Florentino recuperou recentemente a titularidade |
Florentino Luís é daqueles
jogadores que raramente são criticados. Praticamente tudo o que faz, faz bem.
Desarma (muito), falha poucos passes, pratica um futebol simples e dá
estabilidade defensiva à sua equipa. Ajudou o Benfica
de Bruno
Lage a ser campeão em 2019-20 e o de Roger Schmidt a fazer o mesmo em
2022-23.
Dados: Sofascore |
Nesta temporada, na I
Liga portuguesa, ganhou apenas 43,9% dos duelos aéreos. E como os três
grandes jogam com duplo pivot no meio-campo, as comparações são fáceis de
fazer. Está abaixo, nesse parâmetro, de Alan Varela (59,38%), João Neves
(56,35%), Daniel
Bragança (55,56%), Nico González (51,06%), Morita (46,34%), Hjulmand
(45,16%) e Eustáquio (45,1%). Apenas supera o companheiro de equipa Kokçu
(41,67%). A grande referência da
posição, o espanhol Rodri, do Manchester
City, ganhou 71% dos duelos aéreos na Premier
League na presente temporada.
Dados: Sofascore |
Em relação ao tal rasgo ofensivo,
é o médio de duplo pivot dos três grandes (com pelo menos 13 jogos realizados
esta temporada no campeonato) com pior média de passes para finalização a cada
90 minutos: 0,59. Não é uma estatística aleatória. Reflete uma forma de jogar que,
no caso de Florentino, é demasiado baseada no passe simples e fácil, mas que
não ajuda a equipa a verticalizar o seu jogo. Bem acima dele estão Kokçu
(2,46), Eustáquio (1,55), Alan Varela (1,01), Morita (0,97), Nico González (0,96),
João Neves (0,9), Hjulmand (0,89) e Daniel
Bragança (0,83). E o trinco benfiquista
é, juntamente com Daniel
Bragança, o único destes nove médios ainda sem grandes oportunidades
criadas. A grande referência da posição, Rodri, está com uma média de 1,54
passes para finalização por 90 minutos na Premier
League nesta época.
Dados: Sofascore |
Noutro item que reflete o rasgo
ofensivo, o de remates à baliza por 90 minutos, Florentino é, entre estes nove
médios, o que tem pior registo (0,07). Na liderança deste ranking está
Kokçu (1,04), seguido por Daniel
Bragança (0,55), Nico González (0,48), Eustáquio (0,3), João Neves (0,28),
Morita (0,26), Hjulmand (0,26) e Alan Varela (0,08). A título de curiosidade, a
média de Rodri é 0,73.
Uma ferramenta diferente que está
enquadrada no rasgo ofensivo que hoje se pede a um trinco é o drible. Entre os
nove médios analisados, Florentino é o que tem uma menor percentagem de dribles
bem-sucedidos (44,44%). Melhor nesse aspeto têm sido Alan Varela (83,33%), Daniel
Bragança (81,82%), Hjulmand (80%), Nico González (75%), Morita (60%), João
Neves (59,26%), Eustáquio (54,55%) e Kokçu (47,06%). Rodri tem 77% na Premier
League.
Dados: Sofascore |
Por aqui se explica porque Lage
quis Weigl, Jorge
Jesus nunca contou com ele, Fernando Santos e Roberto Martínez nunca o
convocaram para a seleção nacional e Roger
Schmidt tem experimentado sucessivamente outras opções para o seu duplo pivot. Está na cauda do pelotão e em alguns casos bastante abaixo da média daquilo a que se exige, em parâmetros importantíssimos do jogo de um centrocampista mais defensivo, em comparação a jogadores que desempenham funções similares em equipas que lutam pelos mesmos objetivos e que têm um poderio semelhante.
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