terça-feira, 20 de outubro de 2020

Os 10 jogadores com mais jogos pelo FC Porto na Liga dos Campeões

Dez jogadores que brilharam na Liga dos Campeões pelo FC Porto
Duas vezes campeão europeu, o FC Porto vai esta época participar pela 33.ª vez na Taça/Liga dos Campeões e reforçar o estatuto de uma das equipas com mais presenças na prova, depois de Real Madrid (51), Bayern Munique (37), Benfica (37) e Juventus (35).

 

Na estreia na competição, em 1956-57, os dragões foram prontamente afastados logo na primeira pré-eliminatória pelo Athletic Bilbau, desfecho que se repetiu três anos depois às mãos dos eslovacos do Cervena Hviezda Bratislava.

Apesar do histórico favorável, os azuis e brancos surpreenderam ao vencer a então designada por Taça dos Campeões Europeus em 1987, com vitória sobre o Bayern Munique na final de Viena (2-1). 17 anos depois repetiram a façanha na reformulada Liga dos Campeões, com triunfo sobre o Mónaco em Gelsenkirchen (3-0).

 

Além dos triunfos nas duas finais que disputou, o emblema da Invicta atingiu as meias-finais em 1993-94 e os quartos de final em 1990-91, 1996-97, 1999-00, 2008-09, 2014-15 e 2018-19.

 

No total, 396 futebolistas representaram o FC Porto na Taça/Liga dos Campeões. Vale por isso a pena recordar os dez que o fizeram por mais vezes.

 

 

10. Bruno Alves (37 jogos)

Bruno Alves
Disputou 37 jogos tal como o médio mexicano Héctor Herrera, mas amealhou mais 558 minutos em campo – 3234 contra 2676.

Defesa central formado no FC Porto, demorou algum tempo até impor-se na equipa principal, tendo rodado na equipa B e por empréstimo no Farense, no Vitória de Guimarães e no AEK Atenas antes de se afirmar no Dragão.

Em 2005-06 estreou-se na Liga dos Campeões, logo num jogo em que os azuis e brancos foram surpreendentemente derrotados em casa pelo Artmedia Bratislava (2-3), depois de terem estado a ganhar por 2-0. Nessa época disputou um total de três jogos, dois dos quais na condição de suplente utilizado, numa campanha em que os portistas terminaram a fase de grupos em último lugar.

Nas duas temporadas que se seguiram ajudou o FC Porto a chegar aos oitavos de final, amealhando um total de 16 jogos, todos como titular.

Em 2008-09 foi um dos esteios da equipa que, às ordens de Jesualdo Ferreira, alcançou os quartos de final da Champions, tendo atuado em dez encontros (todos como titular) e apontado um golo numa vitória caseira sobre o Arsenal.

Na época que se seguiu, a última no clube, foi utilizado em oito partidas e marcou um golo ao Atlético Madrid no Vicente Calderón, contribuindo para o apuramento até aos oitavos de final.

Depois transferiu-se para o Zenit.


 

9. Quaresma (39 jogos)

Ricardo Quaresma
Após ter disputado a Taça UEFA nos primeiros anos de carreira, ao serviço de Sporting e Barcelona, o extremo estreou-se na Liga dos Campeões em 2004-05 pelo então detentor do troféu, o FC Porto.

Pelos azuis e brancos atuou em 30 partidas (26 a titular) e marcou quatro golos na Champions entre 2004 e 2008, contribuindo para os apuramentos para os oitavos de final em 2004-05, 2006-07 e 2007-08. Relativamente aos remates certeiros, CSKA Moscovo e Chelsea (2006-07) e Besiktas (dois em 2007-08) foram as vítimas de Ricardo Quaresma.

Em 2008 transferiu-se para o Inter de Milão, então orientado por José Mourinho. Embora não tivesse sido particularmente feliz nos nerazzurri, venceu a Liga dos Campeões em 2009-10.

Entretanto o extremo passou pelos turcos do Besiktas e pelos árabes do Al Ahli Club antes de regressar ao Dragão. Em 2014-15 contribuiu com três golos em nove partidas (cinco a titular) para a caminhada até aos quartos de final, naquela que terá sido a melhor Champions da carreira.

