O mestre do desarme que foi à baliza numa final da Taça dos Campeões Europeus. Quem viu jogar Germano?
Germano sagrou-se bicampeão europeu pelo Benfica
Um dos melhores defesas centrais de
sempre do Benfica
e de Portugal,
Germano era considerado o mestre do desarme sem faltas, fazendo-o com uma
elegância tremenda.
Natural de Alcântara, ficou órfão
de pai e mãe durante a adolescência. Começou a jogar futebol no Atlético
(1951 a 1959) e tornou-se numa das principais figuras da história do emblema
da Tapadinha, pelo qual se sagrou campeão nacional da II Divisão em
1958-59, ao ponto de hoje dar nome ao troféu de pré-época do clube
lisboeta. Em 1956 esteve perto do Sporting,
que ofereceu 400 contos ao Atlético
e 100 ao jogador, mas contraiu tuberculose, ficou afastado dos campos de
futebol durante toda a temporada 1956-57 e a transferência abortou. Na altura
existiam rumores de que tinha um estilo de vida noctívago, mas o próprio
desmentiu: “Dizem para aí que eu perdia as noites na paródia… É fácil a
acusação por eu estar na cama de um hospital, mas quando andava dentro do campo
a jogar pelo Atlético
e pela seleção,
não me dirigiam esses insultos.” No verão de 1960 acabou mesmo
para dar o salto, mas para o Benfica,
tornando-se rapidamente num dos indiscutíveis do onze de Béla
Guttmann. Conciliando qualidade defensiva e capacidade iniciar
contra-ataques, ajudou os encarnados
a sagrarem-se bicampeões europeus, tendo jogado em ambas as finais: diante
do Barcelona em Berna (3-2) em 1961 e frente
ao Real Madrid em Amesterdão (5-3) em 1962. Paralelamente, venceu também
quatro campeonatos (1960-61, 1962-63, 1963-64 e 1964-65), duas Taças
de Portugal (1961-62 e 1963-64). Paralelamente, em 1961 foi
considerado pela revista inglesa Football Magazine o terceiro melhor
defesa da Europa. Após ter falhado a final de
1962-63, perdida para o AC
Milan em Wembley
(1-2), regressou ao jogo decisivo da Taça dos
Campeões Europeus em 1964-65, em San Siro, diante do Inter
(0-1). No decorrer da partida, foi para a baliza render o lesionado Costa
Pereira na baliza, numa altura em que ainda não havia substituições. Mesmo coxo
na perna direita, esteve 35 minutos entre os postes e não sofreu qualquer golo.
Importante também para a seleção
nacional, pela qual somou 24 internacionalizações entre 1953 e 1966,
capitaneou a equipa
das quinas no encontro com a Bulgária
na fase de grupos do Mundial 1966, naquele que foi o único jogo em que atuou no
torneio realizado em Inglaterra. No ocaso da carreira representou
ainda o Salgueiros
(1968-69). Viria a morrer em julho de 2004,
aos 71 anos.
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