Resultado espanhol frente ao Irão foi melhor do que a exibição |
Se os adeptos
portugueses ficaram preocupados com a exibição diante de Marrocos (1-0), os
espanhóis não ficaram mais confiantes depois do desempenho no jogo deles frente
ao Irão (1-0). A seleção agora a cargo de Fernando Hierro sentiu bastantes
dificuldades para penetrar na defesa iraniana, apenas marcou num lance furtuito
e não conseguiu comandar as operações quando se colocou em vantagem, sofrendo
para a manter.
O tiki-taka continua a ser a imagem de
marca de nuestros hermanos, mas neste
Mundial está a primar pela falta de objetividade e intensidade. Iniesta, Isco
e David Silva circulam muito a bola e vão fazendo inúmeras permutas posicionais,
mas tantas e tantas vezes de forma lenta, pouco fluída e demasiado horizontal. A
equipa adversária, se bem posicionada, de certa forma acaba por controlar a
partida mesmo sem o esférico.
Frente a Portugal,
Hierro lançou quatro médios ofensivos (à frente de Busquets)
com características muito idênticas, que apesar da imensa qualidade pouco se
complementam. Não se pode dizer que alguém desse quarteto tenha jogado mal ou
que tenha falhado na sua função, mas passaram a partida quase sempre a
lateralizar, sem que algum deles tentasse acrescentar algo novo.
Diante do Irão, Hierro
colocou um extremo puro (Lucas Vázquez) no lugar de um desses centrocampistas
(Koke) e ainda lançou um lateral ofensivo (Carvajal) em detrimento de um mais
posicional (Nacho), mas continuou a faltar la
furia típica de la roja no pré-tiki-taka.
Onze que defrontou Portugal |
É um facto que
alguns jogadores já não têm 20 anos e se encontram a meio gás depois de épocas
desgastantes em que jogaram de três em três dias, casos de Jordi Alba, David
Silva ou Iniesta, e que a dinâmica coletiva sofre com essa falta de frescura. Mas
não deixa de ser verdade que faz falta alguém que agite o futebol da equipa, avance
sem medo para um contra um, acrescente velocidade e verticalidade e tenha o
remate de meia distância como recurso e chegada à área para acompanhar Diego
Costa. Até mesmo a era dourada do tiki-taka
contemplava a vertigem de Pedro Rodríguez ou Jesús Navas. Esse homem existe
entre os 23 de Espanha, e chama-se Marco Asensio. Era (e ainda é…) uma das
minhas apostas para este Mundial: é jovem, irreverente, acrescenta algo
diferente e já mostrou que consegue brilhar ao mais alto nível.
Sem comentários:
Enviar um comentário