sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Os 10 clássicos mais marcantes entre Sporting e FC Porto

Primeiro clássico entre leões e dragões remonta a 1922

Rivais há quase um século, desde que em 1922 o FC Porto bateu o Sporting na final do Campeonato de Portugal no primeiro jogo entre ambas as equipas, leões e dragões têm protagonizado clássicos para todos os gostos e feitios. Das goleadas no tempo em que estas eram comuns às vitórias magras que valeram títulos, do Ameal ao Dragão, do Campeonato de Portugal à Taça da Liga, dos cinco violinos aos longos jejuns dos lisboetas, a rivalidade ente azuis e verdes é bastante rica e até já foi catapultada para o cinema, com o filme O Leão da Estrela.




22 de março de 1936 – I Divisão (8.ª jornada)
O resultado mais desnivelado num clássico remonta a 22 de março de 1936, no Campo do Ameal, no Porto. Os azuis e brancos chegaram aos dois dígitos e golearam por 10-1, em partida referente à I Divisão. Carlos Nunes, com um póquer, e Pinga, com um hat trick, foram os protagonistas de um encontro em que o romeno Wilhelm Possak, treinador-jogador dos leões, apontou o golo de honra da equipa visitante. Em parte, a hecatombe leonina da Invicta é justificada pela lesão do guarda-redes Artur Dyson, que teve de sair de maca à passagem da meia hora de jogo numa época em que ainda não eram permitidas substituições - o avançado Rui Carneiro foi para a baliza e sofreu quatro golos no espaço de nove minutos.


4 de abril de 1937 – I Divisão (10.ª jornada)
Pouco mais de um ano após ter sido humilhado no Ameal, o Sporting recebeu o rival e goleou-o por 9-1, naquele que é o segundo clássico mais desequilibrado da história, também para a I Divisão. Um póquer de Soeiro, um hat trick de João Cruz e um bis de Pedro Pireza construíram a goleada leonina, com Pinga a marcar o golo de honra dos dragões. O treinador de os verdes ebrancos era o então recém-contratado Joseph Szabo, húngaro que já tinha passado pelo FC Porto.


18 de outubro de 1975 – I Divisão (7.ª jornada)
Numa fase em que o FC Porto atravessava um longo jejum sem o título nacional - que se prolongou desde 1959 até 1978 -, dragões e leões protagonizaram um clássico emocionante logo à 7.ª jornada da edição de 1975-76 do campeonato, numa noite fria e de nevoeiro no Estádio das Antas. O Sporting entrou a todo o gás e chegou ao 2-0 à passagem do primeiro quarto de hora, com golos de Chico Faria e Manuel Fernandes. No entanto, Murça reduziu aos 18' e os azuis e brancos chegaram ao empate através do... apanha-bolas, que aproveitou o nevoeiro para enganar tudo e todos, num golo validado pelo árbitro Alder Dante e atribuído a Fernando Gomes. Apesar da tremenda injustiça e de terem ficado reduzidos a dez devido a expulsão de Valter Costa, os verde e brancos não baixaram os braços e chegaram ao golo da vitória já na reta final do encontro, por Baltasar. O Sporting venceu, mas teria de esperar 21 anos para voltar a sair das Antas com novo triunfo a contar para o campeonato.



20 de abril de 1991 – I Divisão (33.ª jornada)
Do nevoeiro das Antas de outubro de 1975 à tarde primaveril de Alvalade em abril de 1991. Numa fase em que o Sporting de Marinho Peres já estava praticamente afastado do título, apesar da campanha na Taça UEFA que só terminou nas meias-finais, o FC Porto estava obrigado a vencer para não deixar fugir o líder Benfica. Quando já se pensava que o 0-0 resistiria até ao intervalo, Jorge Couto aproveitou uma má reposição de Ivkovic e, do meio-campo, fez um chapéu de abas largas ao guarda-redes croata. Na segunda parte, Kostadinov fez o 0-2 para os dragões de Artur Jorge.



7 de maio de 1995 – I Divisão (31.ª jornada)
O jogo era decisivo para as contas do título, pois opunha em Alvalade o líder FC Porto e o segundo classificado Sporting, separados por quatro pontos a quatro jornadas do fim. No entanto, essa tarde de 7 de maio de 1995 ficou marcada pelo que aconteceu fora das quatro linhas. Quando o autocarro da equipa portista chegou ao estádio, um grupo de dezenas de adeptos leoninos concentrou-se junto a um dos varandins do estádio para receber o rival. No entanto, o varandim acabou por ceder com a pressão e o peso de tanta gente, provocando a queda a dezenas de jovens que ali se encontravam e a morte de dois deles. O médico do FC Porto, Domingos Gomes, saiu do autocarro e foi um dos primeiros a prestar cuidados, mas acabou por ser apedrejado. Relativamente ao jogo, o FC Porto de Bobby Robson ganhou por 1-0, com um golo apontado de grande penalidade por Domingos.



