terça-feira, 29 de julho de 2025

O mestre do desarme que foi à baliza numa final da Taça dos Campeões Europeus. Quem viu jogar Germano?

Germano sagrou-se bicampeão europeu pelo Benfica
Um dos melhores defesas centrais de sempre do Benfica e de Portugal, Germano era considerado o mestre do desarme sem faltas, fazendo-o com uma elegância tremenda.
 
Natural de Alcântara, ficou órfão de pai e mãe durante a adolescência. Começou a jogar futebol no Atlético (1951 a 1959) e tornou-se numa das principais figuras da história do emblema da Tapadinha, pelo qual se sagrou campeão nacional da II Divisão em 1958-59, ao ponto de hoje dar nome ao troféu de pré-época do clube lisboeta.
 
Em 1956 esteve perto do Sporting, que ofereceu 400 contos ao Atlético e 100 ao jogador, mas contraiu tuberculose, ficou afastado dos campos de futebol durante toda a temporada 1956-57 e a transferência abortou. Na altura existiam rumores de que tinha um estilo de vida noctívago, mas o próprio desmentiu: “Dizem para aí que eu perdia as noites na paródia… É fácil a acusação por eu estar na cama de um hospital, mas quando andava dentro do campo a jogar pelo Atlético e pela seleção, não me dirigiam esses insultos.”
 
No verão de 1960 acabou mesmo para dar o salto, mas para o Benfica, tornando-se rapidamente num dos indiscutíveis do onze de Béla Guttmann. Conciliando qualidade defensiva e capacidade iniciar contra-ataques, ajudou os encarnados a sagrarem-se bicampeões europeus, tendo jogado em ambas as finais: diante do Barcelona em Berna (3-2) em 1961 e frente ao Real Madrid em Amesterdão (5-3) em 1962. Paralelamente, venceu também quatro campeonatos (1960-61, 1962-63, 1963-64 e 1964-65), duas Taças de Portugal (1961-62 e 1963-64).
 
Paralelamente, em 1961 foi considerado pela revista inglesa Football Magazine o terceiro melhor defesa da Europa.
 
Após ter falhado a final de 1962-63, perdida para o AC Milan em Wembley (1-2), regressou ao jogo decisivo da Taça dos Campeões Europeus em 1964-65, em San Siro, diante do Inter (0-1). No decorrer da partida, foi para a baliza render o lesionado Costa Pereira na baliza, numa altura em que ainda não havia substituições. Mesmo coxo na perna direita, esteve 35 minutos entre os postes e não sofreu qualquer golo.
 
 
Importante também para a seleção nacional, pela qual somou 24 internacionalizações entre 1953 e 1966, capitaneou a equipa das quinas no encontro com a Bulgária na fase de grupos do Mundial 1966, naquele que foi o único jogo em que atuou no torneio realizado em Inglaterra.
 
No ocaso da carreira representou ainda o Salgueiros (1968-69).
 
Viria a morrer em julho de 2004, aos 71 anos. 



 
 



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