Dez jogadores que brilharam na Liga dos Campeões pelo FC Porto |
Na estreia na competição, em 1956-57, os dragões foram prontamente afastados logo na primeira pré-eliminatória pelo Athletic Bilbau, desfecho que se repetiu três anos depois às mãos dos eslovacos do Cervena Hviezda Bratislava.
Apesar do histórico favorável, os azuis e brancos surpreenderam ao vencer a então designada por Taça dos Campeões Europeus em 1987, com vitória sobre o Bayern Munique na final de Viena (2-1). 17 anos depois repetiram a façanha na reformulada Liga dos Campeões, com triunfo sobre o Mónaco em Gelsenkirchen (3-0).
Além dos triunfos nas duas finais
que disputou, o emblema da Invicta
atingiu as meias-finais em 1993-94 e os quartos de final em 1990-91, 1996-97,
1999-00, 2008-09, 2014-15 e 2018-19.
No total, 396 futebolistas
representaram o FC
Porto na Taça/Liga
dos Campeões. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais
vezes.
10. Bruno Alves (37 jogos)
Bruno Alves |
Defesa central formado no FC
Porto, demorou algum tempo até impor-se na equipa principal, tendo rodado
na equipa B e por empréstimo no Farense,
no Vitória
de Guimarães e no AEK Atenas antes de se afirmar no Dragão.
Em 2005-06 estreou-se na Liga
dos Campeões, logo num jogo em que os azuis
e brancos foram surpreendentemente derrotados em casa pelo Artmedia
Bratislava (2-3), depois de terem estado a ganhar por 2-0. Nessa época disputou
um total de três jogos, dois dos quais na condição de suplente utilizado, numa
campanha em que os portistas
terminaram a fase de grupos em último lugar.
Nas duas temporadas que se
seguiram ajudou o FC
Porto a chegar aos oitavos de final, amealhando um total de 16 jogos, todos
como titular.
Em 2008-09 foi um dos esteios da
equipa que, às ordens de Jesualdo Ferreira, alcançou os quartos de final da Champions,
tendo atuado em dez encontros (todos como titular) e apontado um golo numa
vitória caseira sobre o Arsenal.
Na época que se seguiu, a última
no clube, foi utilizado em oito partidas e marcou um golo ao Atlético
Madrid no Vicente Calderón, contribuindo para o apuramento até aos oitavos
de final.
Depois transferiu-se para o Zenit.
9. Quaresma (39 jogos)
Ricardo Quaresma |
Pelos azuis
e brancos atuou em 30 partidas (26 a titular) e marcou quatro golos na Champions
entre 2004 e 2008, contribuindo para os apuramentos para os oitavos de final em
2004-05, 2006-07 e 2007-08. Relativamente aos remates certeiros, CSKA
Moscovo e Chelsea
(2006-07) e Besiktas (dois em 2007-08) foram as vítimas de Ricardo
Quaresma.
Em 2008 transferiu-se para o
Inter de Milão, então orientado por José
Mourinho. Embora não tivesse sido particularmente feliz nos nerazzurri, venceu a Liga
dos Campeões em 2009-10.
Entretanto o extremo passou pelos
turcos do Besiktas e pelos árabes do Al Ahli Club antes de regressar ao Dragão.
Em 2014-15 contribuiu com três golos em nove partidas (cinco a titular) para a
caminhada até aos quartos de final, naquela que terá sido a melhor Champions
da carreira.
Entretanto, voltou ao Besiktas no verão de 2005.
8. Paulinho Santos (41 jogos)
Paulinho Santos |
Em termos de Liga
dos Campeões estreou-se em 1992-93, tendo participado em três jogos (todos
como titular).
Na temporada seguinte foi
utilizado em quatro partidas (três a titular) na caminhada do FC
Porto até às meias-finais.
Seguiram-se mais seis
participações na Champions,
nas quais disputou um total 34 encontros, sem ter marcado qualquer golo. As
temporadas em que amealhou mais encontros na prova
milionária foram aquelas em que os dragões
atingiram os quartos de final, em 1996-97 (sete) e 1999-00 (dez).
Em 2003 pendurou as botas e por isso não esteve na caminhada que culminou com a conquista do título europeu no ano seguinte.
7. João Pinto (41 jogos)
João Pinto |
A presença de João Pinto nos dez
primeiros deste ranking diz muito
sobre a longevidade e importância que teve na equipa do FC
Porto, uma vez que grande parte do seu percurso na competição
foi feito ainda no tempo da Taça
dos Campeões Europeus, ou seja, quando ainda não havia fase de grupos.
A estreia na prova
milionária aconteceu em 1985-86 e serviu para apalpar terreno para o que
viria a acontecer na temporada seguinte: a conquista do título europeu.
