Fernando Santos anuncia primeira convocatória de 2022 esta quinta-feira |
2022 é o ano que tanto pode ficar
marcado pela 8.ª participação da Seleção Nacional num Campeonato do Mundo ou
pela primeira ausência de uma grande competição desde 1998, uma dúvida que será
dissipada já em março.
Os selecionados de Fernando
Santos, que ao que tudo indica estará em fim de ciclo como selecionador
nacional, vão defrontar a Turquia a 24 de março e, caso vençam, Itália ou
Macedónia cinco dias depois, no playoff
de qualificação para o Mundial do Qatar.
Por ser ano de uma grande
competição, 2022 também poderá marcar o fim do ciclo de alguns jogadores na
equipa das quinas, nomeadamente os mais veteranos, como Pepe,
José Fonte, João
Moutinho ou Cristiano
Ronaldo.
Mas mais do que a necessidade de
renovar algumas posições, há novos valores a emergir que prometem intrometer-se
na luta por um lugar no lote de convocados e que podem baralhar (ainda mais) as
contas de Fernando Santos, que já promoveu 56 estreias na Seleção Nacional e
vai anunciar a primeira convocatória do ano na quinta-feira. Eis os principais
candidatos a somar a primeira internacionalização em 2022.
José Sá |
Comecemos pela baliza. José Sá foi convocado pela primeira vez
por Fernando Santos em junho de 2017, aquando da preparação da Taça das
Confederações, nunca foi além da condição de suplente não utilizado – no ano
passado, viu até Rui Silva e Diogo Costa alcançarem a primeira
internacionalização.
Na altura da primeira
convocatória, Sá era suplente de Iker
Casillas no FC
Porto, mas hoje é a última barreira do Wolverhampton, equipa da primeira
metade da tabela da Premier
League e que tem a quarta defesa menos batida da liga
inglesa, atrás de Manchester
City, Chelsea
e Liverpool.
Na presente temporada, soma 28
jogos oficiais e 23 golos sofridos, mostrando ser um digno sucessor de Rui
Patrício nos wolves. E nas três
épocas anteriores, mostrou toda a sua qualidade enquanto dono da baliza dos
gregos do Olympiacos,
pelos quais conquistou dois campeonatos e uma Taça da Grécia.
Aos 27 anos, e depois de 31
internacionalizações pelas seleções jovens, poderá receber a primeira
oportunidade, apesar de ter como concorrentes os guarda-redes titulares de AS
Roma, Lyon
e FC
Porto.
A posição de defesa central, já o
sabemos há vários anos, é das mais deficitárias na Seleção Nacional em termos
de quantidade. Rúben Dias, Pepe
e José Fonte estiveram no Euro 2020, com Danilo Pereira também a poder fazer
essa posição, mas no último ano e meio também foram chamados Domingos Duarte, Rúben
Semedo, Gonçalo Inácio e até Luís Neto, que nem é um habitual titular no Sporting.
Contudo, esta época Domingos Duarte perdeu espaço no Granada, Rúben
Semedo viveu novo episódio judicial quando estava na Grécia e ainda não
conseguiu assumir a titularidade no FC
Porto e Luís Neto continua no banco do Sporting.
Gonçalo Inácio |
Por outro lado, Gonçalo Inácio continua de pedra e cal
no onze leonino
e, depois de ter sido chamado para os compromissos de setembro do ano passado da
Seleção Nacional, mas os ter falhado devido a lesão, tudo indica que deverá
estrear-se pela principal equipa das quinas em 2022.
Canhoto, o que não é propriamente
comum no lote de selecionáveis, soma já mais de 3000 minutos distribuídos por
quase 40 encontros e quatro golos ao serviço do Sporting
nesta temporada.
O único ponto contra é o facto de
Fernando Santos só o conseguir avaliar na alta competição no contexto de uma
linha defensiva composta por três centrais.
Tiago Djaló |
O que foi dito sobre Gonçalo
Inácio é aplicável a Tiago Djaló,
imponente central do Lille, campeão francês na última época e uma das 16
equipas que esta temporada chegou aos oitavos de final da Liga
dos Campeões.
Embora ainda estejamos em março,
este defesa formado no Sporting
soma já mais minutos e jogos do que em 2020-21, tendo participado em seis das
sete partidas (cinco como titular) da equipa gaulesa na Champions.
Tiago Djaló tem a característica
de ser um polivalente, que atua tanto no eixo defensivo como no lado direito da
defesa. Pode ser um ponto a favor, porque cobre várias posições e dá uma
alternativa mais posicional à lateral direita em momentos em que é necessária
contenção no plano ofensivo, mas também um ponto contra, porque não se está propriamente
a especializar numa função.
