Fundado a 27 de abril de 1912 por
um grupo de jovens apaixonados por futebol, o Olhanense
viveu o maior momento da sua história em 1923-24, quando venceu o Campeonato de
Portugal, conquistando o título mais importante do país na altura ainda antes
do Benfica.
No palmarés constam ainda 20
presenças na I Divisão, tendo obtido a sua melhor classificação de sempre em
1945-46, o quarto lugar. Um ano antes esteve na final da Taça
de Portugal, tendo perdido para o Sporting com um golo ao cair do pano, da
autoria de Jesus Correia.
Porém, também participou por nove
vezes na II Liga, criada em 1990, quando foi implementado o sistema de ligas de
futebol de Portugal. A estreia foi em 1991-92, numa época marcada pela lanterna
vermelha e pela despromoção à II Divisão B. Em 2004-05 regressou para se
estabelecer durante cinco temporadas antes de se sagrar campeão e subir à I
Liga em 2009. Após cinco anos no patamar maior do futebol português, voltou à
II Liga em 2014-15, mas perdeu vigor e foi despromovido em 2017, numa temporada
concluída em último lugar.
Desde então que os algarvios
têm competido no Campeonato de Portugal. Após um quinto e um terceiro lugar nas
duas épocas anteriores, nesta temporada os leões
de Olhão estão bem encaminhados para, no mínimo, obter um lugar no playoff
de promoção à II Liga.
Em nove presenças, 180 futebolistas representaram o clube na II Liga. Vale por isso a pena recordar os
10 com mais jogos pelo Olhanense
no segundo escalão.
10. Bruno Mestre (68 jogos)
Bruno Mestre |
Começamos por um extremo
alentejano, natural de Almodôvar, que tem feito grande parte da carreira no Algarve.
Depois de ter sido lançado no futebol sénior no Esperança de Lagos e de ter
competido na I Liga ao serviço de Farense
e Moreirense, Bruno Mestre chegou a Olhão
no verão de 2006-07 para aportar experiência à equipa.
Em três épocas disputou 68 jogos
(53 como titular) e apontou dois golos, ambos em 2008-09, a temporada marcada
pela subida de divisão. Porém, até perdeu algum espaço durante essa época, ao
ponto de ter sido mais vezes suplente utilizado (e não utilizado…) do que
titular. Tanto assim foi que não continuou no plantel após a promoção à I Liga.
Entretanto prosseguiu a carreira,
quase sempre em solo algarvio. Em 2009-10, 2011-12 e 2012-13 representou o
Louletano e em 2016-17 e nesta época o 11 Esperanças, aos 38 anos. Pelo meio
esteve no Fátima e no Almodôvar e fez uma pausa na carreira entre 2017 e 2019.
9. Branquinho (69 jogos)
Branquinho |
Lateral/extremo esquerdo com oito
anos de casa, foi dos poucos jogadores que esteve nas subidas do Olhanense
à II Liga, em 2004-05, e à I Liga, em 2008-09. Formado no Sporting e já com
alguma experiência na I Liga ao serviço do Campomaiorense, chegou a Olhão
pela primeira vez em 2000-01, numa temporada em que apontou oito golos na II
Divisão B.
Entretanto esteve no Rio Ave no
arranque da época seguinte, mas rapidamente voltou ao emblema rubro-negro,
assumindo-se como uma das principais figuras da equipa que, às ordens de Paulo
Sérgio, foi promovida à II Liga em 2004 – foi titular nos 38 encontros dessa
época.
No segundo escalão não conseguiu
ser utilizado com tanta assiduidade, tendo inclusivamente saído para o Atlético
em 2007-08, mas voltou ao Olhanense
na época seguinte, a tempo de contribuir para a subida à I Liga. Em 69 jogos
distribuídos por quatro épocas, 50 foram na condição de titular.
8. Jorge González (73 jogos)
Jorge González |
Extremo colombiano, chegou ao Olhanense
aos 19 anos, no verão de 2014, após a despromoção dos algarvios
à II Liga. Em três temporadas efetuou 73 jogos (41 titular) e apontou cinco
golos, não conseguindo evitar a despromoção dos algarvios
em 2016-17, na temporada em que foi mais utilizado: 32 jogos (24 a titular) e
três golos.
Em 2017-18 ainda se manteve na
equipa, que disputou o Campeonato de Portugal, mas não participou em qualquer
encontro.
Na temporada seguinte
transferiu-se para o Loures,
do mesmo escalão, e desde o verão do ano passado que desapareceu do mapa.
