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Luso jogou no Campo da Quinta Pequena entre 1926 e 2017 |
Fundado a 11 de abril de 1920,
precisamente onze anos depois do vizinho
Barreirense,
o Luso Futebol Clube foi durante várias décadas uma presença habitual nas
competições nacionais, tendo somado quatro presenças no antigo Campeonato de
Portugal, 27 na II Divisão Nacional, 16 na III Divisão e ainda 17 na
Taça
de Portugal.
Fundado por Augusto Ferreira,
Joaquim Paleta, Aníbal Praça, Manuel Preto, Paulo Maria Fernandes, Joaquim
Figueiredo, João Pireza, António Ricardo, António José Lopes, António José da
Costa, Manuel Salvador Preto, António Anin, Augusto da Silva, Joaquim Capela e
Augusto Ferreira, o terceiro clube do Barreiro nasceu pobre, sem sede, pelo que
as reuniões de direção tinham lugar na Taberna do Borges, na rua Conselheiro
Joaquim António D'Aguiar (Rua Aguiar), bem perto da artéria que os barreirenses
apelidam de Avenida da Praia.
Em junho de 1925 foi inaugurada a
primeira sede oficial, no nº 8 da Rua Heliodoro Salgado, mas o clube andou
durante algum tempo com a casa às costas, tendo chegado a estar sediado numas
águas-furtadas novamente na Rua Aguiar antes de se mudar em abril de 2026 para a
Rua da Bélgica, no Lavradio; e de se fixar a partir de setembro de 1928 na
Travessa do Leão, no coração do Barreiro.
Mas não foi por este nomadismo
que a atividade desportiva do Luso ficou afetada, tendo a prática do futebol e
do hóquei de campo iniciado onde se situa atualmente a Escola Alfredo da Silva.
Já em 9 de maio de 1926 foi
inaugurado o Campo da Quinta Pequena, numa cerimónia com pompa e circunstância que
contou com a atuação da Banda dos Penicheiros e representações de todas as
coletividades do Barreiro. No principal jogo do dia, o Luso perdeu diante do
Carcavelinhos
por 1-2.
Enquanto desenvolvia a sua
identidade, o Luso chegou a equipar à
Barreirense
(listas vermelhas e brancas verticais) e experimentou quase todas as cores,
tendo trajado com camisola verde e amarela, calção azul e meia branca na
inauguração do Campo da Quinta Pequena. Seguiu-se um equipamento com listas
verticais roxas e brancas, calção preto e meia preta antes de estabelecer o
azul como cor predominante – primeiro com calções e meias pretas, depois com
calção branco e meia azul.
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Bancada central do Campo da Quinta Pequena |
Depois de participar na Liga de
Futebol de Setúbal, o Luso Futebol Clube foi um dos 13 clubes que a 5 de maio
de 1927 fundaram a
Associação
de Futebol de Setúbal – os outros foram:
Palmelense
Futebol Clube,
União
Futebol Comércio e Indústria,
Vitória
Futebol Clube, Bonfim Futebol Clube, Estrela Sporting Clube, Grupo Desportivo
dos Empregados do Comércio, Grupo Desportivo Setubalense “Os Treze”, Racing
Clube Setubalense, Sporting Clube de Setúbal “Os Miúdos”, Sporting Clube
Setubalense “Os Frades”,
São
Domingos Futebol Clube e União Futebol Avenida. Paralelamente, também
foi um dos fundadores da associação distrital de basquetebol, modalidade em que
se sagrou por duas vezes campeão nacional da II Divisão.
Em 1927-28 o emblema do Barreiro participou
pela primeira vez no Campeonato de Portugal, tendo sido eliminado pelo
Carcavelinhos
logo na primeira eliminatória. Na participação seguinte, em 1931-32, atingiu os
quartos de final, tendo afastado o
Lusitano
VRSA e o
Boavista
antes de cair aos pés do
Benfica,
depois de um empate a dois golos na Tapadinha e de uma derrota pela margem mínima
(0-1) no Campo das Amoreiras.
Na temporada que se seguiu foi
eliminado pelo
Sporting
nos oitavos de final (0-6 no Campo Grande e 1-1 na Tapadinha), voltando a cair
nessa fase da prova em 1933-34, aos pés do vizinho
Barreirense
(derrotas por 1-3 e 1-2).
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Última equipa do Luso a competir na II Divisão Nacional |
A década de 1930 marca também as
primeiras de 27 presenças na II Divisão Nacional até 1977-78. Entre 1950-51 e
1978-79 o emblema camarro competiu também por 16 vezes na III Divisão e por 17
ocasiões na
Taça
de Portugal. Pelo meio sagrou-se campeão distrital da
AF
Setúbal em 1959-60.
Durante esse período de quase
meio século nos campeonatos nacionais representaram o Luso jogadores de nomeada
como Manuel Soeiro, que se estreou pela
seleção
nacional ainda como futebolista do clube em maio de 1932; Azevedo e
Joaquim
Carvalho, históricos guarda-redes do
Sporting
e da
seleção;
Artur Vaz, médio que se destacou no
Vitória
de Setúbal e foi internacional português; Patalino, internacional português
e figura maior da história do
O
Elvas; e António Barradas, antigo guarda-redes do
FC
Porto. Passaram ainda pelas camadas jovens do clube o médio internacional
português Paulo Rocha e pela equipa sénior o internacional português de futebol
de praia Nuno Belchior.
Desde 1979 remetido para os
campeonatos distritais ou para a inatividade, o Luso não se faz representar por
qualquer equipa sénior desde 2017, quando competiu pela última vez na II Divisão
Distrital.
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