“Um vintém é um vintém e um cretino é um cretino”. Quem se lembra da intriga entre Jesus e Machado?
Manuel Machado e Jorge Jesus não gostavam um do outro
De um lado Manuel Machado, o
campeão do português complexo, mas bem falado, desenvolvido a dar aulas. Do
outro Jorge
Jesus, sem papas na língua, nem que seja para soltar uma ou outra calinada.
Quis o destino que estes dois extremos na expressão do idioma não gostassem lá
muito um do outro.
No verão de 2008, Jesus
sucedeu a Machado no comando do Sp.
Braga e fê-lo logo com uma entrada a pés juntos, garantindo que com a
equipa do antecessor teria feito muito melhor. Na mesma altura Machado tornou-se
treinador do Nacional,
clube pelo qual acabaria por ficar à frente do… Sp.
Braga de Jesus.
“Dá-me um certo gozo ficar à frente do mestre da tática. Não sou convidado para
palestras internacionais, não sou o técnico das reformas, não estou online, não
sou o inteligente das táticas... apenas uso um bloco de papel e, mesmo assim,
ficar à frente de alguém tão especial, talvez o Especial 2...", rematou o
então técnico dos insulares,
numa entrevista ao jornal A Bola. Ainda assim, quem no verão de
2009 deu o salto para o Benfica
foi mesmo Jorge
Jesus. Quando os dois se reencontraram, os encarnados
golearam o Nacional
por 6-1. Aquando do quarto golo das águias,
Jesus
levantou quatro dedos em direção a Manuel Machado, ainda que depois tenha dito
que aquele gesto era para os defesas.
Mas Machado não acreditou: “Para
mim, na vida, um vintém é um vintém e um cretino é um cretino. Há coisas que
não mudam por muito que se pintem de amarelo, azul, vermelho ou encham jornais.
São valores absolutos.”
Haveriam de fazer as pazes poucos
anos depois, tendo trocado um abraço público em 2013.
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