Titularíssimo nos nove jogos que os portistas
disputaram, protagonizou um dos momentos altos da mágica
noite de Viena, onde os dragões
bateram
o Bayern Munique na final, ao levantar a taça na condição de capitão de
equipa e não mais largar o troféu durante a volta de consagração ao estádio.
“O presidente [Pinto da Costa]
também a agarrou um bocadinho, depois tirou a fotografia e fugi novamente com a
Taça às voltas pelo campo. Ainda bem que fiz isso, porque hoje quando passam as
imagens estou lá sempre”, recordou, em entrevista ao Correio do Porto.
Nas sete participações que se
seguiram, destaca-se a caminhada até às meias-finais em 1993-94, na qual
participou em seis jogos. Também marcou presença nas campanhas que terminaram
nos quartos de final em 1990-91 e em 1996-97.
Todos os 41 encontros que disputou na competição foram na condição de titular.
6. Drulovic (44 jogos)
Drulovic |
Na primeira época nas Antas
ainda foi a tempo de disputar cinco jogos na Liga
dos Campeões e marcar um golo ao Anderlecht, numa campanha que culminou no
apuramento para as meias-finais.
Nas temporadas seguintes
continuou a ser uma das figuras da equipa, contribuindo para as caminhadas até
aos quartos de final em 1996-97 e 1999-00. Nesta última época disputou um total
de 14 jogos (11 a titular) e marcou dois golos, um dos quais numa receção ao
Hertha Berlim após um sprint de 80
metros.
“O melhor golo da minha vida?
Escolho um que não deixa dúvidas, porque ficou na memória de toda a gente,
adeptos do FC
Porto, e adeptos do futebol. Foi o meu golo na Liga
dos Campeões de 1999, contra o Hertha Berlim. Não fui titular nesse jogo,
entrei na segunda parte e marquei a dez minutos do fim. "Foi um lance que
saiu desde o nosso meio-campo, acho que resultou de um livre contra nós, e eu
aproveitei a situação e o desequilíbrio do adversário. Peguei na bola à saída
da nossa grande área e acabei na outra. Consegui marcar um excelente golo, que
na altura foi muito importante porque nos deu a vitória e facilitou a
qualificação. Lembro-me que tive um duelo a meio-campo com um jogador deles,
ele pressionou, eu quase caí, mas consegui ficar na jogada e embalar até à
baliza. Quando cheguei junto do
guarda-redes parei um pouco, pensei, e atirei para as redes com a parte de fora
do pé esquerdo, uma característica minha. Foi um grande golo. Se não estou em
erro até foi considerado o golo do ano na Liga
dos Campeões”, afirmou, anos depois.
Em 2001 não renovou e rumou ao Benfica, mas continuou a ser acarinhado pelos adeptos portistas.
5. Lucho González (44 jogos)
Lucho González |
Médio argentino contratado ao
River Plate, foi uma das principais figuras do FC
Porto durante a primeira década e meia do século XXI, sagrando-se campeão
em seis das sete temporadas em que esteve ao serviço dos dragões.
Na montra da Liga
dos Campeões também se mostrou à Europa do futebol, ainda que o melhor que
tenha conseguido foi chegar às meias-finais em 2008-09, numa campanha em que
marcou dois golos em nove jogos.
Durante a primeira passagem pelo Dragão,
entre 2005 e 2009, atuou num total de 30 jogos (29 a titular) e apontou nove
golos.
Seguiram-se dois anos e meio no Marselha antes de regressar aos azuis e brancos em janeiro de 2012, tendo amealhado mais 14 partidas (todas a titular) e quatro golos na Champions até ao final de 2013.
4. Aloísio (50 jogos)
Aloísio |
Nas Antas
não sentiu dificuldades em impor-se como titular, tendo formado grandes duplas
com os compatriotas Geraldão e Zé Carlos e os internacionais portugueses
Fernando Couto e Jorge Costa.
Logo na época de estreia atingiu
os quartos de final da então denominada Taça
dos Campeões europeus, numa campanha em que atuou nos seis jogos dos portistas,
todos na condição de titular.
Porém, viveu o momento alto na Champions
em 1993-94, quando os dragões
chegaram às meias-finais, numa caminhada em que Aloísio participou em seis
encontros, também todos como titular.
Mais tarde voltou a atingir os
quartos de final em 1996-97 e 1999-00, sempre como uma peça importante no onze
dos azuis
e brancos.
Em 2001 pendurou as botas, à
beira dos 38 anos. Após encerrar a carreira de jogador iniciou a de treinador,
tendo sido adjunto da equipa principal dos portistas
entre 2001-02 e 2004-05 e treinador principal dos bês em 2005-06.
