Rúben Leston voltou ao Almada na época 2018-19 |
Foi cinturão negro de karaté,
praticou natação, futsal, voleibol e xadrez, mas é no futebol que vai mostrando
o que vale. Jogador carismático na margem sul, com gosto por penteados
extravagantes, Rúben Leston espera cumprir esta época a missão que o levou de novo ao Almada
Atlético Clube há cerca de três anos: recolocar o emblema do Pragal na I
Distrital da AF Setúbal.
Em entrevista, o lateral direito
filho de pai angolano
e mãe guineense passa a carreira em revista, recorda o grande Charneca
de Caparica de 2016-17 e fala sobre o racismo.
ROMILSON TEIXEIRA - O Rúben Leston está na quarta temporada consecutiva no Almada e foi
titular nos três jogos realizados já esta época. Com que expetativas
individuais e coletivas entrou para esta temporada?
RÚBEN LESTON - Já ansiávamos pelo início desta
temporada há alguns meses. E, felizmente, conseguimos saciar essa saudade com
uma vitória difícil no Zambujal.
Pessoalmente, tanto no futebol como na vida, o objetivo é crescer e melhorar as
nossas capacidades dia após dia. Mesmo perante todas as dificuldades que são
colocadas no nosso caminho. Quero melhorar técnica e taticamente, para
conseguir contribuir mais eficazmente para o sucesso da equipa. A minha expetativa
passa por encarar a época com maior sentido de responsabilidade, e de
superação. Estamos cientes do nosso trabalho, do nosso esforço, da nossa união
e cumplicidade. Espero ajudar a manter este espírito e a orientar o foco da equipa
para que o nosso esforço seja compensado no final.
O objetivo do Almada passa por subir de divisão?
Na minha opinião, para além da
cumplicidade que há entre nós, existe também muita humildade. Nada irá surgir
por mero acaso. Acreditamos no trabalho, no empenho. A equipa técnica e a
direção do Almada demonstram que acreditam em nós. Sabemos das dificuldades que
o futebol e a sociedade em geral atravessam. Com a nossa união, vamos caminhar
jogo a jogo. E entraremos em todos os jogos com os olhos postos nos três
pontos, quer estejamos em último ou primeiro. Ainda não somos candidatos, mas
logo veremos o que 2021 tem reservado para nós.
Que clubes, no seu entender, são os principais candidatos a subir à I
Distrital?
Na minha opinião, qualquer equipa
deste campeonato tem capacidade e talento para ambicionar uma subida. Sendo o
campeonato disputado a uma só volta, isso poderá trazer surpresas. Todas têm de
estar preparadas e trabalhar para evitar qualquer deslize. O meu foco sempre
esteve na equipa do Almada, por isso, não estou a par das novidades das equipas
adversárias. Mas acredito que o nosso campeonato vá ser bastante interessante.
Existem equipas muito fortes e bem organizadas, que se assumem regularmente
como candidatas, como o Quinta do Conde, Brejos de Azeitão, Monte de Caparica,
Alcacerense, mas vamos estar sempre alerta, porque nenhum jogo vai ser fácil, e
todos os domingos vão haver três resultados possíveis. Há também outras equipas
que irão trazer bastante competitividade, como o Vitória de Setúbal,
Alcochetense ou o Comércio e Indústria, uma vez que são equipas “B”. Acredito
que tenham jovens com muito talento e vontade de impressionar. Mais uma vez,
todos os jogos vão ser difíceis, ninguém nos vai facilitar a vida. Só podemos
trabalhar para tentar enfrentar todos estes desafios, preparando-nos da melhor
maneira possível, com sentido de compromisso. No fundo, acho que o campeonato
vai ser bastante competitivo e vamos ter de acreditar nas decisões da equipa
técnica. Vamos trabalhar para cumprir todas as estratégias, e pôr o talento individual
a trabalhar em prol da equipa.
