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Pimenta Machado foi presidente do V. Guimarães entre 1980 e 2004 |
“O que hoje é verdade amanhã é
mentira” é uma daquelas frases que ficaram lapidadas na história do futebol
português. O seu autor, é do conhecimento geral, foi António Pimenta Machado,
histórico presidente do
Vitória
de Guimarães, que dirigiu o clube entre 1980 e 2004. Juntamente com
Valentim Loureiro e
Pinto
da Costa fez parte de uma geração de líderes carismáticos, polémicos e que pareciam
eternizar-se nas funções, sendo que um deles escapou à justiça única e
exclusivamente por ilegalidade das provas recolhidas e ainda anda por aí, com
apoiantes extremamente fiéis.
Há quem diga que a mentira tem
perna curta, mas para o antigo presidente dos
vimaranenses
era a verdade que tinha um prazo de validade. Pimenta Machado contratou René
Simões no início da temporada 1987-88, mas ao fim de poucos meses já era
notícia o despedimento do treinador brasileiro. Contudo, o técnico acabou por
permanecer à frente da
equipa
da Cidade Berço, ao contrário do que havia sido anunciado. Perante os
pedidos de esclarecimento por parte dos jornalistas, Pimenta fez uma pergunta: “Então
vocês não sabem que no futebol o que hoje é verdade amanhã é mentira?”
A mentira deu muitas voltas, mas
uma semana depois voltou a ser verdade: René Simões foi mesmo despedido. No
entanto, o treinador brasileiro não voltou para o seu país sem antes dar um
lamiré sobre o
modus operandi de Pimenta Machado: “Porque rescindimos o
contrato? O presidente pediu-me para dizer que a minha família não se tinha
adaptado.”
Outra vítima das trocas e
baldrocas promovidas por Pimenta Machado foi Toni, que tinha tudo acertado em
2004 para suceder a
Jorge
Jesus como treinador do
Vitória
de Guimarães. A antiga glória do
Benfica
chegou a dar uma entrevista ao
Maisfutebol,
publicada às 14:26 de 15 de março, na qual assumiu o difícil desafio de assumir
a equipa a oito jornadas do fim e elogiou o plantel
vimaranense,
que lutava pela permanência.
Entretanto Pimenta Machado
desmentiu o acordo e Toni reagiu ao desmentido no próprio dia, com declarações
publicadas às 23:17 no
Maisfutebol.
“Recebi ontem à noite um telefonema dele, logo após o jogo com o
Benfica.
Hoje de manhã, também recebi mais um telefonema do Pimenta Machado. Estava
decidido a ir à luta, mas só aceitaria se tudo ficasse resolvido com
Jorge
Jesus. Estou atordoado com este desmentido do Pimenta Machado. Lamento que
isto tenha acontecido. O que disse o presidente do
Vitória
de Guimarães coloca em causa a minha palavra. As pessoas até podem pensar
que sou mentiroso, mas quem me conhece sabe que não é verdade. Agora já não
vale a pena falarem comigo, porque, depois de tudo isto que aconteceu, nunca
aceitaria ser treinador do
Vitória
de Guimarães enquanto o Pimenta Machado for presidente”, desabafou.
No dia seguinte, recordou a
célebre frase de Pimenta Machado e foi ainda mais incisivo.
“À frase 'O que hoje é verdade, amanhã é
mentira', tenho de acrescentar uma adenda. Aquilo que é verdade hoje é mentira
no mesmo dia. Fui convidado no domingo à noite e continuámos a conversa na
segunda-feira. Aquilo que foi verdade de manhã, ao fim da tarde era mentira. Com
Pimenta Machado tudo morreu, para mim ele morreu. Defendo valores que não são
os que ele defende. Não sou mentiroso”, atirou, em declarações à
Antena 1.
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