Hulk em dificuldade perante a oposição de dois jogadores alvinegros |
No primeiro duelo dessa temporada, a 14 de novembro de 2010, os azuis e brancos venceram por 2-0 no Dragão. Mas esse foi apenas um dos 27 triunfos em 30 jornadas da formação então orientada por André Villas Boas. Foi mais um encontro sem grande história, que serviu para reforçar a já reforçada liderança do FC Porto no campeonato – mais dez pontos do que o Benfica e 13 do que o Sporting – e afundar o Portimonense na zona de despromoção. Walter, em estreia a marcar na I Liga, e Hulk de penálti, apontaram os golos, mas confesso que não me lembro de rigorosamente nada.
Curiosamente, até me lembro melhor
do encontro da segunda volta, na tarde primaveril de 10 de abril de 2011, quando
o FC
Porto até já era campeão e o Portimonense
parecia cada vez mais condenado à descida de divisão. Ainda em prova na Liga
Europa e na Taça
de Portugal, André Villas Boas apostou em algumas segundas linhas, como o
guarda-redes Beto,
os defesas Maicon e Sereno
e os médios Souza e Rúben Micael. Para equilibrar, estavam os habituais titulares
Rolando, Sapunaru, João
Moutinho, Hulk e Falcao.
Já o Portimonense, que ainda não tinha Rodiney Sampaio como presidente da SAD, tinha um projeto bastante menos ambicioso do que aquele que tem mostrado nos últimos anos. Os jogadores eram os possíveis (e os treinadores também), a maioria com pouco ou sem nenhuma experiência de I Liga. E aquando da receção aos dragões, o treinador Carlos Azenha só tinha 17 futebolistas disponíveis, devido às ausências de André Pinto, Soares e Pedro Silva II por castigo e de André Vilas Boas, Ivanildo e Aragoney por lesão. O médio ganês Wakaso, ainda júnior, estreou-se a titular no campeonato. A cinco jornadas do fim, os algarvios ocupavam o 15.º e penúltimo lugar, a quatro pontos da primeira equipa acima da zona de despromoção, o Vitória de Setúbal.
O à-vontade de uns e o desespero
de outros levou a um empate a zero ao intervalo. Já na segunda parte, houve
chuva de golos e incerteza quanto ao resultado.
Hulk inaugurou o marcador aos 49
minutos, através de um fantástico remate colocado que não deu hipóteses ao
guarda-redes Ventura, curiosamente emprestado pelo FC
Porto. Dez minutos depois, canto de Candeias e cabeceamento para o fundo
das redes do central Rúben Fernandes. Porém, os azuis
e brancos voltaram a colocar-se em vantagem praticamente logo na resposta,
pelo inevitável Radamel Falcao, a passe de Rúben Micael. Já na reta final, o
sueco-sírio-libanês George Mourad empatou, mais uma vez de cabeça e na
sequência de um canto, desta vez apontado por Pedro Moreira. Contudo, o FC
Porto voltou a responder logo de seguida, chegando à vitória através de um
imponente cabeceamento de Maicon após canto de Hulk.
Com a vitória por 3-2 em
Portimão, o FC
Porto dilatou a vantagem sobre o Benfica
para 19 pontos – o Sp.
Braga estava a 31 e o Sporting
a 32 -, manteve-se invicto no campeonato
e a sonhar com o recorde de pontos na I
Liga. Já o Portimonense
viu-se ultrapassado pela Naval, caiu para o último lugar e ficou com o destino
traçado após o Vitória
de Setúbal ter cavado para oito pontos o fosso pontual para os algarvios.
“O FC Porto sentiu grandes dificuldades para vencer o último classificado do campeonato, que, depois da derrota de ontem, praticamente disse adeus à permanência na I Liga. Não é impossível, mas depende de milagres. Tudo se passou na segunda parte, com cinco golos separados por poucos minutos, emoção latente nas bancadas e momentos para mais tarde recordar. Hulk, apagado durante largos minutos do jogo, deu o mote para acabar com a letargia, com um golo fenomenal. A prova de que o jogo de ontem foi tudo menos normal ficou explícita com os dois golos sofridos pelos portistas, ambos de bola parada. O Portimonense, magra consolação, juntou-se ao Braga no estrito rol de equipas que conseguiram marcar mais do que uma vez ao FC Porto no mesmo jogo”, resumiu o jornal O Jogo.
Os algarvios
acabaram mesmo por descer de divisão e só voltaram a defrontar o FC
Porto após subirem à I
Liga em 2017. E desde então que os desfechos dos encontros têm ido num só
sentido: a vitória dos dragões.
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