segunda-feira, 27 de maio de 2024

Nuno Santos “não quis ir” aos Jogos do Rio e desde então nunca mais foi chamado às seleções. Estará riscado?

Nuno Santos não joga por uma seleção desde 2015
Muito antes de Nuno Santos se ter tornado neste ala que se destaca pela verticalidade e qualidade no cruzamento que encaixa que nem uma luva no carril esquerdo do Sporting de Rúben Amorim, foi uma das maiores promessas da formação do Benfica. Em 2013-14 foi um dos destaques da equipa que chegou à final da UEFA Youth League e duas épocas depois estava a ser lançado aos poucos por Rui Vitória na equipa principal dos encarnados, pela qual chegou a atuar por duas vezes.
 
Essa progressão no clube da Luz foi travada na tarde de 19 de dezembro de 2015, quando o então extremo sofreu uma rotura de ligamentos no joelho esquerdo durante um jogo entre as equipas B de Benfica e FC Porto e ficou afastado dos relvados até ao final dessa temporada de 2015-16. Até então somava 38 internacionalizações desde os sub-16 e os sub-21 e tinha marcado presença no Campeonato da Europa de sub-19 em 2014 e no Mundial de sub-20 em 2015.
 
No início da época seguinte foi imediatamente emprestado ao Vitória de Setúbal, e quem o observava nesse período notava um jogador com bons pormenores, mas algo receoso e que evitava o choque, temendo nova lesão grave. Nesta fase, bateu-lhe à porta a seleção olímpica, que o convocou para os Jogos do Rio de Janeiro.
 
Dias depois de a convocatória sair, Nuno Santos decidiu renunciar à participação nos Jogos Olímpicos, alegando não se sentir “em condições físicas para representar Portugal ao nível que é exigível”. “Mais do que ninguém, queria representar o meu país numa competição como os Jogos Olímpicos. Mas tive de ser honesto. Honesto com Portugal, com o selecionador e com os meus colegas. Estive parado mais de seis meses após uma operação e recuperação dolorosa. Estou a treinar apenas desde o início de julho. Não me sinto em condições físicas para representar Portugal ao nível que é exigível. Achei melhor abrir espaço para outro, mais preparado neste momento, o fazer. Espero que entendam a minha opção e a minha explicação, que é simplesmente a verdade”, escreveu nas redes sociais.
 
Quem nunca aceitou muito bem esta decisão foi o selecionador Rui Jorge, que ameaçou logo aí que essa renúncia iria “interferir numa decisão futura” da sua parte. “Vão no avião e estão a ser avaliados, estão no restaurante e estão a ser avaliados. A decisão do Nuno Santos será também alvo da minha avaliação. Tenho-a, mas não lhe quero dar uma resposta à pergunta, porque não quero. Como disse, será avaliado e irá interferir numa decisão futura”, comentou o técnico, que chegou a dizer que “o Nuno Santos entendeu que não estava em condições para vir, não quis vir aos Jogos, preferiu continuar a sua pré-temporada no clube”.

 
Meses depois, em novembro de 2016, por ocasião de um jogo da seleção sub-21 no Estádio do Bonfim, Rui Jorge foi questionado sobre se Nuno Santos e Rafa Soares – que também desistiu da participação nos Jogos Olímpicos – tinham possibilidades de voltar a ser chamados, e o selecionador deu a entender que ambos poderiam estar riscados.
 
“Sendo frontal, entram diversos fatores nas minhas convocatórias. O Nuno Santos e o Rafa têm fatores pelos quais são avaliados, tal como os outros, que me deixam de alguma forma com dificuldade em relação à sua convocação. São jogadores que tiveram um percurso muito bom na nossa seleção e aos quais a nossa seleção não estará fechada, mas os meus fatores de avaliação são diversos e o Nuno e o Rafa entram nesses parâmetros de avaliação conjunta e global que me faz tomar as minhas escolhas finais”, afirmou Rui Jorge na altura.
 
Desde então, nem Nuno Santos nem Rafa Soares voltaram a ser chamados por alguma seleção nacional. É verdade que após o segundo semestre de 2017 ambos deixaram de ser elegíveis para os sub-21, mas o caso do ala do Sporting gera uma grande estranheza porque não foi sequer pré-convocado para o Euro 2024 numa altura em que já se sabe que Raphel Guerreiro vai falhar a fase final, não foi observado por Roberto Martínez nos jogos de preparação de março e há uma preferência permanente em convocar três laterais destros.
 
Pura opção técnica ou um nome riscado pela Federação Portuguesa de Futebol?






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