7. Djalmir (76 jogos)
Djalmir |
O melhor marcador de sempre do Olhanense
na II Liga, com 38 golos. Djalmir chegou ao José
Arcanjo no verão de 2006, já com experiência de I Liga ao serviço do Belenenses
e de II Liga com as camisolas de Salgueiros e Feirense.
Na primeira época apontou 13
golos em 27 jogos (todos como titular). Na segunda só marcou por cinco vezes,
numa temporada em que disputou apenas 22 encontros (18 a titular). Porém,
apareceu revigorado em 2008-09, com 20 golos em 27 partidas, sagrando-se
simultaneamente campeão e melhor marcador do campeonato, aos 33 anos.
O avançado brasileiro acompanhou
os leões
de Olhão na I Liga e manteve a goleadora, ao faturar por 12 vezes em 17
jogos (15 como titular) em 2009-10. No entanto, a idade não perdoou e a partir
dessa temporada foi perdendo gás, tendo pendurado as botas em maio de 2013,
numa fase em que era capitão de equipa mas cada vez menos utilizado.
Entretanto assumiu o cargo de
diretor desportivo no clube, mas voltou a calçar as botas cinco anos depois,
tendo participado em quatro jogos como suplente utilizado no Campeonato de
Portugal nos últimos meses de 2018, aos 42 anos. O regresso teve curta duração,
mas Djalmir prosseguiu a sua carreira no futebol no Almancilense, nos
distritais da AF
Algarve, onde vai provando que não perdeu a veia goleadora.
6. Galassi (81 jogos)
Galassi |
Não é todos os dias que um
internacional italiano pelas camadas jovens é contratado pelo Olhanense,
algo possível porque estavam na administração da SAD dos algarvios
dirigentes transalpinos.
Lorenzo Galassi foi recrutado em
2014-15 por empréstimo do Novara, tendo participado em 18 jogos (em 16 jogos) e
apontado quatro golos. Na temporada seguinte esteve novamente cedido e
superou-se, tendo efetuado 38 encontros (34 como titular) e faturado por nove
vezes no campeonato. Em 2016-17 vinculou-se ao clube a título definitivo e
voltou a estar em bom plano, com 25 jogos (21 como titular) e seis golos, mas
não conseguiu evitar a descida dos algarvios
ao Campeonato de Portugal.
O médio ofensivo italiano
manteve-se em Olhão
apesar da queda para o terceiro escalão, mas no verão de 2018 transferiu-se
para o Viareggio, da Série D do seu país. Atualmente está sem clube.
5. Rui Duarte (83 jogos)
Rui Duarte |
Os caminhos de Rui Duarte e do Olhanense
cruzaram-se pela primeira vez em 1997-98, então na II Divisão B, naquela que
foi a primeira época de sénior para o médio ofensivo formado no Belenenses.
Na altura realizou 28 jogos (25 como titular) e apontou dois golos.
Entretanto jogou no Sandinenses,
voltou ao Restelo
e passou por Naval, Leixões e Estrela
da Amadora antes de regressar a Olhão
no verão de 2006, para atuar na II Liga. Distribuidor de jogo de elevada
qualidade, rapidamente se tornou numa das figuras da equipa, tendo participado
de forma ativa para a conquista do título e consequente subida à I Liga em
2008-09, com 27 jogos (todos como titular) e cinco golos. Antes, realizou 24
encontros (20 a titular) e apontou seis golos em 2006-07 e participou em 25
partidas (21 a titular) e amealhou cinco remates certeiros em 2007-08.
Rui Duarte acompanhou os algarvios
no primeiro escalão e tornou-se num dos poucos jogadores da história do clube a
representá-lo em três divisões. Em cinco temporadas pelos leões
de Olhão na I Liga, as últimas na condição de capitão, efetuou 110 jogos (96
a titular) e marcou oito golos – é o 11.º jogador com mais encontros pelos rubro-negros
na I Divisão.
Em 2014-15 continuou no clube
apesar da descida à II Liga, tendo amealhado mais sete jogos (dois a titular)
na primeira metade da época, antes de rumar ao vizinho Farense.
Entretanto tornou-se treinador e
tem feito grande parte do seu trajeto como técnico no Algarve,
no Moncarapachense e no Farense.
