O “furacão de Águeda” que fez mais de 300 jogos pelo FC Porto e disse “não” ao Inter. Quem viu jogar Hernâni?

Hernâni ganhou dois campeonatos e duas taças pelo FC Porto

Um dos melhores e mais importantes futebolistas do FC Porto nas décadas de 1950 e 1960. Foi capitão de equipa e talvez até um dos primeiros “jogadores à Porto”, um avançado com enorme espírito guerreiro, que não dava uma bola por perdida, e que também era famoso pelos sprints.

 
Conhecido como o “furacão de Águeda”, por ter nascido e crescido nessa cidade do distrito de Aveiro, somou 183 golos em 339 jogos de dragão ao peito entre 1950 e 1952 e entre 1953 e 1964, tendo conquistado dois campeonatos nacionais (1955-56 e 1958-59) e duas Taças de Portugal (1955-56 e 1957-58).
 
Pelo meio, representou o Estoril em 1952-53, não por falta de espaço no plantel portista, mas porque havia sido chamado à tropa, para o Regimento da Cavalaria 7, em Lisboa. Por essa altura, jogou pelo Sporting numa digressão pelo Brasil. Um percurso curioso para alguém que tinha como clube de infância o… Benfica.
 
A carreira de Hernâni, que contemplou 28 internacionalizações (e cinco golos) entre 1953 e 1964, poderia até ter tido projeção… internazionale. Isto porque, em 1961, quando Helenio Herrera estava a construir o grande Inter de Milão que viria a conquistar a Taça dos Campeões Europeus em 1963-64 e 1964-65, juntou o espanhol Luis Suárez ao brasileiro Jair e aos italianos Facchetti e Mazzola e foi ao Porto na companhia do presidente Angelo Moratti propositadamente para observar o avançado português.
 
Impressionado pelas três assistências de Hernâni para Noé uma vitória sobre o Boavista, para a Taça de Portugal, a 25 de abril de 1961, o Inter ofereceu 1500 contos ao jogador, depois de ter chegado a acordo verbal com o FC Porto. No entanto, o atacante, na altura com 29 anos, disse “não” aos nerazzurri, sem pestanejar.
 

 

Após encerrar a carreira serviu o FC Porto como dirigente, mais precisamente como chefe do departamento de futebol. Depois dedicou-se às empresas.
 
Viria a morrer subitamente em casa em abril de 1961, aos 69 anos.