sábado, 11 de maio de 2019

A minha primeira memória de... um jogo entre Benfica e Rio Ave

Vila-condense Niquinha e benfiquista Simão Sabrosa
Após três épocas de ausência, o Rio Ave regressou à I Liga em 2003/04, a época em que tive a primeira oportunidade de ver o emblema vila-condenses no patamar maior do futebol português. A equipa então orientada por Carlos Brito fez uma grande temporada, lutando pelos lugares europeus até final do campeonato, mas o início de temporada foi tudo menos brilhante: somou a primeira vitória apenas à 7.ª jornada e andou sempre na segunda metade da tabela classificativa durante a primeira volta, embora tenha alcançado um empate em Alvalade.


Salvo as devidas proporções, o Benfica também não teve um arranque feliz, com duas derrotas e três empates nas primeiras 11 jornadas. As águias de José Antonio Camacho seguiam em 3.º lugar em igualdade pontual com o Sp. Braga (quarto classificado), a um ponto do Sporting e a oito do líder FC Porto quando receberam os rioavistas a 1 de dezembro de 2003, na 12.ª ronda.

Não me lembro muito do jogo nem me recordava dos autores dos golos, mas tinha presente na minha memória que os encarnados tinham vencido por 2-0. A Internet confirma-o e acrescenta: Simão inaugurou o marcador de grande penalidade aos 40 minutos, o defesa Cristiano reforçou a vantagem aos 68', através de um golpe de cabeça na sequência de um livre apontado por... Simão. Naquela altura, o extremo natural de Constantim estava em todas. 


“Camacho pregou no deserto na véspera do jogo quando apontou a necessidade de o Benfica ter de alterar uma tendência que se regista desde o início da época, a de que a actua melhor fora de casa do que no seu próprio recinto. Tendo pedido uma espécie de 'vá para fora cá dentro', ou seja, que cada um dos seus pupilos perdesse a inibição revelada como visitado, o técnico esperava maior tranquilidade e pressão mais apertada, o que não aconteceu. Além disso, alertou para os perigos do contra-ataque vila-condense, mas os ouvidos de mercador dos encarnados deverão ter levado o técnico ao desespero. Porém, um lance de inspiração de João Pereira, a matreirice de Tiago e a ajuda do árbitro afastaram os piores cenários e tudo voltou à normalidade”, podia ler-se no primeiro parágrafo da crónica do jornal O Jogo. Foi a primeira vitória do Benfica no novo Estádio da Luz para o campeonato.

Do jogo da segunda volta tenho mais memórias. Recordo-me que assisti a parte do encontro num restaurante que já não existe, a Casinha da Lasanha, no meu Barreiro. A 4 de abril de 2004, a cinco jornadas do fim, o Benfica estava já a 12 pontos do líder FC Porto, que nessa ronda sofreu a primeira derrota nesse campeonato, e a quatro do Sporting, pelo que procurava desesperadamente não perder mais terreno. Porém, só saiu de Vila do Conde com um ponto na algibeira, numa fase em que o Rio Ave estava já em sexto lugar.

Evandro, que já tinha sido duplamente carrasco do Sporting nessa época, inaugurou o marcador para o emblema dos Arcos, num lance em que a bola ainda desviou em Miguel antes de entrar na baliza de Moreira (49'). Cinco minutos depois, Tiago empatou através de um belíssimo remate a partir de fora da área (54').


"DesLigados da realidade. O Benfica foi castigado pela atitude expectante demonstrada durante a primeira parte. Esperou tranquilamente que o golo aparecesse e acabou encostado às cordas, rendido à versatilidade e dinâmica do conjunto de Carlos Brito, que privilegia o contra-ataque. A Liga dos Campeões está mais longe...", escreveu O Jogo no dia a seguir.


























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