segunda-feira, 8 de julho de 2024

O percurso dos campeões europeus: Espanha em 2012

Espanha tornou-se na primeira seleção a revalidar o título em 2012
Pela primeira vez, em 2012 o campeão europeu revalidou o título. Em relação a 2008, Espanha reforçou a boa equipa que tinha com uma base coletiva mais sólida, composta em larga maioria por jogadores do Real Madrid e Barcelona, numa altura em que eram essas as duas principais equipas do velho continente.
 
Após ganhar o Mundial 2010, a seleção orientada por Vicente del Bosque passeou no Grupo I de qualificação, ao fazer o pleno: oito vitórias em outros tantos jogos. 24 pontos em 24 possíveis, quase o dobro da segunda classificada do agrupamento, a República Checa, que fez 13.
 
A fase final de la roja começou com uma prova de fogo, um duelo com Itália em Gdansk, na Polónia, que recebeu o torneio em conjunto com a Ucrânia. A campeã europeia até esteve a perder, graças a um golo do recém-entrado Di Natale aos 61 minutos, mas empatou logo a seguir por intermédio de Fàbregas (64’).
 
 
 
Seguiu-se o jogo teoricamente mais acessível, frente à República da Irlanda de Giovanni Trapattoni, também em Gdansk. Fernando Torres bisou (4 e 70 minutos) e David Silva (49’) e Fàbregas (82’) marcaram os restantes golos de uma vitória confortável por 4-0.
 
 
 
Para o fim da fase de grupos ficou um encontro que teve tão de difícil como de polémico frente à Croácia. O empate a zero durou até bem perto do apito final. E Espanha, que poderia ter sido eliminada em caso de derrota, chegou mesmo a estar perto desse desfecho quando Casillas negou um golo quase certo a Rakitic aos 59 minutos ou quando o árbitro alemão Wolfgang Stark fez vista grossa a dois possíveis penáltis contra os campeões europeus. Coube a Jesús Navas decidir a partida com um golo ao cair do pano (88’).
 
 
 
Depois de três partidas em Gdansk, Espanha jogou pela primeira vez na Ucrânia, mais concretamente em Donetsk, para defrontar a vizinha França, tendo vingado as derrotas na final do Euro 1984 e nos quartos de final do Euro 2000 ao vencer por 2-0. Xabi Alonso, a cumprir a 100.ª internacionalização, foi o autor dos dois golos, aos 19 e 90+1 minutos, o segundo na conversão de uma grande penalidade.
 
 
 
Quis o destino que o jogo seguinte de Espanha fosse mais uma vez em Donetsk frente a outro vizinho, neste caso Portugal. Após um empate a zero que perdurou 120 minutos, a decisão foi adiada para o desempate por grandes penalidades. Rui Patrício defendeu o remate de Xabi Alonso e Casillas fez o mesmo com o de Moutinho. Seguiram-se os pontapés certeiros de Iniesta, Pepe, Piqué, Nani e Sergio Ramos. Depois, Bruno Alves atirou à trave e Fàbregas sentenciou o triunfo espanhol, repetindo o que já tinha feito no desempate por grandes penalidades dos quartos de final do Euro 2008, diante de Itália. Cristiano Ronaldo era para ter batido o quinto penálti, mas la roja resolveu o assunto antes.
 
 
 
Na final do Euro 2012, no Estádio Olímpico de Kiev, Espanha reencontrou Itália. Mas se o jogo inaugural entre ambas as seleções foi marcado pelo equilíbrio, na final só deu Espanha. 4-0. A final mais desnivelada de sempre, e apitada por um português, Pedro Proença, que mês e meio antes havia arbitrado a final da Liga dos Campeões. David Silva (14 minutos), Jordi Alba (41’), Fernando Torres (84’) e Juan Mata (88’) foram os autores dos golos.
 
“Conseguimos dar uma alegria ao país”, comentou o selecionador Vicente del Bosque, que na hora da festa chamou para junto do grupo Carles Puyol e David Villa, os dois grandes ausentes da convocatória, devido a lesão. “Era lógico que queriam estar com os companheiros”, justificou o técnico.
 
Os derradeiros minutos da final ficaram marcados por um gesto de fair play de Casillas, que pediu respeito por Itália e por isso solicitou à equipa de arbitragem para não dar tempo de compensação.
 

 
 

Os campeões

 
Guarda-redes: Iker Casillas (Real Madrid), Pepe Reina (Liverpool) e Víctor Valdés (Barcelona)
 
Defesas: Raúl Albiol, Sergio Ramos e Álvaro Arbeloa (todos Real Madrid), Gerard Piqué (Barcelona), Juanfran (Atlético Madrid) e Jordi Alba (Valencia)
 
Médios: Javi Martínez (Athletic Bilbao), Andrés Iniesta, Cesc Fàbregas, Sergio Busquets e Xavi (todos Barcelona), Juan Mata (Chelsea), Xabi Alonso (Real Madrid), Santi Cazorla (Málaga), David Silva (Manchester City) e Jesús Navas (Sevilha)
 
Avançados: Pedro (Barcelona), Fernando Torres (Chelsea), Álvaro Negredo (Sevilha) e Fernando Llorente (Athletic Bilbao)
 
Selecionador: Vicente del Bosque




 

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