quarta-feira, 28 de outubro de 2020

A minha primeira memória de… um jogo entre Sp. Braga e equipas ucranianas

Luiz Adriano e Luís Aguiar em disputa de bola a meio-campo

A minha primeira memória de um jogo entre o Sp. Braga e equipas ucranianas remonta, de facto, ao primeiro encontro oficial de sempre entre os bracarenses e formações da Ucrânia. Aconteceu a 28 de setembro de 2010 e ficou marcado pela primeira vez que o hino da Liga dos Campeões soou na cidade dos Arcebispos.

 

Vice-campeão nacional pela primeira (e por enquanto única) vez na época anterior, os minhotos superaram os conceituados Celtic e Sevilha para marcar presença pela primeira vez na fase de grupos da Champions. Depois dessas façanhas incríveis nas rondas preliminares, os bracarenses chocaram com a realidade logo na jornada inaugural, quando foram goleados em Londres pelo Arsenal (0-6).

 

Na ronda seguinte, o conjunto então orientado por Domingos Paciência defrontou o Shakhtar Donetsk na Pedreira. É verdade que os ucranianos não eram nem nunca foram um colosso do futebol europeu, até porque nunca tinham superado a fase de grupos da Liga dos Campeões, mas um ano e meio antes tinham vencido a Taça UEFA. O lateral direito croata Darijo Srna, o lateral esquerdo romeno Razvan Rat, o médio ofensivo arménio Henrikh Mkhitaryan, os extremos brasileiros Willian e Douglas Costa e o ponta de lança brasileiro Luiz Adriano eram algumas das figuras da equipa.


O obstáculo não parecia inultrapassável, mas os bracarenses sofreram uma derrota pesada em casa: 0-3. Aos 56 minutos, o avançado brasileiro Luiz Adriano apareceu desmarcado na área minhota e rematou para o fundo das redes, num lance o guarda-redes Felipe deixou escapar a bola por entre os braços. Aos 72’, Luiz Adriano recebeu um passe de Douglas Costa, rodopiou sobre Moisés e faz o segundo. E ao cair do pano Paulo César cometeu penálti e Douglas Costa converteu em golo.

 

“Primeiro ponto: houve duas partes bastante distintas na Pedreira. Na primeira metade, os portugueses mostraram-se concentrados, superiores, e criaram duas claras oportunidades de golo. Ora, quem viu o Shakhtar na primeira metade, adivinhava a qualidade de toque dos brasileiros da equipa - Willian, Douglas Costa e Luiz Adriano -, mas nunca que uma equipa inerte durante 45 minutos se transformasse num rolo compressor. Para mudar o rumo de jogo, muito terão contribuído as saídas de Rodríguez, por lesão, aos 41', e de Salino, aos 55 minutos, por opção. Dois minutos depois da saída do brasileiro, chegou o primeiro golo dos ucranianos (...) Duas derrotas, duas goleadas. Começa mal o Sp. Braga na Champions”, escreveu o Correio da Manhã.


O Sp. Braga parecia destinado a uma aventura europeia para esquecer, mas a verdade é que venceu os três jogos seguintes: 2-0 (em casa) e 1-0 (fora) ao Partizan e 2-0 na receção ao Arsenal. À entrada para a última jornada, os bracarenses estavam na luta pelo apuramento, com os mesmos nove pontos do que os gunners e menos três do que o Shakhtar, embora tivesse desvantagem no confronto direto com ambos. Ou seja, em Donetsk os minhotos teriam de fazer melhor resultado do que o Arsenal na receção ao Partizan ou, para só dependerem deles mesmos, teriam de golear o Shakhtar por quatro golos de diferença para recuperarem da desvantagem no confronto direto.

 

A missão chegou a parecer possível quando aos 52 minutos o Partizan fez o empate em Londres, numa altura em que havia 0-0 em Donetsk, mas nas retas finais dos encontros tanto o Arsenal como o Shakhtar marcaram dois golos e garantiram as vitórias nos respetivos jogos.

 

No caso concreto do duelo entre ucranianos e arsenalistas, Rat inaugurou o marcador aos 78 minutos através de um remate forte junto a um dos vértices da área. Cinco minutos depois, Rat serviu Luiz Adriano, que fez o 2-0 para a formação comandada pelo romeno Mircea Lucescu, que estava no cargo desde maio de 2004.

 

“A vontade podia ser a melhor das táticas. Há derrotas que só contam como tal na classificação, sem se tornarem vitórias morais. O Sp. Braga não segue para os oitavos da Champions, mas desce como cabeça-de-série à Liga Europa, algo que o Benfica, o mais forte dos representantes portugueses na prova, não conseguiu”, resumiu o jornal O Jogo.


Nessa mesma temporada de 2010-11, o Sp. Braga voltaria a defrontar uma equipa ucraniana, o Dínamo de Kiev, e tornaria a não ganhar nenhum dos encontros, mas seguiu para as meias-finais da Liga Europa porque empatou a um golo em Kiev e a zero na Pedreira.

 














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