“Coloco sempre bem as minhas equipas no campo, o problema é que o jogo começa e os jogadores movem-se”. Recorde Alfio Basile
Alfio Basile orientou Maradona e Messi na seleção argentina
Treinadores há muitos, mas só um
orientou Diego
Maradona e Lionel Messi: Alfio Basile. Como futebolista era daqueles
centrais que não inventavam, tendo chegado a internacional A (por oito vezes)
pela Argentina,
o ponto mais alto de uma carreira em que só representou dois clubes: Racing
Club de Avellaneda e Huracán.
Quando se tornou treinador
manteve o estilo descomplicado. O facto de ser alto, forte, rude e ter voz
grossa também ajudava a que os jogadores não questionassem as suas decisões. E,
se fosse preciso, partia para cima deles. “Quando comecei como treinador,
fervia por tudo e por nada, ao ponto de andar à porrada com os jogadores que
não cumpriam as minhas indicações”, contou. A sua maneira de ser levou-o a
mudar de equipa mais de 20 vezes ao longo de 36 anos de carreira, entre 1976 e
2012. Ainda assim somou alguns títulos importantes: Supercopa Libertadores pelo
Racing
Club de Avellaneda em 1988, duas Copas América (1991 e 1993) e uma Taça das
Confederações (1992) pela seleção
argentina, uma Copa Sul-Americana (2005) e duas Recopas Sul-Americanas
(2005 e 2006), um Campeonato Apertura (2005) e um Campeonato Clausura (2006)
pelo Boca
Juniors.
Alguns dos seus momentos
mediáticos tiveram lugar enquanto selecionador da Argentina,
entre 1991 e 1994 e entre 2007 e 2008. Na primeira passagem pelo comando da albiceleste,
durante o Mundial
1994, utilizou o controverso argumento da estética para motivar os
jogadores: “Disse-lhes que eles eram loiros e bonitos e os nigerianos
escuros, por isso tinham de ganhar esse jogo.” A seleção
sul-americana até venceu a Nigéria,
e depois a Grécia,
mas foi derrotada pela Bulgária
antes de ser eliminada pela Roménia
nos oitavos de final. Ao contrário dos treinadores
modernos, Basile não era muito dado a dar explicações táticas aos jornalistas,
preferindo uma abordagem mais simplista para evitar uma discussão mais complexa:
“Eu coloco sempre bem as minhas equipas no campo, o problema é que quando o
jogo começa os jogadores movem-se.”
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