David Carmo |
Outro central a ter em conta é David Carmo. Regressado recentemente
aos relvados após uma fratura bimaleolar de um tornozelo que o afastou dos
relvados durante quase um ano, voltou devagarinho, primeiro na equipa sub-23,
depois na equipa
B e só por último na equipa
principal.
Em seis jogos às ordens de Carlos
Carvalhal esta temporada, o Sp.
Braga sofreu apenas dois golos, o que corresponde a uma melhoria do registo
defensivo dos bracarenses,
que nos restantes 35 encontros encaixou 42 golos.
Com Rúben Dias ausente, é uma forte
possibilidade já para a convocatória de março. Mas se não for agora, certamente
não faltarão oportunidades, pois é um dos mais promissores centrais
portugueses.
João Mário |
Perante este cenário, Fernando Santos
poderá ver-se obrigado a olhar para João
Mário, jovem extremo de raiz que tem sido adaptado com sucesso por Sérgio
Conceição a lateral direito. Aos 22 anos, este flanqueador é já o dono e
senhor do lado da defesa do FC
Porto, tendo destronado Wilson Manafá e atrasado a afirmação de Tomás
Esteves.
Embora ainda estejamos em março,
João Mário soma já 31 jogos e 2259 minutos pelos portistas na presente
temporada, incluindo sete partidas europeias e cinco clássicos.
Vitinha |
Da defesa avançamos para o
meio-campo, mas continuamos a falar de jogadores do FC
Porto, nomeadamente o futebolista que a imprensa e a crítica mais apontam
como provável novidade na convocatória do selecionador nacional para o playoff de acesso ao Campeonato do
Mundo: Vitinha.
Rejeitado pelo Wolverhampton, que
não quis pagar os 20 milhões da cláusula de opção de compra no último verão, tornou-se
titular indiscutível ao lado de Uribe no meio-campo do FC
Porto, passando à frente de Sérgio
Oliveira (entretanto transferido para a AS
Roma) e Grujic.
Certeiro no passe, sempre em alta
rotação e com chegada à área, é um dos esteios de uma equipa portista que está
invicta no campeonato, bem encaminhada para chegar à final da Taça
de Portugal e que sonha em apurar-se para os quartos de final da Liga
Europa.
Fábio Vieira |
Ainda no FC
Porto, um jogador a ter em conta no futuro próximo da seleção nacional é Fábio Vieira. Um médio ofensivo moderno,
que muitas das vezes joga da ala para dentro e que até parece gostar mais de
assistir do que marcar, é letal no último passe, característica que faz dele o
quarto jogador com mais assistências na I
Liga (11) – apenas o benfiquista
Rafa Silva (16) e os portistas
Taremi e Otávio (ambos 12) têm mais.
Bastante jovem, ainda com 21
anos, até tem perdido algum gás recentemente, o que se reflete no facto de não
cumprir um encontro na sua totalidade desde 16 de janeiro, mas tendo em conta a
sua qualidade e que há datas FIFA em março, junho, setembro e no final do ano,
é um nome a ter em conta por Fernando Santos.
Do meio-campo passamos para o
ataque. Portugal tem muitos avançados móveis, extremos que podem jogar no eixo
do ataque, mas poucos pontas de lança verdadeiramente goleadores. A principal
alternativa a Cristiano
Ronaldo nessa posição é André
Silva, e ainda há Paulinho, mas não é de descartar que mais nomes possam
ser chamados.
Um desses nomes é Gonçalo Ramos, que recentemente
conquistou a titularidade no Benfica
e tem correspondido com alguns golos: quatro nos últimos oito jogos. Paralelamente,
é o melhor marcador da fase de qualificação para o Campeonato da Europa de 2023
em sub-21, com oito remates certeiros em apenas cinco partidas.
Seria bastante surpreendente se
aparecesse já na convocatória de março, mas está a ganhar o seu espaço e a
mostrar o que vale não só no (grande) clube que representa como na seleção
imediatamente abaixo da A.
Beto |
Outra opção para o eixo do ataque
é Beto, que se diferencia dos
compatriotas concorrentes pela estampa física (1,94 m) e pela passada larga, características
que André
Silva, Paulinho, Gonçalo Ramos, João
Félix e Diogo Jota não têm. E tendo em conta que Fernando Santos é um fã de
contra-ataque (ou de transições ofensivas, como preferirem), não é de descurar uma
chamada do avançado da Udinese, que já foi assediado pela seleção
da Guiné-Bissau.
Em ano de estreia na muito tática
Série
A, e mesmo estando numa equipa do meio da tabela, o ex-Portimonense
soma já oito golos, o que não é nada mau. O problema é que o último remate
certeiro remonta a 9 de janeiro. No entanto, continua de pedra e cal no onze dos
bianconeri.
Muito bom seu conteudo, gostaria de saber se tem alguma sugestao para completarmos este artigos sobre Portugal
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