segunda-feira, 9 de setembro de 2024

A entranhar a nova Champions

Sorteio da nova Champions foi realizado no final de agosto
Não me englobo no grupo de apocalípticos que gostaria que a Liga dos Campeões fosse, como até ao início da década de 1990, uma prova apenas e só destinada aos campeões nacionais dos países europeus. Seria mais democrática, é verdade, mas não me imaginaria a assistir a um The New Saints-BATE Borisov ou um Malmoe-Skonto Riga. Basta dizer que pouco ou nada me interessei pelas pré-eliminatórias, à exceção dos jogos do Fenerbahçe de José Mourinho.
 
O que me atrai é ver os melhores contra os melhores, a nata do futebol, o crème de la crème, concentrado numa só competição, ainda que aberta. Por assim ser, até sou assinante da DAZN para assistir a Champions, Premier League e Liga Espanhola, em detrimento da Sport TV que tem a liga portuguesa.
 
Até há bem pouco tempo, era incapaz de idealizar um modelo melhor para a Liga dos Campeões do que aquele que vinha a ser levado a cabo nos últimos anos, com 32 equipas distribuídas por oito grupos e com presença garantida de pelo menos 18 das cinco principais ligas. Foi com muitas reticências que recebi o anúncio do novo modelo da competição. Estranhei, mas, a cada dia que passa, vou entranhando que o aqui aí vem tem potencial para ser muito mais atrativo.
 
A fase de grupos estava a ser muito condicionada pelo sorteio. Uma equipa nova na competição de uma grande liga geralmente aparecia no pote 4, o que poderia dar origem aos chamados grupos da morte. Aconteceu na época passada, com Newcastle, AC Milan, Dortmund e PSG. Por outro lado, a presença do campeão português ou neerlandês no pote 1 poderia dar origem a um grupo que bem poderia ser de Liga Europa, como quando Sporting, Tottenham, Eintracht Frankfurt e Marselha ficaram juntos em 2022-23. Ainda assim, o normal (mas pouco emocionante…) era haver uma hierarquia definida, com as equipas dos primeiros potes a conseguir o apuramento para os oitavos de final com maior ou menor dificuldade e a apostar na rotatividade nos últimos encontros.
 
Agora, a UEFA baralha e volta a dar num formato diferente, mais aberto, com mais adversários e todas as equipas a defrontar duas de cada pote – incluído as do próprio pote –, num total de oito jogos. Obviamente que alguns clubes terão ficado mais satisfeitos do que outros com o resultado do sorteio, mas, de uma forma geral, ninguém se poderá queixar em demasia nem se gabar em excesso da sorte que teve.
 
Os duelos de titãs, que normalmente só se iniciavam em força nos quartos de final, arrancam agora já nesta fase de liga, com AC Milan-Liverpool e Manchester City-Inter na primeira jornada, Arsenal-PSG na segunda, Real Madrid-Dortmund e Barcelona-Bayern na terceira, Real Madrid-AC Milan, Inter-Arsenal ou PSG-Atlético Madrid na quarta.
 
A realização dos 18 jogos por jornada distribuídos por três dias e o facto de as partidas da Liga Europa e da Liga Conferência se realizarem em semanas diferentes vai aumentar a quantidade de dias em que o produto de qualidade Champions nos entra pela televisão e a quantidade de dias em que há bom futebol para ver.
 
Que comece a liga milionária!









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