Entretanto, voltou ao Besiktas no verão de 2005.

 

8. Paulinho Santos (41 jogos)

Paulinho Santos
Médio defensivo (também capaz de desenrascar como lateral) contratado ao Rio Ave no verão de 1992, rapidamente encarnou o espírito portista, mas demorou um pouco mais a conquistar o seu espaço, até porque havia André de pedra e cal à frente da defesa.

Em termos de Liga dos Campeões estreou-se em 1992-93, tendo participado em três jogos (todos como titular).

Na temporada seguinte foi utilizado em quatro partidas (três a titular) na caminhada do FC Porto até às meias-finais.

Seguiram-se mais seis participações na Champions, nas quais disputou um total 34 encontros, sem ter marcado qualquer golo. As temporadas em que amealhou mais encontros na prova milionária foram aquelas em que os dragões atingiram os quartos de final, em 1996-97 (sete) e 1999-00 (dez).

Em 2003 pendurou as botas e por isso não esteve na caminhada que culminou com a conquista do título europeu no ano seguinte.

 

 

7. João Pinto (41 jogos)

João Pinto
Disputou 41 jogos tal como Paulinho Santos, mas amealhou mais 291 minutos em campo – 3500 contra 3209.

A presença de João Pinto nos dez primeiros deste ranking diz muito sobre a longevidade e importância que teve na equipa do FC Porto, uma vez que grande parte do seu percurso na competição foi feito ainda no tempo da Taça dos Campeões Europeus, ou seja, quando ainda não havia fase de grupos.

A estreia na prova milionária aconteceu em 1985-86 e serviu para apalpar terreno para o que viria a acontecer na temporada seguinte: a conquista do título europeu. Titularíssimo nos nove jogos que os portistas disputaram, protagonizou um dos momentos altos da mágica noite de Viena, onde os dragões bateram o Bayern Munique na final, ao levantar a taça na condição de capitão de equipa e não mais largar o troféu durante a volta de consagração ao estádio.

“O presidente [Pinto da Costa] também a agarrou um bocadinho, depois tirou a fotografia e fugi novamente com a Taça às voltas pelo campo. Ainda bem que fiz isso, porque hoje quando passam as imagens estou lá sempre”, recordou, em entrevista ao Correio do Porto.

Nas sete participações que se seguiram, destaca-se a caminhada até às meias-finais em 1993-94, na qual participou em seis jogos. Também marcou presença nas campanhas que terminaram nos quartos de final em 1990-91 e em 1996-97.

Todos os 41 encontros que disputou na competição foram na condição de titular.

6. Drulovic (44 jogos)

Drulovic
Talentoso extremo esquerdino internacional pela Jugoslávia e contratado ao Gil Vicente em dezembro de 1993, foi um dos melhores jogadores do clube na década de 1990 e certamente figurará na lista dos melhores estrangeiros de sempre dos dragões.

Na primeira época nas Antas ainda foi a tempo de disputar cinco jogos na Liga dos Campeões e marcar um golo ao Anderlecht, numa campanha que culminou no apuramento para as meias-finais.

Nas temporadas seguintes continuou a ser uma das figuras da equipa, contribuindo para as caminhadas até aos quartos de final em 1996-97 e 1999-00. Nesta última época disputou um total de 14 jogos (11 a titular) e marcou dois golos, um dos quais numa receção ao Hertha Berlim após um sprint de 80 metros.

“O melhor golo da minha vida? Escolho um que não deixa dúvidas, porque ficou na memória de toda a gente, adeptos do FC Porto, e adeptos do futebol. Foi o meu golo na Liga dos Campeões de 1999, contra o Hertha Berlim. Não fui titular nesse jogo, entrei na segunda parte e marquei a dez minutos do fim. "Foi um lance que saiu desde o nosso meio-campo, acho que resultou de um livre contra nós, e eu aproveitei a situação e o desequilíbrio do adversário. Peguei na bola à saída da nossa grande área e acabei na outra. Consegui marcar um excelente golo, que na altura foi muito importante porque nos deu a vitória e facilitou a qualificação. Lembro-me que tive um duelo a meio-campo com um jogador deles, ele pressionou, eu quase caí, mas consegui ficar na jogada e embalar até à baliza.  Quando cheguei junto do guarda-redes parei um pouco, pensei, e atirei para as redes com a parte de fora do pé esquerdo, uma característica minha. Foi um grande golo. Se não estou em erro até foi considerado o golo do ano na Liga dos Campeões”, afirmou, anos depois.