O Almada é um histórico do distrito de Setúbal, tendo passado grande
parte da existência nos campeonatos nacionais. No entanto, tem perdido
protagonismo nos últimos anos. Como se explica este período de menor fulgor?
Leston num jogo frente ao Alcochetense |
Como tudo na vida, existem
momentos bons e menos bons. Os clubes são uma entidade bem maior do que
qualquer um de nós. O Almada é um clube histórico, e tal como muitos, atravessa
um período de menor fulgor. Pode haver vários motivos, entre os quais, o
reflexo de uma sociedade que se foca mais em experiências tecnológicas ou
virtuais, que ganharam terreno face às atividades físicas e ao convívio humano.
Se refletirmos, por vezes parece que os novos adolescentes não adoram o futebol
como nós adorávamos. Parece que há uma menor paixão pelo futebol no seu estado
mais puro. O único objetivo parece ser a fama instantânea ou resultados rápidos
que tragam valor às marcas, publicidades, ganhos, etc… O futebol espelha essas
mudanças que ocorrem na sociedade, e torna-se difícil encontrar um modelo que
cative os jovens pelo prazer de praticar desporto em comunidade. As interações humanas,
não só com esta infelicidade da pandemia, já vinham a sofrer com as alterações
que vamos sentindo com o progresso do mundo tecnológico e virtual. Mas o
futebol e os clubes, se investirem em bons projetos de formação, com planos de
longo prazo, conseguirão montar uma estrutura bem organizada e sustentável.
Acho que o foco devia estar primeiro na educação dos jovens, como jogadores,
mas sobretudo como futuros membros da comunidade. Os resultados serão colhidos
mais tarde.
A mágoa de não ter conquistado o título distrital em 2012-13
O Leston representou pela primeira vez o Almada entre 2012 e 2014 e
voltou a meio da época 2018-19. Que diferenças encontrou entre o clube que
encontrou em 2012 e o clube em que joga em 2020?
As diferenças foram
significativas. Por um lado, em 2012 estava no meu primeiro ano de sénior. O
clube tinha acabado de subir à I
Distrital. A motivação e o entusiasmo à volta da equipa eram enormes. Havia
bastantes condições, seja a nível desportivo, seja a nível humano. Havia
bastantes pessoas encarregues por nos fornecer condições e cuidar das instalações.
A equipa era bastante madura e aprendi bastante nesse ano. O campeonato
foi disputado entre nós e o Cova
da Piedade, no último ano em que estiveram nos distritais. Estivemos em
primeiro até à 19.ª jornada e mantivemos o segundo lugar sempre com a ambição
de conquistar o campeonato.
Infelizmente não subimos, o que afetou a moral da equipa. Ainda afeta, se
pensarmos que o investimento a nível organizacional que foi colocado no ano
seguinte na equipa vencedora foi o que levou o Cova
da Piedade ao nível em que está hoje. A vida tem destes dissabores. Acho
que depois desse ano, infelizmente, houve um declínio gradual.
Hoje em dia, o Almada volta a tentar
encontrar caminhos e meios para se reerguer. Foi por isso que voltei. Fui
convidado para ajudar e trazer o que fui aprendendo ao longo da minha carreira
desportiva. Sinto o Almada e sinto a responsabilidade de representar o espírito
almadense. Não é só jogar por jogar. Existe respeito ao símbolo e ao cube. É
gratificante poder representar o clube da cidade e do concelho.
O que está a achar dos métodos do mister Ricky Nelson?
Nunca tinha trabalhado com o mister
Ricky. Mais importante do que gostar do treinador, acho que devemos gostar e
respeitar a pessoa. E tem sido uma surpresa bastante agradável ter a
oportunidade de aprender e crescer com a visão que o Mister tem da própria
vida. Gosto da maneira como comunica e transmite as suas ideias. Aborda-nos,
seja coletivamente, seja individualmente, sempre com o foco e responsabilidade
de trazer o melhor que cada um tem, em prol do Almada. Acho que o mister nos
orienta com ambição e sentido de responsabilidade, sempre de uma perspetiva
bastante humilde. E de agradecimento por termos o privilégio de representar a equipa
e a população de Almada. A nível tático, acho que o prazer que o mister tem
pelo futebol nos motiva em campo. Para que as coisas saiam bem ao domingo, há
bastantes etapas, desde a conceção dos treinos até à motivação do espírito do grupo.
