quarta-feira, 22 de novembro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Vitória FC e Penafiel

Sadino Meyong tenta fugir ao central duriense Odair
Logo na 1.ª jornada da I Liga de 2004-05 houve um confronto entre clubes recém-promovidos: o Penafiel de Manuel Fernandes, que já não competia no primeiro escalão desde 1991-92; e o Vitória de Setúbal de José Couceiro, que havia passado apenas uma época na II Liga depois de ser despromovido em 2002-03.
 
Lembro-me de, na altura, com 12 anos – mas já nas épocas anteriores fazia o mesmo –, começava o campeonato a apontar todos os resultados e marcadores em folhas de papel, numa altura em que eu ainda não tinha Internet em casa. Recordo-me de acompanhar os jogos de domingo à tarde através da rádio e não me esqueço do resultado deste Penafiel-Vitória, até porque um dos encontros que acompanhava com maior atenção era precisamente este, pela simpatia que (já) tinha pelos sadinosOs setubalenses, com alguma surpresa, foram a Penafiel golear por 4-1.
 
Meyong inaugurou o marcador logo aos oito minutos, na recarga a um remate de Ricardo Chaves defendido de forma incompleta por Nuno Santos. Mas Roberto restabeleceu a igualdade cinco minutos depois, na sequência de um lance confuso na área do Vitória.
 
Entretanto, o extremo duriense Clayton, que nas épocas anteriores havia representado FC Porto e Sporting, desperdiçou uma grande penalidade (31’). Pouco depois, o companheiro de equipa Pedro Moreira foi expulso, com cartão vermelho direto (39’).
 
Na segunda parte, só deu Vitória: Auri cabeceou para o 1-2 na resposta a um livre de Bruno Ribeiro a partir da esquerda (47’), José Rui fez o terceiro golo no seguimento de uma grande jogada individual (51’) e Igor encostou para o fundo das redes a passe de Jorginho (90’). Pelo meio, Bruno Ribeiro foi expulso por acumulação de amarelos (34’ e 55’).
 
“A defesa do Penafiel foi um autêntico queijo suíço, de tão esburacada, e comprometeu qualquer hipótese de discutir o resultado. Não é possível resistir a uma defesa assim, tão permissiva, com destaque para atuação infeliz de Artur Jorge que reeditou uma dupla do Sp. Braga de há alguns anos, com Odair”, escreveu o jornal Record.
 
“Um tigre de pés de barro, com pouca alma e sem coração, caiu impiedosamente aos pés de um leão de garras afiadas, que teve a lucidez e a frieza necessárias para ir pintando um resultado que acaba por ter o seu quê de impiedoso. O Vitória de Setúbal começou a I Liga com uma vitória gorda no terreno do Penafiel”, podia ler-se no Jornal de Notícias.
 

 
O Vitória haveria de dar sequência a esse bom arranque, tendo estado na liderança do campeonato durante algumas jornadas, sempre com o criativo brasileiro Jorginho em grande evidência. Na segunda volta a equipa caiu de produção, já após a saída de José Couceiro para o FC Porto, mas ainda assim conseguiu conquistar a Taça de Portugal já com José Rachão no comando técnico.
 
Manuel Fernandes acabou por não resistir a uma derrota igualmente pesada na 2.ª jornada, às mãos do Marítimo (3-0), e deixou o cargo de treinador dos durienses, numa altura em que o presidente do clube era o seu antigo companheiro de equipa no Sporting, António Oliveira. Depois entrou Luís Castro, que guiou a equipa nortenha a um campeonato tranquilo. 









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