Paulo Ferreira e Paulo Assunção em disputa de bola |
Ainda me lembro muito
vagamente de o FC Porto ter goleado o Nacional nas Antas na primeira
volta do campeonato de 2002/03, mas a verdadeira primeira memória de
um jogo entre as duas equipas foi o da segunda metade dessa edição
da I Liga, com os dragões a arrancarem uma vitória a ferros na
Choupana.
Nessa segunda-feira de 24
de março de 2002, os homens de José
Mourinho vinham de uma reviravolta na eliminatória com o
Panathinaikos, nos quartos de final da Taça UEFA, prova que haveriam
de vencer. Depois de perderem por 0-1 na Invicta, os azuis e brancos
foram a Atenas vencer por 2-0 após prolongamento, com dois golos de
Derlei.
Após esses 120 minutos
desgastantes no Estádio Apostolos Nikolaidis, o treinador portista
deixou alguns habituais titulares fora do onze que começou a partida
na Madeira. Mas dois deles, Deco e Derlei – e ainda Marco
Ferreira -, acabaram por ser lançados logo após o intervalo,
numa altura em que o Nacional vencia por 1-0, com golo do avançado
brasileiro Adriano, que três anos depois haveria de representar o FC
Porto. O lateral esquerdo Rossato, o médio defensivo Paulo Assunção
e o treinador José
Peseiro foram os outros nacionalistas nessa partida que haveriam
de rumar ao Dragão
alguns anos mais tarde.
Já na reta final do
encontro, Derlei, isolado pela esquerda a passe de Maniche, fez o
empate, aos 77 minutos. E a um dos 90', Ricardo Carvalho apareceu ao
segundo poste para desviar de cabeça para o fundo das redes na
resposta de um canto de Deco a partir da esquerda.
Na Choupana, o FC Porto
somou três pontos que lhe permitiram segurar os 13 de vantagem sobre
o Benfica – e 20 sobre o Sporting - e ficar a quatro vitórias do
título, com oito jornadas por disputar.
"Banco resolveu
cheque careca. Parecia que a segunda derrota da época, para o FC
Porto, voltaria a ser na Madeira, mas Mourinho
corrigiu um onze inicial de poupanças com três alterações - Deco,
Derlei e Marco
Ferreira - que viraram o jogo e o resultado de pernas para o ar.
Um golo no último minuto evitou a perda de pontos", resumiu o
jornal O Jogo na edição do dia seguinte.
"O nevoeiro não fez
a sua aparição, ao contrário do costume no estádio do Nacional,
mas pairou a maldição de que os portistas não iriam conseguir esta
época somar qualquer ponto no confronto com as equipas da Madeira.
Foi mesmo sobre o cair do pano que os jogadores de Mourinho
deram a volta ao resultado, mas se não o tivessem conseguido teriam
que fazer um grande mea culpa pela primeira parte fraquinha que
efectuaram. O banco foi generoso e resolveu pagar o cheque careca da
primeira parte", podia ler-se no primeiro parágrafo da crónica.
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