“Em Espanha todos os jogadores se benzem antes de entrar em campo. Se funcionasse, havia sempre empates”. As melhores frases de Cruyff
Johan Cruyff orientou o Barcelona entre 1988 e 1996
Johan
Cruyff foi um génio do futebol, um dos poucos que foi brilhante como
jogador e como treinador, conseguindo em ambas as vertentes simbolizar o “futebol
total”, um modelo de jogo assente numa grande mobilidade de todos os jogadores.
A par da sua genialidade, foi também um homem bastante arrogante, controverso,
polémico e com ideias fixas.
O génio
neerlandês, que chegou a ser considerado o melhor jogador europeu de sempre
antes do início da carreira de Cristiano
Ronaldo, defendia um futebol jogado com… a cabeça. “Todos os treinadores falam
sobre movimentos, sobre correr muito. Eu digo para não correrem muito. O
futebol é um jogo que tu jogas com o cérebro. Tens de estar no sítio certo no
momento certo, não demasiado cedo nem demasiado tarde”, afirmou um dia. “Os
meus avançados só devem correr quinze metros, a não ser que sejam estúpidos ou
estejam a dormir”, disse noutra ocasião. Mas havia mais conceitos muito
seus que Cruyff
fazia questão de partilhar. “Nas minhas equipas, o guarda-redes é o primeiro
atacante e o ponta de lança é o primeiro defensor”, “qualidade sem resultados é
inútil e resultados sem qualidade é aborrecido”, “jogar futebol é muito simples
mas jogar um futebol simples é o mais difícil”, “ganhar é algo importante, mas
teres o teu próprio estilo e haver pessoas a copiar-te e a admirar-te é o maior
presente”, “todas as desvantagens têm vantagens” e “se não consegues ganhar, assegura-te
que não perdes” são outras das grandes ideias do antigo jogador e treinador de Ajax
e Barcelona. Cruyff
era a antítese do tradicional catenaccio italiano, defensivo e rigoroso
taticamente. “Os italianos não podem ganhar-te, mas tu podes perder contra eles”,
chegou a declarar. Porém, levou uma chapada de luva branca quando foi goleado
(0-4) pelo AC
Milan de Fabio Capello na final da Liga
dos Campeões em 1993-94.
Mais pragmatismo revelou quando
abordou um assunto sensível: a religião. “Em Espanha todos os jogadores se benzem
antes de entrar em campo. Se isso funcionasse, os jogos acabavam sempre
empatados”, analisou. Bola de Ouro em 1971, 1973 e
1974, ganhou 18 títulos pelos Ajax,
entre os quais três Taça
dos Campeões Europeus (1970-71, 1971-72 e 1973-74). Em 1973
transferiu-se para o Barcelona e
ajudou os catalães a
conquistar o título nacional que lhes escapava há 14 anos. Pela seleção
neerlandesa foi vice-campeão mundial em 1974 e terceiro classificado
do Euro 1976. Haveria de falecer a 24 de março
de 2016, aos 68 anos.
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