quarta-feira, 13 de novembro de 2024

“Em Espanha todos os jogadores se benzem antes de entrar em campo. Se funcionasse, havia sempre empates”. As melhores frases de Cruyff

Johan Cruyff orientou o Barcelona entre 1988 e 1996
Johan Cruyff foi um génio do futebol, um dos poucos que foi brilhante como jogador e como treinador, conseguindo em ambas as vertentes simbolizar o “futebol total”, um modelo de jogo assente numa grande mobilidade de todos os jogadores. A par da sua genialidade, foi também um homem bastante arrogante, controverso, polémico e com ideias fixas.
 
O génio neerlandês, que chegou a ser considerado o melhor jogador europeu de sempre antes do início da carreira de Cristiano Ronaldo, defendia um futebol jogado com… a cabeça. “Todos os treinadores falam sobre movimentos, sobre correr muito. Eu digo para não correrem muito. O futebol é um jogo que tu jogas com o cérebro. Tens de estar no sítio certo no momento certo, não demasiado cedo nem demasiado tarde”, afirmou um dia. “Os meus avançados só devem correr quinze metros, a não ser que sejam estúpidos ou estejam a dormir”, disse noutra ocasião.
 
Mas havia mais conceitos muito seus que Cruyff fazia questão de partilhar. “Nas minhas equipas, o guarda-redes é o primeiro atacante e o ponta de lança é o primeiro defensor”, “qualidade sem resultados é inútil e resultados sem qualidade é aborrecido”, “jogar futebol é muito simples mas jogar um futebol simples é o mais difícil”, “ganhar é algo importante, mas teres o teu próprio estilo e haver pessoas a copiar-te e a admirar-te é o maior presente”, “todas as desvantagens têm vantagens” e “se não consegues ganhar, assegura-te que não perdes” são outras das grandes ideias do antigo jogador e treinador de Ajax e Barcelona.
 
Cruyff era a antítese do tradicional catenaccio italiano, defensivo e rigoroso taticamente. “Os italianos não podem ganhar-te, mas tu podes perder contra eles”, chegou a declarar. Porém, levou uma chapada de luva branca quando foi goleado (0-4) pelo AC Milan de Fabio Capello na final da Liga dos Campeões em 1993-94.
 
 
Mais pragmatismo revelou quando abordou um assunto sensível: a religião. “Em Espanha todos os jogadores se benzem antes de entrar em campo. Se isso funcionasse, os jogos acabavam sempre empatados”, analisou.
 
Bola de Ouro em 1971, 1973 e 1974, ganhou 18 títulos pelos Ajax, entre os quais três Taça dos Campeões Europeus (1970-71, 1971-72 e 1973-74). Em 1973 transferiu-se para o Barcelona e ajudou os catalães a conquistar o título nacional que lhes escapava há 14 anos. Pela seleção neerlandesa foi vice-campeão mundial em 1974 e terceiro classificado do Euro 1976. 
 
Haveria de falecer a 24 de março de 2016, aos 68 anos.



  
 

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