sábado, 29 de julho de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Benfica e Feyenoord

Tomasson e Meira em disputa de bola com Duarte Gomes atento à jogada
Ainda estava muito longe de nascer quando o Benfica eliminou o Feyenoord nas meias-finais da Taça dos Campeões Europeus em 1962-63 e nos quartos de final em 1971-72. Desde então, não voltaram a medir forças em jogos oficiais, mas já se defrontaram em várias partidas de pré-época. A primeira de que me lembro remonta a 2 de agosto de 2001.
 
Na altura, esse encontro tinha como aliciante o reencontro do Benfica com aquele que tinha sido o seu melhor marcador da época anterior, o neerlandês Pierre van Hooijdonk. As águias tinham-se reforçado com jogadores com algum estatuto, como Argel, Pesaresi, João Manuel Pinto, Andersson, Sokota e sobretudo Zahovic, Drulovic, Mantorras e Simão Sabrosa, sendo que este último ainda tinha poucos treinos pela equipa e por isso não foi a jogo. O treinador continuava a ser a mítica figura benfiquista Toni, apesar do 6.º lugar no campeonato em 2000-01. E o palco da partida foi o Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães. Porquê? Porque era a apresentação do Benfica aos seus adeptos do norte do país.
 
Já o Feyenoord era vice-campeão holandês e até tinha assegurada a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões, mas essa época da equipa de Bert van Marwijk até ficaria marcada pela conquista da Taça UEFA, após triunfo em casa – sim, no Estádio De Kuip – sobre o Borussia Dortmund na final. No plantel pontificavam alguns futebolistas internacionais como o guarda-redes polaco Jerzy Dudek, os centrais neerlandeses Jean-Paul van Gastel e Kees van Wonderen, o lateral esquerdo polaco Tomasz Rzasa, o médio defensivo neerlandês Patrick Paauwe, o médio japonês Shinji Ono, o médio australiano Brett Emerton, o extremo costa-marfinense Bonaventure Kalou, o atacante polaco Ebi Smolarek, o avançado dinamarquês Jon Dahl Tomasson e o próprio ponta de lança Pierre van Hooijdonk.
 
Confesso que não me recordava do resultado, mas a Internet ajudou. 2-1 para o Benfica. A coqueluche Pedro Mantorras bisou, aos 6 e aos 84 minutos, o primeiro após boa combinação com Zahovic e o segundo a passe de Porfírio. Pelo meio Tomasson empatou para a turma de Roterdão, na sequência de um livre lateral de Emerton (25’); e Zahovic desperdiçou uma grande penalidade, permitindo a defesa de Dudek (49’).
 
“Parece não haver dúvidas de que a equipa tipo que o Benfica irá apresentar no campeonato que se inicia já na próxima semana não irá fugir muito – numa ou noutra posição, Toni e Jesualdo têm soluções a seu bel-prazer... – do onze que, no Municipal de Guimarães, entrou para defrontar os vice-campeões holandeses. E, diga-se, tiveram uns quinze minutos a roçar a perfeição, com excelente movimentação coletiva, bom entendimento defensivo, facilidade e rapidez na transposição da bola defesa-ataque e, depois, um Mantorras que, num estilo muito seu, meio desajeitado, meio ‘carraça’, não se contenta em pressionar o adversário que tem a bola como, quando a tem nos pés, respira de gozo em os deixar ‘sentados’ à procura de um adversário que já vai a caminho da baliza”, escreveu o Record.
 
“A festa já se esperava, pois sempre que o Benfica visita o norte do país em meses de verão os muitos adeptos que vivem na região e os emigrantes que gozam férias acorrem em grande número naquele que já se pode considerar o jogo de apresentação da equipa às gentes do Norte. Este encontro costuma realizar-se em Braga, mas desta vez aconteceu em Guimarães e o sucesso não foi menor. Nada menos do que 25 mil benfiquistas eufóricos. Os contornos desta vivência foram um dos fatores que animaram a noite, embora não seja nada que os jogadores não estejam habituados. Foi assim até aqui e o promete alastrar-se durante o campeonato, desde que a equipa corresponda e consiga alcançar o sucesso, o que não acontece há pelos menos seis anos.  Toni, que esta noite foi substituído no banco por Jesualdo Ferreira, tem muitos motivos para estar feliz quando falta mais de uma semana para o jogo com o Varzim, que marca o início do campeonato; mas também tem de ter consciência que é preciso fazer mais para dar luta a uma concorrência que se adivinha muito forte. Ainda falta Simão, que adiou a estreia para o desafio com a Fiorentina, e Pesaresi em forma para que o onze ideal possa jogar em pleno - o italiano entrou na segunda parte e mostrou-se muito seguro. De resto, Mantorras parece indiscutível no ataque e apesar de ser quase certo que o meio-campo venha a ser preenchido por Meira, Andersson e Zahovic, é preciso ter atenção a Ednilson, que entrou muito bem”, pode ler-se no Maisfutebol.









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