3. Helton (51 jogos)
Helton |
Nos leirienses rapidamente
destronou Costinha e passados dois anos rumou ao Dragão
para dar luta a Vítor Baía. Na primeira metade da 2005-06 o treinador holandês
Co Adriaanse mostrou preferência pelo internacional português, mas na segunda
metade da época o brasileiro agarrou a titularidade e remeteu o histórico
guardião, na altura já um veterano, para o banco.
Porém, teve de esperar pela época
seguinte para se estrear na Liga
dos Campeões, tendo ajudado o FC
Porto a ultrapassar a fase de grupos em quatro temporadas consecutivas,
atingindo inclusivamente os quartos de final em 2008-09.
Em 2010-11 não participou na Champions
porque competiu na Liga
Europa, acabando por vencer a competição.
Porém, regressou à prova
milionária na temporada que se seguiu e acabou por contribuir para o
apuramento para os oitavos de final em 2012-13.
Haveria de continuar no clube até
2016, embora não tenha jogado pela última vez na Liga
dos Campeões em dezembro de 2013.
2. Jorge Costa (54 jogos)
Jorge Costa |
Logo nessa época estreou-se na Liga
dos Campeões, ganhando embalagem para ajudar os portistas
a atingirem as meias-finais da competição
na temporada seguinte, numa campanha na qual foi utilizado em cinco jogos
(todos como titular).
Viria ainda a ter um papel
fundamental para as caminhadas até aos quartos de final em 1996-97 e 1999-00,
antes de saborear a glória internacional em 2003-04,
quando já tinha 32 anos e abandonado a seleção nacional. Às ordens de José
Mourinho, formou uma dupla sólida com Ricardo Carvalho no centro da defesa
e após a final
de Gelsenkirchen levantou o troféu na condição de capitão de equipa.
“Venham eles. Andávamos no
automático. Foi mais do mesmo, não sei se com a mesma qualidade de jogo, porque
acho que no primeiro ano tínhamos muita qualidade de jogo. Tivemos um ano de
aprendizagem e no segundo ano foi no automático, era fácil. Mas era mesmo.
Parece ridículo, mas era fácil. Se me perguntarem, mas pensavas que ias ganhar
a Liga
dos Campeões? Não. Não pensava como era evidente porque tínhamos equipas
que tinham um orçamento 10, 15 vezes superior ao nosso, com os melhores do
mundo. Mas não era um objetivo ganhar a Liga
dos Campeões, era um sonho. As coisas foram acontecendo até que chegou uma
altura em que ...’eh pá, se calhar isto vai dar". E deu.’, contou à Tribuna
Expresso em junho de 2020.
Haveria de continuar mais um ano no clube antes de sair para a porta pequena para o Standard Liége, emblema belga onde viria a encerrar a carreira.
1. Vítor Baía (61 jogos)
Vítor Baía |
Porém, Vítor Baía teve de esperar
mais dois anos para jogar pela primeira vez na ainda designada por Taça
dos Campeões europeus, defendendo a baliza portista
em seis jogos (e sofrendo quatro golos) numa campanha (1990-91) que levou os dragões
aos quartos de final.
Em 1993-94 também esteve em
evidência, participando em sete encontros e encaixando nove golos na caminhada
até às meias-finais da prova.
Entre 1996 e 1998 representou o Barcelona,
mas voltou a tempo de mais um desempenho bastante digno na Champions
em 1999-00, quando os azuis
e brancos ultrapassaram duas fases de grupos e atingiram os quartos de
final. Nessa época, atuou em nove partidas e sofreu sete golos na competição.
Porém, o melhor ainda estava para
vir. Aos 34 anos, quando até já estava fora das contas da seleção nacional e
tinha vencido a Taça
UEFA no ano anterior, levantou o troféu ao lado de Jorge Costa em 2004,
tendo participado nos 13 jogos (e sofrido 12 golos) que os portistas
disputaram na prova. Além da conquista do título europeu, foi ainda eleito
melhor guarda-redes do ano para a UEFA.
“Estávamos eufóricos. Sentimo-nos
como autênticos miúdos. Foi uma alegria contagiante, um momento único. Daqueles
que ficará eternizado nas mais douradas páginas da história do FC
Porto e nas nossas memórias. É algo que todos os jogadores querem atingir e
nós tivemos o privilégio de o conseguir”, contou ao site
da UEFA em abril de 2009.
Haveria de continuar no clube até
pendurar as luvas 2007, mas despediu-se da Champions
pela porta pequena, em 2005-06, com uma eliminação precoce ainda na fase de
grupos.
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