Figo perante a oposição de dois irlandeses em 1995 |
Tudo está bem quando acaba em
bem. Tem sido esta a história da maioria dos jogos oficiais entre Portugal e
República da Irlanda, partidas em que geralmente a equipa das quinas atravessa
grandes dificuldades, mas que não a impedem de se apurar para as fases finais
de grandes competições.
26 de abril de 1995 – Fase de
qualificação para o Euro 1996
República
da Irlanda 1-0 Portugal
Quando partiram para a
qualificação para o Euro 1996, a República da Irlanda era a principal favorita
a ganhar um grupo em que também constavam as seleções de Portugal, Irlanda do Norte,
Áustria, Letónia e Liechtenstein. Os irlandeses chegado à fase a eliminar dos
Campeonatos do Mundo de 1990 e 1994, participado no Euro 1988 e falhado por
pouco o Euro 1992, ao passo que a seleção portuguesa não marcava presença numa
fase final desde o Mundial 1986.À partida para o jogo de Dublin, a Irlanda liderava o grupo com 13 pontos em cinco jogos, ao passo que Portugal contabilizava 12 pontos em quatro partidas.
Apesar de contar com vários jogadores da geração de ouro, como Vítor Baía, Fernando Couto, Jorge Costa, Paulo Sousa, Rui Costa, João Vieira Pinto e Figo, a seleção comandada por António Oliveira foi derrotada no Lansdowne Road por 1-0, com um golo de Steve Staunton, então defesa do Aston Villa, num lance confuso em que Vítor Baía ficou bastante mal na fotografia.
15 de novembro de 1995 – Fase
de qualificação para o Euro 1996
Portugal
3-0 República da Irlanda
A seguir à derrota em Dublin,
Portugal só perdeu pontos nos empates com Irlanda do Norte e Áustria, ao passo
que os irlandeses sofreram duas derrotas às mãos dos austríacos e cederam um
surpreendente empate no terreno do Liechtenstein . Contas feitas, a equipa das quinas entrava na última jornada,
marcada pela receção à República da Irlanda, com três pontos de vantagem sobre
o concorrente direto.Esperava-se um encontro difícil no Estádio da Luz, ainda por cima numa noite chuvosa em Lisboa, mas após uma hora sem golos Rui Costa decidiu abrir o livro com um fantástico golo de fora da área, presenteando o guarda-redes Alan Kelly com um chapéu monumental.
À entrada para o último quarto de hora, Hélder fez o 2-0, de cabeça, na resposta a um canto de Folha. E o recém-entrado Cadete fechou as contas ao cair do pano, também a passe de Folha, selando definitivamente o apuramento luso para o Campeonato da Europa.
O apito final serviu de tiro de partida para uma memorável e pacífica invasão de campo.
7 de outubro de 2000 – Fase de
qualificação para o Mundial 2002
Quase cinco anos depois, o
reencontro entre as duas seleções no mesmo palco, na segunda jornada do grupo
de qualificação, depois de ronda inaugural Portugal ter vencido na Estónia (3-1)
e a Irlanda ter empatado na Holanda (2-2).Apesar de agora a seleção das quinas – curiosamente mais uma vez comandada por António Oliveira –, ser considerada favorita, devido à campanha até às meias-finais do Euro 2000 e ao facto de grande parte dos futebolistas lusos atuar nos principais campeonatos europeus, houve empate a um golo na Luz.
Sérgio Conceição inaugurou o marcador aos 57 minutos, através de um remate de pé esquerdo que ainda foi desviado por Gary Breen antes de entrar na baliza irlandesa. Matt Holland restabeleceu o remate aos 72’ através de um disparo de fora da área que não deu qualquer hipótese a Quim.
2 de junho de 2001 – Fase de
qualificação para o Mundial 2002
Quase oito meses depois do empate
na Luz, as duas seleções defrontaram-se em Dublin, numa altura em que ambas já
se perfilavam como as principais candidatas a alcançar o apuramento direto. De
forma algo surpreendente, o selecionador António Oliveira decidiu apostar em
quatro recém-coroados campeões nacionais pelo Boavista para o onze inicial:
Ricardo, Frechaut, Petit e Litos. Os três primeiros cumpriram mesmo no Estádio
Lansdowne Road as suas primeiras internacionalizações.Apesar da aposta vincada nos campeões, o resultado foi precisamente o mesmo do que aquele que se tinha registado em Lisboa. Só mudou a marcha no marcador. Roy Keane adiantou os irlandeses aos 65 minutos, na sequência de um lançamento lateral. O capitão Luís Figo deu o exemplo ao cabecear para o empate aos 79’, na resposta a um cruzamento de Frechaut.
1 de setembro de 2021 – Fase
de qualificação para o Mundial 2022
Portugal
2-1 República da Irlanda
Mais de 20 anos depois, uma
seleção portuguesa com uma lenda do futebol mundial como Cristiano
Ronaldo e uma esmagadora maioria de jogadores a atuar nos principais clubes
europeus recebia uma República da Irlanda sem craques ao nível dos que tinha no
início da década de 1990 ou na viragem do milénio, como Roy Keane, Damien Duff ou
Robbie Keane.Porém, Portugal voltou a sentir imensas dificuldades, mesmo a jogar em casa, desta feita no Estádio do Algarve. Cristiano Ronaldo desperdiçou um penálti, defendido por Gavin Bazunu, aos 15 minutos. E à beira do intervalo John Egan cabeceou para o fundo das redes de Rui Patrício, na resposta a um canto executado por Jamie McGrath no lado esquerdo.
A vantagem irlandesa durou até aos 89 minutos, quando Cristiano Ronaldo empatou, de cabeça, após cruzamento de Gonçalo Guedes. Também de cabeça CR7 fez o 2-1 e levou os adeptos algarvios à euforia, aos 90+6’, na sequência de um cruzamento de João Mário.
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