Nuno Santos “não quis ir” aos Jogos do Rio e desde então nunca mais foi chamado às seleções. Estará riscado?
Nuno Santos não joga por uma seleção desde 2015
Muito antes de Nuno
Santos se ter tornado neste ala que se destaca pela verticalidade e
qualidade no cruzamento que encaixa que nem uma luva no carril esquerdo do Sporting
de Rúben
Amorim, foi uma das maiores promessas da formação do Benfica.
Em 2013-14 foi um dos destaques da equipa que chegou à final da UEFA Youth
League e duas épocas depois estava a ser lançado aos poucos por Rui Vitória na
equipa principal dos encarnados,
pela qual chegou a atuar por duas vezes.
Essa progressão no clube
da Luz foi travada na tarde de 19 de dezembro de 2015, quando o então
extremo sofreu uma rotura de ligamentos no joelho esquerdo durante um jogo entre
as equipas B de Benfica
e FC
Porto e ficou afastado dos relvados até ao final dessa temporada de
2015-16. Até então somava 38
internacionalizações desde os sub-16 e os sub-21 e tinha marcado presença
no Campeonato da Europa de sub-19 em 2014 e no Mundial de sub-20 em 2015. No início da época seguinte foi
imediatamente emprestado ao Vitória
de Setúbal, e quem o observava nesse período notava um jogador com bons pormenores,
mas algo receoso e que evitava o choque, temendo nova lesão grave. Nesta fase,
bateu-lhe à porta a seleção olímpica, que o convocou para os Jogos do Rio de
Janeiro. Dias depois de a convocatória
sair, Nuno
Santos decidiu renunciar à participação nos Jogos Olímpicos, alegando não
se sentir “em condições físicas para representar Portugal ao nível que é
exigível”. “Mais do que ninguém, queria representar o meu país numa competição
como os Jogos Olímpicos. Mas tive de ser honesto. Honesto com Portugal, com o
selecionador e com os meus colegas. Estive parado mais de seis meses após uma
operação e recuperação dolorosa. Estou a treinar apenas desde o início de
julho. Não me sinto em condições físicas para representar Portugal ao nível que
é exigível. Achei melhor abrir espaço para outro, mais preparado neste momento,
o fazer. Espero que entendam a minha opção e a minha explicação, que é
simplesmente a verdade”, escreveu nas redes sociais. Quem nunca aceitou muito bem esta
decisão foi o selecionador Rui
Jorge, que ameaçou logo aí que essa renúncia iria “interferir numa decisão
futura” da sua parte. “Vão no avião e estão a ser avaliados, estão no
restaurante e estão a ser avaliados. A decisão do Nuno
Santos será também alvo da minha avaliação. Tenho-a, mas não lhe quero dar
uma resposta à pergunta, porque não quero. Como disse, será avaliado e irá
interferir numa decisão futura”, comentou o técnico, que chegou a dizer que “o
Nuno Santos entendeu que não estava em condições para vir, não quis vir aos
Jogos, preferiu continuar a sua pré-temporada no clube”.
Meses depois, em novembro de
2016, por ocasião de um jogo da seleção sub-21 no Estádio
do Bonfim, Rui
Jorge foi questionado sobre se Nuno
Santos e Rafa Soares – que também desistiu da participação nos Jogos
Olímpicos – tinham possibilidades de voltar a ser chamados, e o selecionador
deu a entender que ambos poderiam estar riscados. “Sendo frontal, entram diversos
fatores nas minhas convocatórias. O Nuno
Santos e o Rafa têm fatores pelos quais são avaliados, tal como os outros, que
me deixam de alguma forma com dificuldade em relação à sua convocação. São jogadores
que tiveram um percurso muito bom na nossa seleção e aos quais a nossa seleção
não estará fechada, mas os meus fatores de avaliação são diversos e o Nuno e o
Rafa entram nesses parâmetros de avaliação conjunta e global que me faz tomar
as minhas escolhas finais”, afirmou
Rui Jorge na altura. Desde então, nem Nuno
Santos nem Rafa Soares voltaram a ser chamados por alguma seleção nacional.
É verdade que após o segundo semestre de 2017 ambos deixaram de ser elegíveis
para os sub-21, mas o caso do ala do Sporting
gera uma grande estranheza porque não foi sequer pré-convocado para o Euro 2024
numa altura em que já se sabe que Raphel Guerreiro vai falhar a fase final, não
foi observado por Roberto Martínez nos jogos de preparação de março e há uma preferência
permanente em convocar três laterais destros. Pura opção técnica ou um nome
riscado pela Federação Portuguesa de Futebol?
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