Barça sentiu dificuldades para passar em Vigo em agosto de 2006 |
Estava de férias em Valença,
cidade minhota a cerca de 35 quilómetros de Vigo, quando o campeão europeu Barcelona
visitou o Celta,
numa segunda-feira de verão, 28 de agosto de 2006. Ainda cheguei a alimentar a
possibilidade de ver ao vivo jogadores como Deco, Samuel Eto’o ou o emergente Lionel
Messi – a estrela da companhia, Ronaldinho, estava lesionado –, mas talvez
por questões logísticas ou financeiras, limitei-me a ter conhecimento do resultado
através de um jornal.
Na altura, o Barça
de Frank Rijkaard era, além de detentor do título europeu, considerado de forma
quase unânime uma das três melhores equipas do mundo, juntamente com o AC
Milan de Carlo Ancelotti e o Chelsea
de José
Mourinho. Num sorteio da Champions,
eram as equipas que todos queriam evitar. E Ronaldinho era o jogador da moda na
altura, pois deliciava tudo e todos com os seus dribles imprevisíveis e tinha
sido importante na conquista do título mundial conquistado pelo Brasil em 2002
e o principal símbolo do ressurgimento do Barça
pós-Figo e Rivaldo.
Do outro lado, estava um Celta
de Vigo que mais parecia uma versão pálida da equipa
galega que anos antes se tinha estabelecido como uma das melhores equipas
espanhola e que chegou a participar na Liga
dos Campeões (e a chegar aos oitavos de final) em 2003-04, época que
ficaria também marcada pela descida à II Liga Espanhola. Nas temporadas
anteriores, o Celta
tinha participado consecutivamente na Taça
UEFA entre 1998-99 e 2002-03 e atingido a final da Taça do Rei em 2000-01. Jogadores
que marcaram uma era no clube, como os guarda-redes Cañizares, Dutruel e Pablo
Cavallero, os centrais Cáceres e Berizzo, o lateral direito Míchel Salgado, os
laterais esquerdos Juanfran e Sylvinho, os médios defensivos Mazinho, Makélélé,
Celades e Doriva, os médios ofensivos Karpin e Mostovoi, o extremo Gustavo López
e os avançados Gudelj e Catanha, já não faziam parte do plantel.
Ainda assim, os celestes
deram bastante luta ao Barcelona
no encontro da jornada inaugural da Liga
Espanhola de 2006-07, tendo vendido cara a derrota por 2-3. O avançado internacional jovem brasileiro Fernando
Baiano, na recarga a um remate de Gustavo López, inaugurou o marcador à beira
do intervalo (41 minutos). No início segundo tempo, a magia de Lionel
Messi virou o resultado: primeiro com uma assistência para Eto’o (55’),
depois com um golo a passe de Iniesta (59’). Contudo, a resposta galega
foi imediata, com Gustavo López a empatar aos 64’, na sequência de um livre
lateral apontado na esquerda. Porém, um brilhante rasgo individual do islandês Eidur
Gudjohnsen, a passe de Deco, deu o triunfo aos catalães
ao cair do pano (87’).
“O Barcelona
iniciou a defesa do título com uma difícil vitória em Vigo, sobre o Celta,
por 3-2. Os catalães
estiveram a perder, deram a volta ao resultado e consentiram nova igualdade.
Valeu o golão do islandês Gudjohnsen, a três minutos do fim, a acabar com a
resistência dos galegos.
Com Deco no onze titular, o italiano Zambrotta a estrear-se e sem o lesionado
Ronaldinho, o Barcelona
começou mal o jogo, com o Celta
a explorar bem o nervosismo do adversário e as lacunas
reveladas na copiosa derrota (3-0) na Supertaça Europeia. O Celta
conseguiu mesmo ir em vantagem ao intervalo, num golo do brasileiro Baiano. O Barcelona
regressou para uma excelente segunda parte. Eto’o e Messi
deram a volta ao resultado, mas o Celta
voltou a empatar, volvidos quatro minutos, com Gustavo Lopez a aproveitar a
indecisão do guarda-redes Valdés. Rijkaard lançou Gudjohnsen e o islandês viria
a decidir o jogo, a três minutos dos 90. Centro de Deco e o ex-jogador do Chelsea
livrou-se de um adversário e atirou uma ‘bomba’ indefensável”, sintetizou o Jornal de Notícias no dia seguinte.
Sem comentários:
Enviar um comentário