E tanto o mister Ricky como todos os membros da equipa técnica são excelentes.
Rúben Leston é um dos mais antigos do plantel do Almada |
Em relação aos seus companheiros de equipa, houve algum que o tivesse
deixado particularmente impressionado?
Acho que o valor da equipa está
no que conseguimos alcançar todos juntos. Acima de tudo, somos jogadores
empenhados e humildes. Felizmente, ninguém se destaca. Nem mesmo um golo é de
um só jogador. Claro que ele é o responsável pela concretização, mas o verdadeiro
valor está no progresso e no trabalho da equipa. Todos são importantes. E no
fim do jogo, o vencedor é o Almada, e não os marcadores. Temos jogadores de
várias personalidades, de várias idades. Todos são responsáveis por ajudar a
que cada um traga as suas qualidades. Esse é o espírito e o nosso caminho.
Que opinião tem sobre estas constantes dos campeonatos distritais
devido à pandemia? Como acha que o futebol amador vai lidar com esta
instabilidade e indefinição que a Covid-19
vai causando?
Infelizmente, esta nova realidade
não nos ajuda nada a nível das nossas relações humanas. A Associação e os
clubes fazem o melhor que podem para cumprir todas as regras e manter-nos saudáveis.
Ninguém gosta, mas temos de aguentar e respeitar. A vontade e o prazer de jogar
têm de ser controlados em prol da nossa saúde e das nossas famílias. É
preferível sofrer com vontade de jogar do que sentir que a nossa impaciência e
precipitação pudesse levar à perda de alguém.
O Leston joga a lateral direito. Como se define enquanto jogador?
Acho que sou trabalhador e tento
sempre ter uma perspetiva dos ritmos de jogo e do posicionamento de todos
dentro de campo. Costumo jogar mais a lateral direito, porque o meu perfil
ajuda a estar envolvido tanto no processo defensivo como ofensivo. Acho que me entrego
bastante, com responsabilidade e compromisso. Em qualquer equipa, acho que acrescento
competitividade e a ambição de ganhar. Quando jogo no meio, tenho mais tempo
para pensar o jogo. Tento dar ao jogo o plano que foi pensado e ler os
movimentos de cada um.
Praticou natação, karaté, futsal, vólei e xadrez
Voltemos atrás no tempo. Onde nasceu e cresceu e como foi a sua
infância?
Nasci em Lisboa, mas cresci em
Corroios e depois em Almada. Acho que a minha infância e o meu crescimento
foram, de certo modo, intensos. Fui inscrito na natação quando tinha alguns
meses e fiz competição na SFUAP [Sociedade Filarmónica União Artística Piedense]
durante toda a minha infância. Paralelamente, fiz Karaté Shotokan, onde
alcancei o cinturão negro e conquistei algumas medalhas de Ouro no Campeonato
Nacional. Quando foi oportuno, representei sempre as escolas por onde passei a nível
desportivo, desde futsal, ao vólei e ao xadrez. Sempre tive uma paixão enorme
por desporto. E felizmente, o sucesso académico sempre se manteve constante.
Obviamente que tudo vem com um preço. Paga-se com trabalho e dedicação. E com
uma visão do mundo que nem sempre é compreendida. O sucesso vem com um preço
que é pago com o nosso trabalho e através dos nossos hábitos. Há etapas,
histórias e sacrifícios que moldam a nossa personalidade. Respeitamo-nos uns
aos outros e tentamos devolver ao mundo o melhor que vamos encontrando dentro
de nós.
