O FC Porto goleou esta noite o Nacional por 5-0, num jogo a contar para a 8ª jornada da Liga ZON Sagres.
Eis a constituição das equipas:
FC Porto
O FC Porto está numa “mini-crise” de resultados, visto que só ganhou dois dos seus últimos seis jogos, e este jogo segunda imprensa. Ainda assim, neste período despachou a Académica por 3-0 e o Pêro Pinheiro por 8-0, entrou nesta jornada na liderança do campeonato (partilhando-a com o Benfica), seguiu em frente na Taça de Portugal e continua com tudo em aberto na Liga dos Campeões.
Para este jogo, há algumas (grandes) surpresas: Mangala vai fazer dupla de centrais com Rolando em detrimento de Otamendi ou Maicon, Defour e Belluschi vão actuar no meio-campo, ocupando as vagas que geralmente são de João Moutinho e Guarín, Varela vai jogar no lugar de James, e Walter vai ser o ponta-de-lança, relegando Kléber para o banco de suplentes.
Nacional
Quanto ao Nacional, tem feito um campeonato algo abaixo das expectativas, ocupando a segunda metade da tabela classificativa, e tendo marcado por esta altura apenas 3 golos e sofrido 12, que é como quem diz, tem um dos piores ataques e defesas da competição.
Ainda não vi nenhum jogo dos insulares esta temporada, mas parecem estar a um nível mais baixo do que o que nos tem habituado.
O FC Porto não entrou com um ritmo muito forte no jogo, efectuando passes lentos, previsíveis e mal calculados e não aumentando intensidade nas transições ofensivas de forma a criar desequilíbrios. Foi tanta a sonolência dos jogadores que vestiam de azul e branco que nos primeiros minutos nunca estiveram perto da baliza do Nacional e falharam imensos passes, não conseguindo superiorizar-se de forma evidente em termos de percentagem de posse de bola, uma situação que acabou por durar até ao final do encontro.
O factor de maior interesse no inicio era saber quem era aquele misterioso jogador loiro dos dragões que eu não estava a reconhecer… afinal era Hulk, que apresentou nesta partida um visual renovado.
Os madeirenses tinham o jogo a correr a seu favor, com um ritmo baixo, ainda que fossem inconsequentes, e quando nada o fazia prever, aos 24’ Defour remata do meio da rua, a bola desvia em Neto e acaba por trair o guarda-redes Marcelo, estava feito o 1-0.
O ritmo continuou baixo e minutos depois numa transição rápida comandada por Mateus, este assiste Mário Rondón que atirou à malha lateral. Foi a melhor oportunidade dos insulares em todo o jogo.
Aos 40’, novo golo do Porto! Na sequência de um canto marcado no lado esquerdo, Rolando salta mais alto e desvia a bola para Walter que á boca da baliza não perdoou. O avançado brasileiro estava em posição de fora-de-jogo, no entanto, a equipa de arbitragem validou o golo.
Longe de fazer uma exibição brilhante, os campeões nacionais chegaram ao intervalo com uma vantagem tranquila, fruto de dois golos algo estranhos (um foi desviado por um defesa adversário e outro estava em fora-de-jogo), perante um adversário que não mostrou nem ambição nem argumentos para evitar a derrota.
Na segunda parte, a intensidade do jogo ainda conseguiu ser mais baixa, assistiu-se a um jogo bastante sonolento, no qual os jogadores do Nacional fizeram praticamente figura de corpo presente, já que praticamente pararam de atacar. Os portistas agradeceram, que sem suar muito, iam trocando a bola com tranquilidade e esperando que o tempo passasse para garantir os três pontos.
Mais uma vez, quando tudo parecia tranquilo e sem acção nas duas balizas, o FC Porto voltou a marcar. Livre de Belluschi, defesa algo deficiente de Marcelo para a zona frontal à baliza onde Sapunaru atirou para o fundo das redes num dos golos mais fáceis da sua carreira, estavam decorridos 66 minutos. A defesa nacionalista nem sequer reagiu ao lance.
Alguns minutos depois, Vítor Pereira mexeu na equipa e retirou Defour e Belluschi (que não gostou de ser substituídos) para colocar em campo Guarín e João Moutinho, dois habituais titulares que recentemente têm feito exibições não muito positivas, algo que o próprio médio português admitiu no final do jogo com o APOEL.
O jogo estava resolvido, não havia pressão mas Moutinho estava com vontade de mostrar serviço, mostrando humildade e profissionalismo ao aceitar a sua condição de suplente e dar o seu melhor para recuperar o posto, tanto que fez duas assistências para golo ainda antes do final do jogo.
A primeira surgiu perto dos 90’, quando Guarín praticamente o isolou perante Marcelo, mas não foi egoísta e colocou a bola em Kléber que com a baliza escancarada fez o 4-0.
Dois minutos depois, já para lá da hora, numa jogada dentro da grande área dos insulares, o ex-capitão do Sporting colocou a bola em Hulk que fez um chapéu a Marcelo, no último e mais bonito golo da noite.
Este resultado acabou por ser demasiado pesado para o Nacional, tendo em conta que o FC Porto também jogou num ritmo muito baixo.
Só para se ter a noção da pouca intensidade que este jogo teve, o árbitro, Cosme Machado, chegou ao final da partida sem mostrar um único cartão amarelo.
Quanto ao desempenho das equipas, é praticamente impossível destacar alguém, tanto pela positiva ou pela negativa, ambas as equipas foram muito homogéneas.
No FC Porto, Helton arriscou em alguns dribles em zonas algo proibidas, Mangala cometeu uma fífia mas até foi seguro, Walter e Kléber fizeram a sua função (marcar), Hulk voltou aos golos e João Moutinho entrou com uma vontade que se traduziu em duas assistências nos últimos momentos do jogo. De resto, pouco há a dizer.
No Nacional, há que destacar a falta de atitude que a equipa teve, e ao que parece tem tido esta temporada, já que ocupa uma posição muito baixa na tabela e não está a ter o atrevimento que nos habituou ao longo dos anos. Onde está aquela formação bastante complicada de bater que disputa os lugares europeus?
Marcelo parece-me ser um guarda-redes que não está à altura do legado de Diego Benaglio e Rafael Bracali. Mateus comandou as poucas transições rápidas do ataque na primeira parte com alguma qualidade, e Rondón como principal artilheiro causou algum perigo mas também foi inconsequente.