O Sporting qualificou-se para a próxima eliminatória da Taça Portugal após bater esta noite o Sp. Braga por 2-0 em Alvalade, com golos de Diego Capel e Insúa.
Eis a constituição das equipas:
Sporting
O Sporting mostra todo o seu respeito pelo valor do adversário e não mexe muito naquele que costuma ser a sua equipa habitual. A única novidade acaba por ser a titularidade de André Santos, relegando Pereirinha para o banco de suplentes. Com toda a normalidade, Polga, Onyewu e Insúa recuperaram de lesões e regressam ao onze.
Os leões voltam a iniciar uma partida sem um extremo de raiz no lado direito, situação à qual tenho vindo a ser um crítico pois a equipa geralmente “coxeia”, ataca sobretudo pelo flanco esquerdo, não joga a toda a largura, torna-se previsível e Diego Capel desgasta-se mais facilmente.
Sporting de Braga
Esta época ainda só vi um jogo completo do Braga, e foi ao vivo, no Bonfim, numa partida em que os minhotos venceram o Vitória de Setúbal por 1-0. Pareceu-me ser uma formação que está uns furos abaixo da temporada transacta, mas que no entanto continua muito forte.
Para Leonardo Jardim, a lista de jogadores impedidos de jogar é extensa, há oito lesionados e sem laterais-direitos de raiz, a solução encontrada pelo técnico madeirense foi adaptar o médio Leandro Salino a essa posição.
Na baliza, estará Berni (guarda-redes da Taça), em detrimento do habitual titular Quim.
O Braga começou melhor no jogo, com transições rápidas a tentar criar perigo, e logo aos 8’ Lima teve uma grande arrancada, entrou na grande área mas rematou ao lado.
No entanto, os minhotos abriram-se um pouco na sua zona defensiva, e num contra-ataque conduzido em velocidade por Matías, o chileno colocou no flanco direito em Wolfswinkel, que cruzou para a área onde Capel recebeu a bola, tirou Berni do caminho e com a baliza aberta fez o 1-0 à passagem do primeiro quarto de hora.
Nos minutos que se seguiram o Sporting pela primeira vez estava por cima da partida, e após um livre marcado do lado esquerdo por Matías, o guarda-redes italiano dos bracarenses defendeu para a frente onde Insúa de forma involuntária acabou por marcar com o peito. Golpe rude para a formação de Leonardo Jardim.
Nesta altura o Braga reagiu e tentou a todo o custo reduzir o mais cedo possível, e até esteve perto de marcar, mas viu negadas as suas oportunidades sobretudo por Rui Patrício.
Primeiro por um livre de Hugo Viana aos 24’, depois através de um cruzamento na esquerda e posteriores tentativas de recarga após o desvio do guarda-redes português e finalmente, mais perto do intervalo, por um cabeceamento de Djamal.
O Sporting chegava então ao interregno com uma vantagem de dois golos, algo exagerada nesta altura, na minha opinião, até porque a formação leonina pouco mais produziu ofensivamente do que os lances em que marcou. Mas já se sabe, a eficácia também conta.
O segundo tempo começou logo com uma contrariedade para os arsenalistas, Elderson foi expulso após derrubar Elias ainda fora da grande área quando este se isolava, e acabou por ser o que o Sporting também precisava para controlar esta partida, o que com ou sem bola, foi acontecendo, ainda que com algumas oscilações.
A melhor oportunidade para o Sp. Braga igualar foi aos 68’, por Paulo César (acabado de entrar), a cabecear à trave após cruzamento na direita por Leandro Salino.
Nesta fase do jogo, e já a pensar no “derby” do próximo sábado, Domingos Paciência tinha retirado Matías (que trabalhou condicionado ao longo da semana) e André Santos (foi-lhe mostrado o cartão amarelo) e colocou em campo Carrillo e Carriço, e mais tarde ainda trocou o queixoso e amarelado Insúa por Evaldo.
O Sporting também teve oportunidades para ampliar o marcador, primeiro por João Pereira, aos 73’, de trivela ao lado, e aos 86’, Carrillo num remate espectacular atirou ao ferro, mas o resultado ficou mesmo em 2-0, uma vitória justa dos leões.
Com esta vitória, a equipa de Alvalade segue para a próxima eliminatória onde já não entram FC Porto, Sp. Braga e Vitória de Guimarães, entre outros.
Fazendo uma análise às equipas, terei de começar pela de arbitragem. Não gosto de comentar as decisões dos juízes da partida, penso que a velocidade do jogo e a ilusão de óptica influenciam algumas decisões, mas quanto aos critérios, não há desculpas, e esta noite Jorge Sousa apitou demasiado, mostrou muitos cartões e estragou um pouco um jogo que tinha condições para ser electrizante.
O Sporting não fez uma exibição de encher o olho, não foi aquela equipa que em jogos anteriores criava dezenas de ocasiões de golo, mas fez o suficiente, mostrou eficácia e maturidade, e sobretudo, que consegue também bater adversários com a valia do Sporting de Braga, um adversário directo na Liga ZON Sagres e também um candidato a vencer esta Taça de Portugal.
Rui Patrício fez uma série de boas defesas, o sector defensivo esteve bem, André Santos ainda não está ao nível da época passada mas não esteve mal, Elias fez mais um grande jogo tanto a atacar como a defender, Schaars como de costume não deu nas vistas mas é sempre importante, Matías não brilhou mas não se lhe pode apontar nada, Capel fez mais das suas e Wolfswinkel não marcou, mas esteve muito mais em jogo do que nas recentes partidas.
Quanto aos que entraram, Carriço esteve bem a trinco, Carrillo teve um grande momento em que atirou ao ferro e mostrou argumentos para lutar pela titularidade e Evaldo esteve menos tempo em campo mas juntamente com o peruano teve algumas jogadas na esquerda.
Quanto ao Braga, entrou em Alvalade com uma atitude positiva, foi-se um pouco abaixo após sofrer o primeiro golo, mas reagiu assim que sofreu o segundo e durante todo o jogo foi criando algumas situações de perigo e talvez merecesse pelo menos um golo.
Berni falhou no segundo golo, não aproveitou a oportunidade, de resto, Leandro Salino não esteve mal como lateral-direito e a defesa acabou por sofrer golos nos poucos erros que cometeu.
A atacar Hugo Viana foi importante sobretudo nas bolas paradas, Alan mostrou vontade, mas foi mesmo Lima o mais inconformado, ainda que tudo isso tenha sido insuficiente para pelo menos marcar um golo.