Infelizmente, ainda não tive a
oportunidade de conhecer os países onde nasceram os meus pais. Um dia irei
visitar Angola,
do meu pai, e a Guiné-Bissau,
da minha mãe.
Quando é que a bola entrou na sua vida? O Leston fez toda a formação no
Corroios. Quais são as principais recordações que tem desses tempos?
O Corroios foi onde me comecei a
apaixonar pelo futebol, logo desde os meus seis ou sete anos. Pelo que me
contam, tinha boa preparação física e tudo corria bem. Mas isso levou a que
fosse integrado na equipa com jogadores mais velhos e os meus pais decidiram
que era melhor abandonar para não me magoar, e aí tive de me dedicar aos
desportos individuais. Voltei com 13 anos porque nunca perdi a paixão pelo
futebol. Vivi grandes momentos de futebol porque o Corroios estava presente em
todos os campeonatos nacionais e tinha um bom plano de formação. Aprendi
bastante com muitos treinadores. Lembro-me dos jogos por todo o país, e dos encontros
frente a Sporting
e Benfica,
porque vejo alguns dos jogadores na I
Liga. Guardo sempre um grande carinho pelo Corroios. E reconheço que foi um
orgulho e um privilégio crescer ali, e envergar a braçadeira de capitão.
Assim que sobe a sénior vai para o Almada, que estava na I
Distrital. Como correu essa transição de júnior para sénior?
Acima de tudo acho que aprendi
bastante. O grau de maturidade era bastante mais elevado. A este nível, a
experiência conta bastante. Mas a equipa tinha jogadores em diferentes patamares,
e fiz uma boa integração. Mais do que o talento, o futebol é um jogo de inteligência
e estratégia.
“Charneca de 2017? Trabalho diário, organização do clube e adeptos foram essenciais”
Entre 2015 e 2017 representou o Charneca
de Caparica e ajudou a equipa a alcançar um histórico quarto lugar no
campeonato e a chegar à final da Taça AF
Setúbal. Que memórias guarda desses tempos?
A equipa técnica [de Élio Santos]
que me acolheu quando cheguei ao Almada foi a mesma que me convidou para ir
para o Charneca.
Sempre houve muita qualidade e ambição. A equipa estava, mais uma vez, bem
distribuída a nível de experiência e maturidade. O trabalho diário, a
organização do clube em prol do sucesso de todos os escalões, e o trabalho do
público, foram essenciais. O público teve uma presença incrível. O sucesso
surgiu naturalmente.
Leston em ação num jogo frente ao Comércio e Indústria |
Embora fosse titular no Charneca,
que na altura se estava a estabelecer como uma das principais equipas da I
Distrital, foi jogar para o campeonato universitário de Lisboa e depois mudou-se
para o Almada, que atravessava dificuldades. O que levou a tomar essa decisão?
Ao longo da vida surgem estes
episódios. Após a derrota na final da Taça, a equipa técnica [de Élio Santos] aceitou
um novo convite. E com a chegada de uma nova equipa técnica ao Charneca,
a direção informou-me que no ano seguinte não iriam contar comigo porque o novo
treinador [José Manuel Almeida] não me conhecia e preferia trazer jogadores da
sua confiança. O clube pretendia consolidar a sua posição no distrito e
tornar-se uma referência na formação dos jovens. Tive de respeitar as opções,
mesmo sem nunca conhecer pessoalmente, na altura, quem ia assumir o cargo. Ninguém
gosta de ser dispensado. Mas a vida continua. Tentei dedicar-me só à faculdade.
