União de Tires já produziu três internacionais A |
Convocado na terça-feira por Pedro
Gonçalves para os dois encontros da seleção
principal de Angola diante do Gabão (em Luanda e Franceville), ambos
referentes à fase de qualificação para o Mundial 2022, o avançado Érico
Castro está um pequeno passo de se tornar no quarto jogador com passagem
pela formação da União Recreativa e Desportiva de Tires a jogar numa seleção
principal. Um motivo de orgulho para um clube que milita presentemente na II
Divisão Distrital da AF
Lisboa.
Gonçalves |
O primeiro desta lista restrita é
Gonçalves, um extremo natural de Cascais
e que chegou a Tires proveniente do vizinho Desportivo Monte Real em 1984-85. Após
cumprir o primeiro ano de júnior no clube, deu o salto para o Belenenses,
onde concluiu a formação.
Embora tenha sentido dificuldades
para se impor na equipa principal dos azuis
do Restelo, uma vez que só se tornou opção regular na quarta época (!) no emblema
da Cruz de Cristo, explodiu em 1992-93, na temporada de regresso do clube à
I
Liga.
Em novembro de 1992, foi convocado
por Carlos Queiroz para representar a seleção nacional AA de Portugal num jogo
de caráter particular diante da Bulgária, em Paris. Embora tivesse entrado em
campo somente aos 79 minutos, para o lugar de Luís Figo, pode gabar-se de ter
uma internacionalização no currículo.
Hélder Cristóvão |
Três anos após a saída de
Gonçalves, surge na equipa de juniores da União de Tires mais um futuro
internacional português, desta feita Hélder
Cristóvão, também ele proveniente do vizinho Desportivo Monte Real, que na
altura não tinha juniores.
“Fiz uma época de júnior muito
boa no Tires e surgiu o convite do Estoril
Praia. Jogava a extremo direito, marcava muitos golos, era um jogador
rápido, diferente, que entrava muito bem em diagonais. Disse ao Estoril
que não ia à experiência, que se fosse, era para ficar”, contou à Tribuna
Expresso em setembro de 2017.
Entretanto, devido à ausência de
defesas centrais, foi adaptado ao eixo defensivo ainda enquanto júnior no Estoril
e fez uma carreira internacional nessa posição. Após se ter estreado pela
seleção nacional de sub-21, categoria em que jogou por dez vezes, somou a
primeira internacionalização pela seleção AA em fevereiro de 1992, quando ainda
jogava nos estorilistas.
Quatro meses depois, apadrinhou
mesmo a estreia de Gonçalves na tal vitória sobre a Bulgária em Paris (2-1).
De quinas ao peito somou 35 jogos
e três golos pela seleção principal, tendo marcado presença no Euro 1996.
Rudy |
Mais recentemente, já no século XXI,
também passou pelos juniores da União de Tires um futuro internacional AA, mas
por Angola,
o avançado Rudy.
Nascido em Oeiras, passou pelas
camadas jovens de Belenenses,
Algés, Atlético
e Oeiras
antes de ingressar no emblema da freguesia de São Domingos de Rana em 2006-07.
Após uma época nos unionistas, rumou
ao Tourizense, onde concluiu a formação. Mais tarde, representou clubes como o Atlético,
os belgas do Cercle Brugge, os espanhóis do Deportivo
da Corunha e o Belenenses.
Em agosto de 2014, quando vestia
a camisola dos gregos do Xanthi, somou a primeira de dez internacionalizações
pelos Palancas
Negras.
A este lote restrito poderia
juntar-se o avançado Beto, atualmente ao serviço dos italianos da Udinese, mas
o ex-atacante do ponta de lança rejeitou o convite da seleção
da Guiné-Bissau por ambicionar ser chamado à seleção portuguesa.
Além dos que chegaram a seleções
principais, a União de Tires produziu talentos que passaram pelas seleções
jovens portuguesas, nomeadamente o extremo Tiago Gouveia (29 internacionalizações
dos sub-15 aos sub-19), o guarda-redes Samuel Soares (21 dos sub-15 aos
sub-19), o defesa central Luís Gonçalves (quatro pelos sub-15), o médio Tiago
Figueiredo (duas pelos sub-17), o lateral esquerdo Ernesto Nunes (duas pelos
sub-17) e o lateral direito Bruno Fernandes (duas pelos sub-19).
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