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Sp. Braga conquistou a Taça da Liga no sábado |
Foi nas épocas 2009-10 e 2010-11
que o
Sp.
Braga teve os seus momentos de maior notoriedade nacional e internacional,
tendo sido vice-campeão e lutado pelo título até à última jornada na primeira e
finalista da
Liga
Europa na segunda, com
Domingos
Paciência ao leme. Daí para cá, o melhor que os arsenalistas conseguiram no
campeonato foi três terceiros lugares (2011-12, 2019-20 e 2022-23) e nas provas
europeias mais duas presenças na fase de grupos da
Liga
dos Campeões (2012-13 e 2023-24) e duas caminhadas até aos quartos de final
da
Liga
Europa (2015-16 e 2021-22).
No entanto, o projeto
braguista
está mais consolidado do que nunca, com academia, uma formação que tem dado
muitos jogadores não só à equipa principal como às seleções nacionais e
capacidade financeira e força negocial para reter os principais talentos,
vender caro e comprar também mais caro. Este já não é o
Sp.
Braga que, a lutar pelo título, vendeu João Pereira ao
Sporting
no mercado de inverno por míseros três milhões de euros ou que era obrigado a
reinventar meia equipa a cada verão. E este também não é o
Sp.
Braga que se reforçava a rapar o tacho, com um misto de sobras dos grandes
e dos melhores do campeonato que os grandes não queriam – agora também recruta
nos principais países futebolísticos, em clubes grandes, e que está cada vez
mais perto de superar a fasquia dos dez milhões de euros num só jogador.
Quem imaginava, em 2010 e 2011,
que o
Sp.
Braga contratasse por oito milhões, ao
Barcelona,
um dos mais promissores avançados espanhóis, agora já internacional A (Abel
Ruiz)? Quem imaginava a reimportação, aos 28 anos, de um jogador internacional
A como Bruma, que já protagonizou três transferências acima dos dez milhões de
euros? Quem imaginava a retenção, durante tanto tempo, de talentos como Al
Musrati e Ricardo Horta?
A força deste
Sp.
Braga tem-se feito sentir sobretudo nas taças, com cinco troféus nos
últimos onze anos, quatro nos últimos oito e três nos últimos quatro. De 2020
para cá, ganhou mais do que o
Benfica,
que apenas arrecadou um campeonato e uma
Supertaça,
e somente venceu menos um troféu do que o
Sporting,
que neste período venceu um campeonato, duas
Taças
da Liga e uma
Supertaça.
O que falta, então, para a
conquista do tão ambicionado título nacional? É verdade que os minhotos não têm
uma marca tão valiosa como os três grandes, o que se repercute em receitas como
direitos televisivos, e que não têm uma folha salarial nem a mesma capacidade
de investimento em contratações de jogadores que
Benfica,
Sporting
ou
FC
Porto, mas, aqui e ali, vão mostrando indicadores dignos de um campeão.
Nestes últimos anos, o
Sp.
Braga conseguiu por duas vezes concluir o campeonato com uma média superior
a dois golos por jogo (75 golos em 2022-23 e 74 em 2017-18), o que é bastante
assinalável e melhor do que o
Sporting
campeão em 2020-21 (65), o
FC
Porto campeão em 2019-20 (74) e o
Benfica
campeão em 2016-17 (72). Defensivamente, os
bracarenses
também conseguiram recentemente baixar dos 30 golos sofridos em 2014-15 (28) e
2017-18 (29), o que foi melhor, por exemplo, do que o
Benfica
campeão em 2018-19 (31).
Pontualmente, o
Sp.
Braga já teve épocas de particular grande fulgor nos jogos com as equipas
inferiores, tendo conquistado, por exemplo, 73 pontos em 84 possíveis diante desses
adversários em 2022-23. E também teve temporadas em que obteve resultados
bastante satisfatórios nos seis jogos diante dos grandes, tendo arrecadado 12
pontos em 18 possíveis em 2019-20. Mas ainda não houve uma época em que os
arsenalistas conseguissem conciliar as duas valências. 73 mais 12 já dariam uns
muito interessantes 85 pontos, com os quais o
Sporting
foi campeão em 2020-21 e o
Benfica
em 2014-15 e que superariam o
FC
Porto campeão em 2019-20 e o
Benfica
campeão em 2016-17 (ambos com 82).
Falta, por isso, ao
Sp.
Braga, uma espécie de alinhamento cósmico no qual possam coincidir as suas
melhores versões a atacar, a defender, frente aos mais fracos, frente aos mais
fortes e que, por outro lado, versões menos pujantes dos chamados três grandes.
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