Os capitães Alberto e Francisco Ferreira no jogo de novembro de 1948 |
O saldo dos jogos entre Benfica e Estoril
Praia é amplamente favorável aos lisboetas,
com 50 vitórias contra apenas quatro dos canarinhos
(e 12 empates) em todas as competições. Se nos cingirmos apenas a jogos do
campeonato, os estorilistas
venceram quatro, empataram onze e saíram derrotados em 39, num histórico em que
a percentagem de vitórias das águias é
de cerca de 76%.
A primeira vez em que os dois
emblemas se defrontaram foi numa ocasião muito especial: a final da Taça
de Portugal, em 1943-44. No Campo das Salésias, na Ajuda, em Lisboa, o Benfica
orientado pelo húngaro János Biri goleou por 8-0, com cinco golos de Rogério
Pipi, dois de Julinho e outro de Arsénio.
Na época seguinte, os dois
conjuntos defrontaram-se pela primeira vez tanto no Campeonato de Lisboa como
na I
Divisão.
1 de dezembro de 1946 – I
Divisão (2.ª jornada)
Estoril
Praia 6-3 Benfica
O Benfica
era o vice-campeão-nacional, enquanto o Estoril
tinha o estatuto de recém-promovido à I
Divisão, mas os estatutos não importaram na partida da 2.ª jornada do
campeonato, disputada no então denominado Campo da Amoreira (hoje Estádio
António Coimbra da Mota).
Os canarinhos
colocaram-se em vantagem aos onze minutos e, apesar de alguns sobressaltos,
estiveram sempre na frente do marcador, construindo uma goleada. José Mota (11,
71 e 81 minutos), Miguel Lourenço (25’) e Lima (33’ e 55’) marcaram para a
equipa da casa, enquanto Arsénio Duarte (27’), Rogério Pipi (48’) e Francisco
Ferreira (77’) para os encarnados.
“Vitória sensacional do Estoril
sobre o Benfica”,
podia ler-se na edição de 3 de dezembro de 1946 do Diário de Notícias.
No final da temporada, o Estoril
concluiu a I
Divisão em 5.º lugar, mas com os mesmos pontos do 3.º e 4.º classificados –
Belenenses
e FC
Porto, respetivamente.
18 de janeiro de 1948 – I
Divisão (10.ª jornada)
Benfica
2-3 Estoril
Praia
Agora orientado por outro húngaro,
Lippo Hertzka, o Benfica
entrou na 10.ª jornada do campeonato na liderança da prova, com os mesmos 15
pontos do Belenenses.
No entanto, o Estoril
de János Biri seguia em quarto lugar, com 13 – pelo meio estava o Sporting,
com 14, numa altura em que cada triunfo ainda valia dois pontos.
O principal carrasco das águias
em dezembro de 1946, José Mota, voltou a estar em evidência, ao bisar no Campo
Grande (35 e 57 minutos). Raúl Silva marcou o terceiro golo canarinho
(59’), enquanto Arsénio Duarte (50’) e Julinho (73’) faturaram para os encarnados.
“O Estoril
impôs ao Benfica
a primeira derrota no seu campo”, podia ler-se na primeira página do Diário
de Notícias no dia seguinte.
No final da temporada, o Benfica
não foi campeão apenas porque o Sporting
tinha maior diferença entre golos marcados e sofridos. Já o Estoril
alcançou a sua melhor classificação de sempre, o 4.º lugar – feito, entretanto,
igualado em 2013-14.
21 de novembro de 1948 – I
Divisão (10.ª jornada)
Benfica
1-2 Estoril
Praia
Uma época depois, o Benfica
(agora comandado pelo inglês Ted Smith) voltou a receber o Estoril
de János Biri, à 10.ª jornada. À entrada para essa ronda, as duas equipas
estavam empatadas pontualmente, ocupando a 3.ª e a 4.ª posições, mas os canarinhos
decidiram descolar.
O Benfica
até começou melhor, abrindo ao ativo aos 32 minutos por intermédio de Corona.
Contudo, os estorilistas
empataram à beira do intervalo, por Raúl Silva, e chegaram à vitória ao cair do
pano do segundo tempo, através do inevitável José Mota (87’), impondo a
primeira derrota caseira da época aos encarnados.
12 de novembro de 1950 – I
Divisão (9.ª jornada)
Benfica
2-3 Estoril
Praia
Ainda comandado por Ted Smith, o Benfica
partiu para a 9.ª jornada do campeonato em 3.º lugar, com dez pontos – a cinco
do Sporting
e a um do FC
Porto –, enquanto o Estoril
ocupava a 6.ª posição, com oito. Entre as duas equipas estavam Atlético
e Académica,
com nove.
Se dois anos antes os canarinhos
tinham descolado dos encarnados
no duelo do Campo Grande, desta vez aproveitaram a deslocação a Lisboa para se
colar às águias.
Os lisboetas
até estiveram a vencer por 1-0 e 2-1, com golos de Julinho (ao primeiro minuto)
e Arsénio Duarte (33’), mas Manuel Vieira (23’ e 34’) restabeleceu o empate por
duas vezes antes Vilacova sentenciar o resultado ainda antes do intervalo (44’).
Apesar do triunfo, o Estoril
fez um campeonato uns furos abaixo dos anteriores, tendo concluído a temporada em
11.º lugar (em 14 equipas).
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