30 de abril de 1996 – Supertaça Cândido de Oliveira (finalíssima)
A Supertaça era referente a 1995 e opunha o campeão nacional FC Porto ao vencedor da Taça de Portugal Sporting, mas foi disputada a 30 de abril de 1996 no Parque dos Príncipes, em Paris, depois de empates a zero em Alvalade e a dois golos nas Antas. Os ares da capital francesa inspiraram os leões de Octávio Machado, que contaram com um bis de Ricardo Sá Pinto ainda na primeira parte e um golo de grande penalidade de Carlos Xavier perto do apito final.



18 de março de 2000 – I Liga (26.ª jornada)
O Sporting colocou um ponto final em 18 anos de jejum no que ao título nacional diz respeito em Vidal Pinheiro, casa do Salgueiros, mas o jogo mais crucial para essa campanha de 1999-2000 foi um clássico diante do FC Porto em Alvalade, a 18 de março. Os dragões, orientados por Fernando Santos, entraram na 26.ª jornada na liderança, com mais dois pontos do que o rival, comandado por Augusto Inácio, mas os leões não claudicaram onde normalmente fracassavam e alcançaram uma vitória por 2-0 que os fez disparar para o título. André Cruz, de livre direto, e Acosta, a aproveitar passe errado de Secretário, embalaram os verde e brancos com golos marcados ainda na primeira parte.



12 de janeiro de 2002 – I Liga (18.ª jornada)
Jogo marcado pelo regresso de Jardel às Antas, agora com a camisola do Sporting, menos de dois anos depois de se ter transferido do FC Porto para o Galatasaray e em que o avançado brasileiro foi mesmo o grande protagonista da noite, em partida da jornada de arranque da segunda volta da I Liga em 2001-2002. Num encontro recheado de casos, arbitrado por Martins dos Santos, Jorge Andrade deu vantagem aos dragões na transformação de uma grande penalidade logo aos seis minutos. Praticamente na resposta, Vítor Baía defendeu um penálti de Jardel. No entanto, pouco depois da meia hora os leões de Laszlo Bölöni deram a volta por Pedro Barbosa e Jardel, que desta vez não desperdiçou a grande penalidade. Já com o Sporting reduzido a dez, por expulsão de Paulo Bento, o FC Porto chegou ao empate por Deco. E com o encontro empatado a dois golos, Pedro Barbosa e Jardel também foram expulsos, deixando os verde e brancos a atuar com apenas oito unidades nos últimos minutos.



31 de janeiro de 2004 – I Liga (20.ª jornada)
O FC Porto de Mourinho liderava o campeonato ainda sem derrotas, mas o Sporting de Fernando Santos, que estava apenas a cinco pontos, procurava aproveitar o clássico - o primeiro no novo Estádio José Alvalade - para se aproximar. Em mais um jogo quente entre os rivais, Jorge Costa deu vantagem aos dragões logo aos oito minutos. No entanto, os leões não baixaram os braços e ainda na primeira parte dispuseram de uma grande penalidade que Rochemback desperdiçou. No segundo tempo, os verde ebrancos voltaram a dispor de um penálti que viria a fazer correr muita tinta, não pela falta mas pela forma como a jogada decorreu, uma vez que Rui Jorge executou um lançamento de linha lateral rapidamente imediatamente após João Pinto ter chocado com o ombro direito contra um placard eletrónico, apanhando a defesa portista desprevenida. Pedro Barbosa deixou o resultado igualado a partir da marca dos 11 metros e, após o apito final, José Eduardo Bettencourt surgiu na sala de imprensa com a camisola de Rui Jorge rasgada.
"Paulinho, o nosso roupeiro, queria trocar a camisola de Rui Jorge pela de Vítor Baía e José Mourinho fez isto à camisola e disse: 'Gostava que Rui Jorge morresse em campo'", afirmou o então administrador executivo da SAD leonina.
No entanto, Maniche revelou há poucos meses no livro Maniche 18, as Histórias (ainda) não Contadas que não foi bem isso que se passou: "Todo o mundo pensa que foi Mourinho que rasgou a camisola de Rui Jorge, mas não foi. Foi o Costinha. José Mourinho não rasgou e tão-pouco disse que queria que Rui Jorge morresse."



8 de abril de 2006 – I Liga (30.ª jornada)
O FC Porto de Co Adriaanse entrou para o clássico de Alvalade com dois pontos de vantagem sobre o Sporting de Paulo Bento à entrada para as últimas cinco jornadas, ou seja, tratava-se de mais um confronto crucial para as contas do título. Contudo, ao contrário do que aconteceu em 2000, desta vez o leão foi incapaz de ultrapassar o rival, acabando até por sair derrotado e permitir que os dragões embalassem para o título. O único golo do encontro foi apontado pelo médio brasileiro Jorginho, aos 84 minutos, numa fase em que ambas as equipas já estavam reduzidas a dez devido às expulsões de Sá Pinto e Bosingwa.































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