Nesse ano joguei no Campeonato Universitário de Lisboa, e no Campeonato
Nacional Universitário, pelo Instituto Superior Técnico. O futebol em Lisboa é
uma realidade diferente. E no Campeonato Universitário existe muito talento,
inteligência e bastantes condições desportivas, pois o Estádio Universitário é
um complexo com muitos campos tratados diariamente. Muitos dos jogadores de
todo o país conciliam os estudos e mantêm a competitividade que tinham nos seus
clubes locais. Durante o Natal da época seguinte, o mister Custódio [Galveias]
convidou-me para ajudar o Almada a subir de divisão. Senti que podia ser útil e
ajudar o Almada a regressar à I
Distrital. Acreditei no projeto e nas ideias do mister. Apesar de ter
chegado a meio da época, receberam-me muito bem e, mais uma vez, lutámos até ao
fim. Infelizmente não subimos depois de um jogo muito disputado contra o Pescadores.
Ficámos frustrados. Não tinha conseguido ajudar o Almada a subir nessa época.
Em 2020 o campeonato foi cancelado, e este ano estou aqui para tentar cumprir a
meta que me trouxe ao Almada.
Que treinadores mais o marcaram ao longo da sua carreira?
Felizmente, tive a oportunidade
de ser ensinado por muitos treinadores durante a minha carreira. O facto de ser
uma pessoa reservada fora de campo fez com que não desse muito nas vistas. Fazia
o meu trabalho e tentava ser competente, levando com seriedade as decisões de
cada treinador. Tentei absorver o melhor de cada um. Acima de tudo, acho que
aprendi bastante com todos. Como disse antes, o valor está na pessoa em si. Uma
boa pessoa, e que inspire, mesmo com capacidades teóricas menos boas, tem maior
probabilidade de ganhar do que um treinador teórico, sem relação de mútuo
respeito com os jogadores. Quando acreditamos no projeto e no trabalho, damos
ainda mais de nós. Sinto-me grato por todos os treinadores que me acolheram e
que em algum momento, apreciaram as minhas qualidades e o meu trabalho. Gostava
de reconhecer e deixar uma palavra especial ao mister Paulo Loureiro, que fez
parte das equipas técnicas, praticamente durante toda a minha carreira sénior.
É uma pessoa que admiro pela sua paixão e entrega. E é uma pessoa essencial
para o bom funcionamento e organização de uma equipa, preparação para os jogos
e preparação dos guarda-redes.
Leston nos tempos em que jogava no Charneca de Caparica |
Ao longo da sua carreira, o Leston também se tem dado nas vistas pelos
penteados vistosos. Quais foram os mais arrojados que teve? Tem algum em vista
para utilizar em breve?
Sim, gosto de penteados
alternativos, de cores e de arte em geral. Não por serem diferentes. Simplesmente
gosto. O facto de algo tão simples causar um grande impacto diz muito sobre a sociedade
atual. Todos somos diferentes e cada um percorre o seu caminho. Somos parte de uma
sociedade. Trago o melhor que posso à comunidade. Mas não me posso esquecer do
meu bem-estar e dos meus gostos. Não vou ser uma réplica das tendências sem
motivo. Gosto que as pessoas sejam autênticas. Não vi em ninguém. Tenho ideias.
E se for possível, experimento. Posso gostar ou não. Não tenho planos por
enquanto a esse nível.
Alguma vez foi alvo de insultos racistas? O que é para si o racismo?
Nunca fui alvo de insultos. A sua
pergunta dá-nos mesmo muito que pensar. Podiam ser escritas dissertações e
livros sobre esta pequena pergunta. Existe a definição da palavra, o contexto
histórico, as implicações sociais, o efeito e impacto na vida das pessoas…
enfim, seria impossível descrever toda propagação do racismo na nossa cultura.
Pior ainda se torna a discussão sobre como travá-lo. Pode-se debater
estratégias e métodos. Uns dirão que se deva reagir agressivamente e demonstrar
tempestuosamente que não é possível aguentar mais. Outros dirão que o melhor
método é ignorar e, simplesmente, nunca dar valor aos insultos. Ou há quem opte
por fazer revoltas pacíficas. Ninguém tem uma solução. E para que esta mentalidade
sofra uma mudança eficaz, é necessário haver um constante investimento na consciencialização
e na educação.
Entrevista realizada por Romilson Teixeira
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