Desde “Inglaterra
demolirá os portugueses
mesmo a jogar oitenta por cento do que sabe” ao “rendimento quase nulo” de João
Vieira Pinto, o escocês
certamente terá corado de vergonha quando alguns dos jogadores que visou
brilharam na reviravolta lusa
sobre os ingleses,
de 0-2 para 3-2, em Eindhoven. Recorde os seus principais
comentários: “Ao contrário do que muita gente
pensa, Portugal
não tem um grupo de jogadores de classe mundial e Inglaterra
demolirá os portugueses
mesmo a jogar 80% do que sabe.” “Há dois anos, na estreia de
Humberto Coelho como selecionador, Portugal
teve mais posse de bola do que Inglaterra
e perdeu 3-0. Quando os ingleses marcaram o segundo golo, Portugal
passou a correr atrás da bola. A seleção
portuguesa é uma equipa típica latina. É muito vistosa, mas que faz poucos
estragos. Jogam bastante em zonas onde não causam perigo a ninguém.”
“Portugal
tem uma defesa fraca e dianteiros com medo de enfrentar os defesas, jogando
como avançado-centro. Quando cheguei ao Benfica,
havia uma meia dúzia de jogadores que pretendiam jogar no apoio aos dois
avançados.” “Rui
Costa, por exemplo, apenas pode jogar naquela posição na seleção
portuguesa: a posição do sem-responsabilidade. Essa é uma posição onde se faz
pouco. É um lugar onde não se tem responsabilidade, não se recua para defender
nem se recuperam bolas. Todos querem jogar atrás do avançado. Ninguém tem a
coragem de avançar e dizer: ‘Eu sou o vosso goleador. Passem-me a bola que eu a
coloco lá dentro’.”
“Individualmente, Vítor
Baía é um guarda-redes traiçoeiro, incapaz de comandar a defesa nos lances
de bola parada e fraco no jogo aéreo.” “João Pinto não é uma ameaça
goleadora, porque joga em zonas que são fáceis de defender. Não é,
propriamente, um homem de assistências de golo. É mais um indivíduo com uma
notável capacidade de fazer uns quantos números, mas que, no final, têm um
rendimento quase nulo.”
“Nuno Gomes tem uma rara
habilidade para marcar golos na Liga
portuguesa, mas duvido da sua capacidade para ser um goleador na seleção.
No Benfica,
costuma estar no sítio e locais certos, mas foge ao contacto. O Adams
assustá-lo-á até à linha de meio campo”.
“Apenas Figo tem classe mundial e
pode jogar em qualquer campeonato do mundo. É o único jogador com quem Inglaterra
tem de preocupar-se.”
Os comentários de Souness
até pareciam ter obtido validação quando Inglaterra ganhava por 2-0 aos 15
minutos. Ou até mesmo quando Figo reduziu a desvantagem aos 21’. Depois João
Pinto provou que era uma ameaça goleadora e com rendimento, num grande golo de
cabeça que foi um brilhante número. E na segunda parte foi Nuno Gomes que
deixou Adams
apavorado quando fez o 3-2. E as assistências para os três golos foram da
responsabilidade de… Rui
Costa.
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