Em 2001 não renovou e rumou ao Benfica, mas continuou a ser acarinhado pelos adeptos portistas.

 

5. Lucho González (44 jogos)

Lucho González
Disputou 44 jogos tal como Drulovic, mas amealhou mais 401 minutos em campo – 3783 contra 3382.

Médio argentino contratado ao River Plate, foi uma das principais figuras do FC Porto durante a primeira década e meia do século XXI, sagrando-se campeão em seis das sete temporadas em que esteve ao serviço dos dragões.

Na montra da Liga dos Campeões também se mostrou à Europa do futebol, ainda que o melhor que tenha conseguido foi chegar às meias-finais em 2008-09, numa campanha em que marcou dois golos em nove jogos.

Durante a primeira passagem pelo Dragão, entre 2005 e 2009, atuou num total de 30 jogos (29 a titular) e apontou nove golos.

Seguiram-se dois anos e meio no Marselha antes de regressar aos azuis e brancos em janeiro de 2012, tendo amealhado mais 14 partidas (todas a titular) e quatro golos na Champions até ao final de 2013.


4. Aloísio (50 jogos)

Aloísio
Central de grande classe, chegou ao FC Porto aos 27 anos, em 1990, já depois de ter despontado no Internacional de Porto Alegre e de ter conquistado o Campeonato do Mundo sub-20 em 1983 pelo Brasil e uma Taça do Rei e uma Taça das Taças pelo Barcelona, clube em que foi treinado por Johan Cruyff.

Nas Antas não sentiu dificuldades em impor-se como titular, tendo formado grandes duplas com os compatriotas Geraldão e Zé Carlos e os internacionais portugueses Fernando Couto e Jorge Costa.

Logo na época de estreia atingiu os quartos de final da então denominada Taça dos Campeões europeus, numa campanha em que atuou nos seis jogos dos portistas, todos na condição de titular.

Porém, viveu o momento alto na Champions em 1993-94, quando os dragões chegaram às meias-finais, numa caminhada em que Aloísio participou em seis encontros, também todos como titular.

Mais tarde voltou a atingir os quartos de final em 1996-97 e 1999-00, sempre como uma peça importante no onze dos azuis e brancos.

Em 2001 pendurou as botas, à beira dos 38 anos. Após encerrar a carreira de jogador iniciou a de treinador, tendo sido adjunto da equipa principal dos portistas entre 2001-02 e 2004-05 e treinador principal dos bês em 2005-06.

 

 

3. Helton (51 jogos)

Helton
Guarda-redes ágil, com grande qualidade a jogar com os pés, capacidade para colocar a bola à distância com as mãos e selo das seleções jovens brasileiras, chegou a Portugal no início de 2003 pela porta da União de Leiria, proveniente do Vasco da Gama.

Nos leirienses rapidamente destronou Costinha e passados dois anos rumou ao Dragão para dar luta a Vítor Baía. Na primeira metade da 2005-06 o treinador holandês Co Adriaanse mostrou preferência pelo internacional português, mas na segunda metade da época o brasileiro agarrou a titularidade e remeteu o histórico guardião, na altura já um veterano, para o banco.

Porém, teve de esperar pela época seguinte para se estrear na Liga dos Campeões, tendo ajudado o FC Porto a ultrapassar a fase de grupos em quatro temporadas consecutivas, atingindo inclusivamente os quartos de final em 2008-09.

Em 2010-11 não participou na Champions porque competiu na Liga Europa, acabando por vencer a competição. Porém, regressou à prova milionária na temporada que se seguiu e acabou por contribuir para o apuramento para os oitavos de final em 2012-13.

