terça-feira, 6 de maio de 2025

Quem se lembra das críticas despropositadas de Graeme Souness à seleção portuguesa antes do Euro 2000?

Souness teceu duras críticas ao seu antigo pupilo Nuno Gomes
Uma a uma, teve de as engolir a todas. Um ano após deixar o Benfica, e em vésperas do jogo entre Portugal e Inglaterra no arranque do Euro 2000, Graeme Souness foi entrevistado pelo News of the World para falar sobre a equipa das quinas e os jogadores lusos, tendo somado críticas despropositadas.  
 
Desde “Inglaterra demolirá os portugueses mesmo a jogar oitenta por cento do que sabe” ao “rendimento quase nulo” de João Vieira Pinto, o escocês certamente terá corado de vergonha quando alguns dos jogadores que visou brilharam na reviravolta lusa sobre os ingleses, de 0-2 para 3-2, em Eindhoven.
 
Recorde os seus principais comentários:
 
“Ao contrário do que muita gente pensa, Portugal não tem um grupo de jogadores de classe mundial e Inglaterra demolirá os portugueses mesmo a jogar 80% do que sabe.”
 
“Há dois anos, na estreia de Humberto Coelho como selecionador, Portugal teve mais posse de bola do que Inglaterra e perdeu 3-0. Quando os ingleses marcaram o segundo golo, Portugal passou a correr atrás da bola. A seleção portuguesa é uma equipa típica latina. É muito vistosa, mas que faz poucos estragos. Jogam bastante em zonas onde não causam perigo a ninguém.”
 
 
Portugal tem uma defesa fraca e dianteiros com medo de enfrentar os defesas, jogando como avançado-centro. Quando cheguei ao Benfica, havia uma meia dúzia de jogadores que pretendiam jogar no apoio aos dois avançados.”
 
Rui Costa, por exemplo, apenas pode jogar naquela posição na seleção portuguesa: a posição do sem-responsabilidade. Essa é uma posição onde se faz pouco. É um lugar onde não se tem responsabilidade, não se recua para defender nem se recuperam bolas. Todos querem jogar atrás do avançado. Ninguém tem a coragem de avançar e dizer: ‘Eu sou o vosso goleador. Passem-me a bola que eu a coloco lá dentro’.”
 
 
“Individualmente, Vítor Baía é um guarda-redes traiçoeiro, incapaz de comandar a defesa nos lances de bola parada e fraco no jogo aéreo.”
 
“João Pinto não é uma ameaça goleadora, porque joga em zonas que são fáceis de defender. Não é, propriamente, um homem de assistências de golo. É mais um indivíduo com uma notável capacidade de fazer uns quantos números, mas que, no final, têm um rendimento quase nulo.”
 
 
“Nuno Gomes tem uma rara habilidade para marcar golos na Liga portuguesa, mas duvido da sua capacidade para ser um goleador na seleção. No Benfica, costuma estar no sítio e locais certos, mas foge ao contacto. O Adams assustá-lo-á até à linha de meio campo”.
 
 
“Apenas Figo tem classe mundial e pode jogar em qualquer campeonato do mundo. É o único jogador com quem Inglaterra tem de preocupar-se.”
 
 
Os comentários de Souness até pareciam ter obtido validação quando Inglaterra ganhava por 2-0 aos 15 minutos. Ou até mesmo quando Figo reduziu a desvantagem aos 21’. Depois João Pinto provou que era uma ameaça goleadora e com rendimento, num grande golo de cabeça que foi um brilhante número. E na segunda parte foi Nuno Gomes que deixou Adams apavorado quando fez o 3-2. E as assistências para os três golos foram da responsabilidade de… Rui Costa.
 






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