seguinte esteve em 37 encontros e amealhou três remates
certeiros, entre os quais um de penálti na fase final, na receção ao Vizela,
ajudando os ribatejanos a subir à II Liga.
Após as duas épocas no Cevadeiro
transferiu-se para os açorianos do Praiense com o intuito de somar mais uma subida
de divisão.
1. Izata (99 jogos)
Diogo Izata |
Jogador polivalente, capaz de
atuar em quase todas as posições da defesa e do meio-campo, Diogo Izata chegou
a Vila Franca de Xira no primeiro ano de sénior, mas com um currículo bastante
interessante na formação. Afinal, era internacional português pelas camadas
jovens, tendo marcado Europeu de sub-17 em 2014 ao lado de Rúben Dias, Ferro,
Rúben Neves e Renato
Sanches; e passou pelas camadas jovens de União
de Leiria, FC Porto e Sp.
Braga.
Desde cedo que se estabeleceu
como titular indiscutível no Cevadeiro. Hoje, passados quatro anos, continua no
clube, é capitão e certamente será recordado como uma das principais figuras destes
tempos áureos do Vilafranquense.
Em 2016-17 ajudou os ribatejanos
a assegurar a permanência no Campeonato de Portugal, ao atuar em 31 jogos (29 a
titular) e apontar um golo; em 2017-18 esteve em 30 encontros (27 a titular) e
marcou um golo na caminhada até playoff de
promoção; e na temporada passada participou em 38 partidas (37 a titular) na
campanha que culminou com a subida à II Liga. Nesta época tem mantido o
estatuto, levando já 18 jogos (17 a titular) no segundo escalão.
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