sexta-feira, 9 de agosto de 2024

“Se eu tivesse nascido feio, ninguém tinha ouvido falar de Pelé”. Recorde George Best

Best representou o Manchester United entre 1963 e 1974
George Best nasceu para ser uma estrela: era um craque recheado de qualidade técnica e excêntrico fora dos relvados. Colecionava grandes golos, mulheres bonitas, capas de jornais e revistas, carros desportivos e frases que ficaram para a história.
 
O norte-irlandês jogava no modesto Cregagh Boys Club quando, aos 15 anos, foi descoberto por um olheiro do Manchester United, Bob Bishop, que enviou um telegrama bem explícito para o treinador Matt Busby: “Acho que descobri um génio.”
 
Rejeitado por um clube local, o Glentoran, que alegava que o jogador era “demasiado pequeno e leve”, Best viajou para Manchester, cumpriu os testes e assinou contrato em 1961. Dois anos depois estreava-se pela equipa principal e teve impacto imediato, exibindo o seu estilo tecnicista, rápido e rebelde. Estreou-se pelos red devils em 1963, ano em que os Beatles atingiram o primeiro lugar do top britânico com o single Please Please Me. A partir daí, ganhou e consolidou a alcunha de “Quinto Beatle”.
 
Com o número 7 nas costas, foi duas vezes campeão inglês e viveu o melhor ano da carreira em 1968, quando se sagrou campeão europeu e venceu a Bola de Ouro. “Costumava sonhar com fintar o guarda-redes, parar a bola na linha, ajoelhar-me e empurrar para golo de cabeça. Na final da Taça dos Campeões Europeus de 1968, com o Benfica, quase fiz isso. Infelizmente não tive coragem”, contou.
 
 
George Best colocava-se no mesmo plano que os principais futebolistas do seu tempo. Uma vez, antes de um jogo entre Irlanda do Norte e Países Baixos, foi questionado sobre se admitia que Cruyff era melhor do que ele. “Devem estar a brincar comigo… Para tirar as dúvidas, vou meter-lhe a bola pelo meio das pernas na primeira oportunidade que tiver”, respondeu. Assim que subiu ao relvado para disputar esse encontro, em Roterdão, viu uma loira a aproximar-se da rede com uma rosa, correu até ela, pegou na rosa e beijou-a. Depois, com o jogo a decorrer, recebeu uma bola a meio-campo, passou por dois adversários, encontrou Cruyff e meteu-lhe a bola pelo meio das pernas, foi busca-la do outro lado e correu de punho no ar.
 
 
 
Com enorme popularidade junto das mulheres e um estilo de vida boémio, não se curva nem perante o rei do futebol: “Se eu tivesse nascido feio, vocês nunca teriam ouvido falar de Pelé.”
 
Os problemas com o álcool encurtaram-lhe a carreira e a vida, tendo morrido em novembro de 2005, quando tinha apenas 59 anos. Quando estava internado numa cama de hospital, recebeu um postal: “Do segundo melhor jogador de todos os tempos, Pelé.”




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