Haveria de continuar no clube até 2016, embora não tenha jogado pela última vez na Liga dos Campeões em dezembro de 2013.

 

 

2. Jorge Costa (54 jogos)

Jorge Costa
Não podiam faltar nesta lista alguns dos campeões europeus de 2003-04. Membro da geração de ouro do futebol português, que conquistou o título mundial de sub-20 em Lisboa em 1991, foi formado no FC Porto, mas teve de rodar no Penafiel e no Marítimo antes de chegar à equipa principal dos dragões em 1992-93.

Logo nessa época estreou-se na Liga dos Campeões, ganhando embalagem para ajudar os portistas a atingirem as meias-finais da competição na temporada seguinte, numa campanha na qual foi utilizado em cinco jogos (todos como titular).

Viria ainda a ter um papel fundamental para as caminhadas até aos quartos de final em 1996-97 e 1999-00, antes de saborear a glória internacional em 2003-04, quando já tinha 32 anos e abandonado a seleção nacional. Às ordens de José Mourinho, formou uma dupla sólida com Ricardo Carvalho no centro da defesa e após a final de Gelsenkirchen levantou o troféu na condição de capitão de equipa.

“Venham eles. Andávamos no automático. Foi mais do mesmo, não sei se com a mesma qualidade de jogo, porque acho que no primeiro ano tínhamos muita qualidade de jogo. Tivemos um ano de aprendizagem e no segundo ano foi no automático, era fácil. Mas era mesmo. Parece ridículo, mas era fácil. Se me perguntarem, mas pensavas que ias ganhar a Liga dos Campeões? Não. Não pensava como era evidente porque tínhamos equipas que tinham um orçamento 10, 15 vezes superior ao nosso, com os melhores do mundo. Mas não era um objetivo ganhar a Liga dos Campeões, era um sonho. As coisas foram acontecendo até que chegou uma altura em que ...’eh pá, se calhar isto vai dar". E deu.’, contou à Tribuna Expresso em junho de 2020.

Haveria de continuar mais um ano no clube antes de sair para a porta pequena para o Standard Liége, emblema belga onde viria a encerrar a carreira.

1. Vítor Baía (61 jogos)

Vítor Baía
Considerado por muitos como o melhor guarda-redes de sempre do futebol português, estreou-se pela equipa principal do FC Porto pela mão de Quinito a 11 de setembro de 1988, à beira de completar 19 anos.

Porém, Vítor Baía teve de esperar mais dois anos para jogar pela primeira vez na ainda designada por Taça dos Campeões europeus, defendendo a baliza portista em seis jogos (e sofrendo quatro golos) numa campanha (1990-91) que levou os dragões aos quartos de final.

Em 1993-94 também esteve em evidência, participando em sete encontros e encaixando nove golos na caminhada até às meias-finais da prova.

Entre 1996 e 1998 representou o Barcelona, mas voltou a tempo de mais um desempenho bastante digno na Champions em 1999-00, quando os azuis e brancos ultrapassaram duas fases de grupos e atingiram os quartos de final. Nessa época, atuou em nove partidas e sofreu sete golos na competição.

Porém, o melhor ainda estava para vir. Aos 34 anos, quando até já estava fora das contas da seleção nacional e tinha vencido a Taça UEFA no ano anterior, levantou o troféu ao lado de Jorge Costa em 2004, tendo participado nos 13 jogos (e sofrido 12 golos) que os portistas disputaram na prova. Além da conquista do título europeu, foi ainda eleito melhor guarda-redes do ano para a UEFA.

“Estávamos eufóricos. Sentimo-nos como autênticos miúdos. Foi uma alegria contagiante, um momento único. Daqueles que ficará eternizado nas mais douradas páginas da história do FC Porto e nas nossas memórias. É algo que todos os jogadores querem atingir e nós tivemos o privilégio de o conseguir”, contou ao site da UEFA em abril de 2009.

Haveria de continuar no clube até pendurar as luvas 2007, mas despediu-se da Champions pela porta pequena, em 2005-06, com uma eliminação precoce ainda na fase de grupos.













Sem comentários:

Enviar um comentário