4. Ricardo Silva (84 jogos)
Ricardo Silva |
Tal como Rui Duarte, teve a sua
primeira passagem pelo Olhanense
em 1997-98, numa época em que o brasileiro Zinho era o treinador e que culminou
com o 13.º lugar na II Divisão B – Zona Sul. E tal como o antigo companheiro de
equipa, também chegou ao José
Arcanjo oriundo de um clube da I Liga, no caso o Vitória
de Setúbal. Ricardo Silva reforçou os leões
de Olhão apenas em dezembro de 1997, mas foi a tempo de disputar 19 jogos e
marcar cinco golos.
Entretanto ajudou Gil Vicente e Santa
Clara a sagrarem-se campeões da II Liga, em 1998-99 e 2000-01, e passou
ainda por Boavista, Freamunde e Olivais de Moscavide antes de regressar aos algarvios
no verão 2004 para reforçar a equipa, então recém-promovida ao segundo escalão.
Em quatro épocas e meia efetuou 84 jogos na II Liga (50 a titular) e apontou 26
golos. 2006-07 foi a temporada mais proveitosa desta segunda estadia em Olhão:
11 golos em 27 jogos (18 a titular).
Em 2008-09, temporada marcada
pela conquista do título e consequente promoção à I Liga, saiu logo nos meses
iniciais para o Olivais e Moscavide mas ainda foi a tempo de disputar sete
minutos num jogo com o Estoril,
o que lhe permitiu sagrar-se campeão do segundo escalão pela terceira vez na
carreira.
3. Coubronne (85 jogos)
Coubronne |
Oriundo dos italianos do Novara
tal como Galassi, este lateral direito francês começou a sua aventura um ano
antes, no verão de 2013, tendo jogado ainda por cinco vezes na I Liga, todas
como titular.
Nas épocas seguintes, na II Liga,
foi progressivamente aumentando o número de jogos e de minutos. Em 2014-15
participou em 16 encontros (12 como titular), em 2015-16 esteve em 32 partidas
(todos como titular) e marcou um golo e na terceira temporada foi utilizado em
36 jogos (todos como titular) e apontou dois golos.
Depois rumou ao futebol
finlandês. Depois de ter representado o KTP Kotka, joga desde 2019 no FC Lahti,
da I Divisão da Finlândia.
2. Toy (101 jogos)
Toy |
Atacante com experiência de I
Liga ao serviço de Benfica
e Salgueiros e de II Liga com as camisolas dos salgueiristas e do Felgueiras,
Toy acrescentou maturidade ao Olhanense
recém-promovido ao segundo escalão em 2004-05. Nessa época participou em 29
jogos (27 a titular) e marcou quatro golos no campeonato. Na temporada seguinte
assumiu novamente um papel importante, com três remates certeiros em 13 jogos
(12 a titular) até dezembro, mas no mercado de inverno deixou o Algarve
rumo ao futebol saudita.
Voltaria a Olhão
em 2007-08 para voltar a ser protagonista, tendo sido utilizado nos 30 jogos
(27 a titular) do campeonato e apontado cinco golos. Na época a seguir
contribuiu com seis golos em 28 jogos (25 a titular) para a conquista do título
da II Liga e consequente subida de divisão.
Toy acompanhou o Olhanense
na I Liga durante três temporadas, mas foi perdendo espaço de forma gradual,
tendo efetuado 53 jogos (apenas 17 a titular) e apontado cinco golos nesse
período. Depois voltou a emigrar, desta vez para o Chipre.
1. Bruno Veríssimo (144 jogos)
Bruno Veríssimo |
Uma figura da história do Olhanense,
um guarda-redes com 15 anos de casa e que representou o clube em três divisões:
II Divisão B, II Liga e I Liga. Segundo algumas estatísticas (incompletas), foi
o futebolista com mais jogos na história do clube.
A história de amor entre o guardião
natural de Tavira e os leões
de Olhão começou a ser escrita em 1995-96, na II Divisão B, naquela que foi
a sua primeira passagem pelo clube, que viria a durar até 1998-99.
Entretanto passou por Torre de
Moncorvo, Marco e Seixal antes de voltar ao José
Arcanjo no verão de 2002 para mais 11 épocas no clube, as primeiras sete na
condição de titular. Foi um dos esteios da equipa que em 2004-05 subiu à II
Liga e manteve o estatuto durante as cinco épocas que se seguiram no segundo
escalão: 32 jogos em 2004-05 e 2005-06, 30 em 2006-07 e 2008-09 e 20 em
2007-08.
Após a promoção I Liga viveu na
sombra de Ventura, Moretto,
Ricardo Batista, Fabiano e Rafael Bracali, mas ainda assim conseguiu amealhar
dez encontros no patamar maior do futebol português, tendo pendurado as botas
no final da temporada 2012-13.
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