Bracarense Alan tenta ultrapassar Axel Witsel |
Não me recordava exatamente da
época nem da etapa da prova nem sequer do resultado, mas lembro-me
perfeitamente de o Sp.
Braga ter defrontado o Standard Liège na Taça
UEFA na segunda metade da primeira década do século XXI. Felizmente, há
toda uma Internet para me avivar a memória: o duplo confronto teve lugar em
março de 2009, nos 16 avos de final, e teve vitória bracarense
na Pedreira na primeira-mão (3-0) e empate na Bélgica no segundo jogo (1-1).
Foi o primeiro jogo de sempre entre os arsenalistas
e uma equipa belga.
Apurado num grupo difícil, que
incluía Wolfsburgo (campeão alemão nessa temporada), AC
Milan (de Kaká, Ronaldinho, Pirlo, Shevchenko e companhia), Portsmouth (com
internacionais ingleses como David James, Sol Campbell, Peter Crouch e Jermain
Defoe) e Heerenveen, o Sp.
Braga de Jorge
Jesus encontrou pela frente, nos 16 avos de final, o Standard Liège que
tinha vencido um grupo também nada fácil, com Estugarda, Sampdoria, Sevilha
e Partizan.
Na equipa belga, que viria a sagrar-se
campeã da Bélgica nessa época e era comandada pelo treinador campeão pelo Sporting
em 2001-02, Laszlo Bölöni, faziam parte alguns jogadores que viriam a passar
pelo futebol português, como o guarda-redes turco Sinan Bolat (FC
Porto, Nacional e Arouca), o central francês Mangala (FC
Porto), o central norte-americano Oguchi Onyewu (Sporting),
os médios belgas Steven Defour (FC
Porto) e Axel Witsel (Benfica)
e o extremo marroquino Mehdi Carcela (Benfica).
Nota ainda para um jovem avançado belga de 18 anos que viria a fazer uma
carreira bonita na Premier
League, Christian Benteke.
Sistemas utilizados pelas duas equipas no jogo da segunda-mão, em Liège |
A 18 de fevereiro de 2009, no
Minho, o Sp.
Braga praticamente que resolveu a eliminatória, vencendo por expressivos
3-0. Rentería abriu o ativo aos 17 minutos, a passe de César Peixoto. Depois
foi a vez de o avançado colombiano servir Leone para o 2-0 (27’). E já nos
minutos finais, Alan serviu Luís Aguiar para o terceiro (84’).
“Definitivamente a Pedreira tem
excelentes vistas sobre a Europa. O Sp.
Braga continua a dar que falar na Taça
UEFA, uma prova que, recorde-se, começou a disputar em inícios de agosto e
à qual chegou através da Taça Intertoto. Doze jogos depois de iniciar esta
longa cruzada, a equipa está a um pequeno passo de repetir os oitavos. Esta
noite, naquele que Jorge
Jesus considerou o jogo mais difícil da prova depois do confronto
com o AC Milan, a equipa portou-se de uma forma excelente, como é norma na
Europa, e garantiu uma vantagem confortável. Não é completamente segura porque
já deu para ver que o Standard Liège tem a força toda no ataque, mas é muito
animadora”, escreveu o Maisfutebol.
Na segunda-mão, em Liège, o nulo
persistiu durante quase 80 minutos. Mbokani inaugurou o marcador para os belgas
aos 79’, o que ainda assim deixava a sua equipa à distância de dois golos do
prolongamento, mas Luís Aguiar empatou a partida e sentenciou a eliminatória
aos 88’.
“O Sp.
Braga sofreu mais do que devia para carimbar o justo apuramento para os oitavos-de-final
da Taça
UEFA e confirmar a melhor performance europeia de sempre do clube. O
resultado é enganador e não traduz as dificuldades sentidas para segurar o
ímpeto belga. Uma fúria que durou 88 minutos e chegou a assustar. Mas não
apagou a luz e o Sp.
Braga estará em Paris para continuar a fazer história. Já lá vão 12 jogos
europeus esta época, mas todos querem mais. Com um Sp.
Braga organizado, como é timbre das equipas de Jorge
Jesus, só uma equipa de mágicos poderia sonhar em virar uma eliminatória
que ao intervalo marcava uma vantagem tão larga (3-0). Mas o Standard não é
composto por mágicos. Artistas há poucos e nem esses conseguem roçar a
capacidade técnica dos melhores suplentes do Sp.
Braga. Por isso, apesar da intensidade que colocou sempre no jogo –
enganou-se Jesus
quando acreditou que seria só na primeira meia-hora – a eliminatória só esteve
em risco quando os bracarenses
tropeçaram nos próprios erros”, resumiu o jornal O Jogo.
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