Tomasson e Meira em disputa de bola com Duarte Gomes atento à jogada |
Ainda estava muito longe de
nascer quando o Benfica
eliminou o Feyenoord
nas meias-finais da Taça
dos Campeões Europeus em 1962-63 e nos quartos de final em 1971-72. Desde então,
não voltaram a medir forças em jogos oficiais, mas já se defrontaram em várias
partidas de pré-época. A primeira de que me lembro remonta a 2 de agosto de
2001.
Na altura, esse encontro tinha
como aliciante o reencontro do Benfica
com aquele que tinha sido o seu melhor marcador da época anterior, o neerlandês
Pierre van Hooijdonk. As águias
tinham-se reforçado com jogadores com algum estatuto, como Argel, Pesaresi,
João Manuel Pinto, Andersson, Sokota e sobretudo Zahovic, Drulovic, Mantorras e
Simão Sabrosa, sendo que este último ainda tinha poucos treinos pela equipa e
por isso não foi a jogo. O treinador continuava a ser a mítica figura benfiquista
Toni, apesar do 6.º lugar no campeonato em 2000-01. E o palco da partida foi o
Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães. Porquê? Porque era a apresentação do
Benfica
aos seus adeptos do norte do país.
Já o Feyenoord
era vice-campeão holandês e até tinha assegurada a presença na fase de grupos
da Liga
dos Campeões, mas essa época da equipa de Bert van Marwijk até ficaria
marcada pela conquista
da Taça UEFA, após triunfo em casa – sim, no Estádio De Kuip – sobre o Borussia
Dortmund na final. No plantel pontificavam alguns futebolistas internacionais
como o guarda-redes polaco Jerzy Dudek, os centrais neerlandeses Jean-Paul van
Gastel e Kees van Wonderen, o lateral esquerdo polaco Tomasz Rzasa, o médio
defensivo neerlandês Patrick Paauwe, o médio japonês Shinji Ono, o médio
australiano Brett Emerton, o extremo costa-marfinense Bonaventure Kalou, o
atacante polaco Ebi Smolarek, o avançado dinamarquês Jon Dahl Tomasson e o
próprio ponta de lança Pierre van Hooijdonk.
Confesso que não me recordava do
resultado, mas a Internet ajudou. 2-1 para o Benfica.
A coqueluche Pedro Mantorras bisou, aos 6 e aos 84 minutos, o primeiro após boa
combinação com Zahovic e o segundo a passe de Porfírio. Pelo meio Tomasson
empatou para a turma de Roterdão, na sequência de um livre lateral de Emerton
(25’); e Zahovic desperdiçou uma grande penalidade, permitindo a defesa de
Dudek (49’).
“Parece não haver dúvidas de que
a equipa tipo que o Benfica
irá apresentar no campeonato que se inicia já na próxima semana não irá fugir
muito – numa ou noutra posição, Toni e Jesualdo têm soluções a seu
bel-prazer... – do onze que, no Municipal de Guimarães, entrou para defrontar
os vice-campeões holandeses. E, diga-se, tiveram uns quinze minutos a roçar a
perfeição, com excelente movimentação coletiva, bom entendimento defensivo,
facilidade e rapidez na transposição da bola defesa-ataque e, depois, um
Mantorras que, num estilo muito seu, meio desajeitado, meio ‘carraça’, não se
contenta em pressionar o adversário que tem a bola como, quando a tem nos pés,
respira de gozo em os deixar ‘sentados’ à procura de um adversário que já vai a
caminho da baliza”, escreveu o Record.
“A festa já se esperava, pois
sempre que o Benfica
visita o norte do país em meses de verão os muitos adeptos que vivem na região
e os emigrantes que gozam férias acorrem em grande número naquele que já se
pode considerar o jogo de apresentação da equipa às gentes do Norte. Este
encontro costuma realizar-se em Braga, mas desta vez aconteceu em Guimarães e o
sucesso não foi menor. Nada menos do que 25 mil benfiquistas
eufóricos. Os contornos desta vivência foram um dos fatores que animaram a
noite, embora não seja nada que os jogadores não estejam habituados. Foi assim
até aqui e o promete alastrar-se durante o campeonato, desde que a equipa
corresponda e consiga alcançar o sucesso, o que não acontece há pelos menos
seis anos. Toni, que esta noite foi
substituído no banco por Jesualdo Ferreira, tem muitos motivos para estar feliz
quando falta mais de uma semana para o jogo com o Varzim, que marca o início do campeonato; mas também tem de ter consciência que é preciso fazer mais para dar
luta a uma concorrência que se adivinha muito forte. Ainda falta Simão, que
adiou a estreia para o desafio com a Fiorentina, e Pesaresi em forma para que o
onze ideal possa jogar em pleno - o italiano entrou na segunda parte e
mostrou-se muito seguro. De resto, Mantorras parece indiscutível no ataque e
apesar de ser quase certo que o meio-campo venha a ser preenchido por Meira,
Andersson e Zahovic, é preciso ter atenção a Ednilson, que entrou muito bem”,
pode ler-se no Maisfutebol.
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